Deitado na cama do quarto de hóspedes ouço duas batidas na porta e logo de seguida Liam fala:
- Amor abre a porta para falarmos. – A própria suavidade e calma com que ele falava só aumentava os meus nervos.
- Liam eu não quero falar contigo, hoje! - Grito.
Ele parece respeitar o me espaço e sai. Passado uma hora entre um choro silencioso e uma música que supostamente era para controlar a minha ansiedade, mas que não resultou.
Ouço duas batidas na porta e grito deixando transparecer a minha voz de choro e raiva:
- Liam eu não quero falar contigo!
- Henry, sou eu e a Mafalda, só queremos falar contigo e ajudar-te mano, abre a porta. – Ao ouvir a voz serena do meu irmão levanto-me da cama e abro a porta, mas arrependo-me profundamente pois Liam estava atrás deles, e não queria de maneira nenhuma que ele visse a minha cara toda vermelha e os meus olhos chorosos.
- Ele não entra. – Falo e percebo que Liam segura um soluço.
Eles assentem e entram, eu e o meu irmão abraçamo-nos deitados na cama e a Mafalda senta-se do outro lado da cama.
- O Liam já nos contou tudo, mas não importa, o que importa é como tu te sentes em relação a tudo isto. – Inicia Mafalda e olho para ela. – O que sentes? – Pergunta e o Diego começa a fazer cafuné.
- Sinto tudo que senti quando o meu pai faleceu, mas a duplicar, parece que ter medo de perder o Liam é pior que eu mesmo perder a minha vida. Pode parecer uma idiotice mas se eu o perder, prefiro morrer.
Vejo a Mafalda a engolir em seco e percebi que a situação iria ficar pior.
- Já tentas-te ouvir as explicações dele? Eu e o Diego ouvimos e achamos que é verdade.
- Porquê que eu vou ouvir as explicações dele se já o apanhei a mentir mais de uma vez? – Respondi retoricamente.
Após uma longa conversa, Mafalda deu-me outra caixa de comprimidos mas diferentes aos anteriores o que me fez pensar que a minha bipolaridade avançou.
Saímos do quarto para eu tomar os comprimidos com água, mas vejo o Liam no sofá com a cabeça baixa e a chorar. O meu coração naquele momento parou, nunca tinha visto o Liam a chorar, e saber que eu o assustei ao atirar tudo da mesa e gritar com ele, faz o meu coração diminuir de tamanho e o vazio em mim aumentar. Num impulso corro até ele e abraço o seu tronco.
- Desculpa, não queria deixar-te assim. – Sussurro no seu ouvido.
- Henry eu juro pela minha vida que não te estou a trair com o Marcelo, e nunca te vou trair. Eu amo-te muito. – A sua confissão faz-me perder a respiração e sentir-me pior que estragado.
Diego e Mafalda saem e eu e Liam acabamos por dormir no sofá.
(...)
No dia seguinte preparo o pequeno-almoço enquanto o Liam ainda está a dormir. Depois de acabar sinto Liam abraçar-me apertado por trás, e sorrio.
- Bom dia, amor.
- Bom dia bebe. – Falo a alcunha que sempre o chamo e percebo um alívio do Liam.
Começamos a comer as torradas e Liam diz:
- Não vou mais almoçar nem jantar com o Marcelo, e a partir de agora vou chegar mais cedo.
- Sério? – Questiono visivelmente contente.
- Sim, fui transferido para a área de oncologia ontem. – Sinto como um murro no estomago e a culpa tomar conta de mim. Discuti e fiz demasiado drama, e ele vai se afastar do Marcelo e mudou de secção. Será que eu estou a fazer demasiado drama? Não sei.
- Amor eu já vou para o hospital, acho melhor ficares por casa pelo menos esta semana. – Diz e dá-me um beijo na testa mas que eu faço questão de desviar e dar um beijo demorado e molhado na sua boca.
(...)
O dia foi passando e ouço o som da campainha, e vejo que é Rodrigo.
Mal abro a porta, abraço o meu melhor amigo e ele diz preocupado:
- O que se passa? Não era só gripe pois não? – Nego e levo-o para o sofá onde conto-lhe tudo.
- Apesar de tudo acho que estamos bem.
- Ainda bem Henry, as coisas vão acabar por se resolver. – Diz Rodrigo mas percebo outro tom na sua voz. – Passa o tempo que quiseres fora, eu e o restante conselho executivo damos conta do recado.
- Obrigado. – Agradeço e após nos despedir-mos ele sai.
Passado mais algum tempo recebo outro e-mail anónimo e fico assustado.
"O jogo ainda não acabou".
Estremeci com a mensagem e aí percebi que talvez o Liam não tivesse culpa de nada, e sim o autor dos e-mails que só tem como objétivo destruir a nossa relação, mas de rasto vai também a minha saúde psicológica, que com os acontecimentos anteriores se agravou e Mafalda chegou á conclusão que tratava-se de Bipolaridade.
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Votem e comentem!
Henry Paterson.
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O Amor proibido (Romance gay)
RomanceHenry Paterson, um jovem professor de matemática de 24 anos, começa a sua carreira e é confrontado por sentimentos proibidos aos olhos de todos, mas que aos seus e de Liam, seu aluno, são sentimentos intensos, que os fazem passar por vários obstácul...