3 anos depois...
Após anos sonhando com isto, finalmente consegui entrar na minha casa de sonho e com a família de sonho. Sim, com a família de sonho, Liam, Mike e o novo membro da nossa família, o Pedro, nosso filho.
À 3 anos, ao contrário do que todos espectavam, Liam conseguiu superar todos os obstáculos, ou como ele diz: "Superamos todos juntos", e a verdade foi. Depois do que aconteceu com Rodrigo, Liam foi levado para o hospital e o seu fígado e o estômago foram atingidos pela bala, e parte de cada órgão foi destruído, mas os médicos acalmaram-nos pois era possível viver assim, mas com muitas limitações na sua atividade física e alimentação.
Até que passado um tempo Liam foi diagnosticado com uma infeção no estômago, que foi agravando e que estaria mesmo colocando em perigo Liam, induziram o coma, do meu agora marido, e ele ficou assim por 3 meses, os meses mais horríveis da minha vida, esses foram os meses em que eu nem vivi, apenas sobrevivi agarrado na esperança de tudo correr bem.
A única coisa a fazer era um transplante, e iria demorar imenso tempo a encontrar um dador compatível. Mas a minha esperança aumentou depois da visita dos pais de Liam ao hospital e fizeram os testes de compatibilidade. Talvez foi remorso por terem abandonado o filho quando ele mais precisava de amor e apoio da família. E no terceiro mês o pai de Liam doou parte do órgão ao seu filho, e após isso, ambos desapareceram da cidade, disseram-me que se tinham mudado sem dizer o destino. Por um lado fiquei triste pois Liam iria adorar sentir o amor dos pais e o seu apoio, mas por outro achei melhor, pois nenhum dos dois aceitava a sexualidade do filho.
Rejeitar uma pessoa por uma escolha que ela não tomou, nem pôde tomar, é muito injusto. Nos tribunais e nas esquadras policiais, julgam-se as pessoas pelos seus atos, mesmo que ás vezes injustamente, as pessoas são julgadas pelo que escolheram fazer ou ser, então porquê julgar uma pessoa que não escolheu ser nada, simplesmente nasceu assim, é dela, é próprio dela, é da vida dela. As pessoas não podem ser julgadas por querer dar e receber amor, independentemente da sua sexualidade ou identificação de gênero. Foi nesse pensamento que eu e Liam unimo-nos num casamento que foi feito logo após Liam estar recuperado e pronto para grandes emoções. Convidamos as pessoas mais próximas e apesar dos pais de Liam não responderem ao nosso convite, foi uma festa muito boa, sem conflitos e com muito amor. Obviamente que quem preparou tudo ao mais pequeno detalhe foi a minha mãe, ela adorou planear o nosso casamento e ainda bem que foi ela, pois tudo estava perfeito.
Falando do Pedro, é muito recente, encontramos Pedro totalmente desorientado e só sabia dizer que a sua mão tinha morrido, obviamente demos abrigo e perguntamos do seu pai, ele respondeu que nunca conheceu o seu pai. Eu e Liam com o passar do tempo apegamo-nos muito ao Pedro e já não vivíamos sem ele, então por isso, entramos com um processo de adoção, não foi fácil pois encontramos com um juiz muito conservador, mas que não pôde fazer nada, era o melhor para o Pedro estar com duas pessoas que se amam e o amam. Pedro tem olhos azuis, cabelo castanho claro, e com 4 anos.
Neste momento entramos na nossa nova casa, já com tudo lá dentro e agora que chegamos, a casa transformou-se no nosso lar.
Mike familiarizou-se muito bem com o grande jardim que fizemos questão que existisse, para ele e para o nosso filho.
- Papa, a casa é muito grande. – Diz Pedro enquanto corria em direção ao corredor dos quartos. Olhei para o Liam, e ambos sorrimos, nesse sorriso podíamos ver a felicidade, e no olhar o amor.
Dirigimo-nos todos para o quarto do Pedro e ele já estava ocupado com vários peluches em dinossauro e mais alguns brinquedos , que já lhes tínhamos oferecido anteriormente no meu apartamento.
Liam como sempre foi brincar com o Pedro e deliciei-me com aquela imagem, o amor da minha vida a brincar com a pessoa a quem eu dava a minha vida, o nosso filho.
Saí do transe por causa do barulho de telefone, que indicava que estava a receber uma chamada. Ao ver que se tratava do meu irmão, saí da beira da minha família e fui até á sala onde atendi a chamada.
- Sim Diego.
- Mano, estamos a ir para aí, a Mãe já está conosco e a Madalena como sempre está muito animada para brincar com o Pedro. – Ri, pois Pedro e Madalena, filha do Diego e Mariana e minha afilhada, são os melhores amigos e estão sempre juntos a brincar, e essa amizade é muito bonita e na verdade a mais pura, pois quando adulto conta-se pelos dedos as pessoas em que podemos confiar.
- Sim tudo bem, nós também já chegamos, a Mafalda também já avisou que estava a dirigir-se para cá e as pizzas devem estar para breve. – Respondi.
- Então, até já Henry!
- Até já irmão! – Despedi-me.
Pouco tempo depois chegam todos, e após cumprimentos e um pouco de conversa, dirigimo-nos para a mesa, onde jantamos em plena família.
E é nestes momentos que agradeço a Deus tudo o que tenho.
O meu irmão havia se tornado um grande empresário e pai de família.
A Mariana estava a fazer sucesso na sua área mesmo com a sua filha.
A Madalena foi uma lufada de ar fresco na vida de todos naquele momento trágico á três anos.
A minha mãe apesar de estar aposentada e viúva, tinha a sua vida e estava a aproveita-la com todos os que ama.
A Mafalda continua a ser uma excelente psicóloga e melhor amiga, ajudou-me muito e hoje em dia não tenho mais nenhum problema e estou estável psicologicamente graças a ela.
O Pedro, a pessoa que deu vida á minha vida e do Liam após o sequestro e de todos os problemas de saúde que existiram. Ele foi uma coisa repentina mas que foi recebida com muito amor e carinho e retribuiu sendo ele, o amor de criança que é.
Já Liam, não há mais nada a dizer dele. A pessoa que eu mais amo na vida, a pessoa que deu a sua vida em troca da minha, salvou-me e após isso salvou-se. É o meu maior orgulho, um médico excelente, um pai extraordinário e um esposo sensacional.
É e sempre será a pessoa que mais e amo e amarei até ao fim da minha vida.
E sorrio pela ironia que a nossa historia de amor foi e é.
Eu apaixonei-me pelo meu aluno e o que era totalmente errado naquela altura, agora é o certo, é a minha felicidade.
Isso mesmo, Liam Dantas, meu aluno e após vários obstáculos, ele é a minha felicidade.
- Amo-te Muito Meu Amor. – Digo ao seu ouvido. Liam assentiu e deu-me um beijo lento e breve.
Mas aquele beijo selou o nosso amor, a nossa felicidade.
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Fim!
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Obrigado por tudo e espero que tenham gostado da história, que foi feita inspirada num amor que existe na vida real e também em vários livros.
Com muito amor,
Henry Paterson.
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O Amor proibido (Romance gay)
RomansaHenry Paterson, um jovem professor de matemática de 24 anos, começa a sua carreira e é confrontado por sentimentos proibidos aos olhos de todos, mas que aos seus e de Liam, seu aluno, são sentimentos intensos, que os fazem passar por vários obstácul...