Capítulo 14

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Chegamos a casa e o clima entre nós estava tenso, foi a primeira vez em que somos confrontados por um problema, que agora parece resolvido mas que me fez perder o emprego.

Vou para o meu quarto, que nestes meses se tornou o nosso quarto. Ainda estava chateado com o meu namorado por ele me ter ocultado algo assim. Numa relação tem de haver confiança e não pode haver mentiras, nem segredos. E o que eu menos suporto são mentiras e o Liam sabe disse, e talvez seja por isso que quando nos encaramos ele olha com a cara de cachorro perdido e com os olhos a brilhar. Troco a minha roupa e vou para a cozinha almoçar, passo por Liam sem dizer nada.

Almoçamos completamente em silêncio, também não estava nem um pouco a fim de discutir com ele. Após o almoço deito-me, sem camisa, no sofá e penso em tudo. Tenho que arranjar outro emprego mas não sei que dimensão a noticia na rede social tomou. Liam senta-se na ponta e fala:

- Henry, eu sei que devia ter contado mas...

- Poupa-me das justificações das tuas mentiras Liam, já estou com a cabeça cheia hoje. – Respondo. Talvez esteja a fazer drama, mas ele sabia e sabe que eu odeio mentiras, e mesmo assim escolheu mentir. Acho que é a primeira vez que estamos zangados mais seriamente, e isso assusta-me, pois apesar de estar puto com ele, não o quero perder. Com esse pensamento e o arrependimento de ter sido rude, digo. – Tudo bem, vou sair para arejar a cabeça, aproveita e estuda.

Sento-me no sofá, visto a minha camisa e quando vou a sair da sala, dou um beijo no topo da cabeça do meu namorado, com a intuição de o acalmar e este possa se preparar para os exames.

Saio de casa e vou até ao cemitério e fico sentado ao lado da campa do meu pai, penso em tudo da minha vida e o rumo que ela tomou, e chego á conclusão que apesar das coisas más eu tive muita sorte. Reflito como quero que seja o meu futuro e lembro-me do meu sonho de criança e adolescente, naquela época era um sonho tonto, mas agora vejo-o com bons olhos e por isso, despeço-me mentalmente do meu pai e volto para o carro.

Conduzo até á "Empresas Paterson", e quando chego sorrio. A empresa evoluiu muito após a morte do meu pai, e penso o quão ele deve estar orgulhoso de nós e principalmente de Diego.

Entro na empresa e encaminho-me para o elevador onde saio no ultimo andar, onde se encontra o escritório do meu irmão.

Quando chego ao destino sou recebido pela Amanda, a secretária do meu irmão.

- Boa tarde Amanda, pode-me dizer se o meu irmão está em alguma reunião?

- Boa tarde senhor, o seu irmão hoje tem a sua agenda vaga para o resto da tarde. – Declara olhando para o seu computador.

- Ótimo, vou entrar e não deixe ninguém interromper. – Digo e ela assente sorrindo.

Entro na sala do meu irmão e este olha para mim com uma expressão fácil que mostra a sua surpresa por me ver na empresa.

- Ui, estou a ter uma alucinação! O meu irmãozinho está na empresa sem ser obrigado por ser acionista? – Pergunta com ironia, e dou algumas gargalhadas, apesar do dia péssimo que estou a ter, o bom humor do meu irmão vence tudo.

- Bem acho que vou fazer jus á minha parte da empresa mas primeiro deixa-me contar tudo o que se passou hoje. – Digo sério e ele ajeita-se na sua cadeira.

Conto tudo ao meu irmão: A notícia falsa, a minha demissão e a mentira do Liam.

- Em relação á noticia e a demissão, eu acho que fizeste bem, eles é que perdem um excelente professor. – Fala o meu irmão e sorrio. – Quanto ao Liam, também fizeste bem ficar um bocado chateado para ele perceber que realmente mentiras ou omissões num relacionamento acabam por desgasta-lo, mas também tens que perceber que ele tem 18 anos.

- Eu sei e sinceramente com toda a confusão não liguei muito á mentira, mas fica sempre aquele gosto amargo.

- É eu sei, mas agora falando da empresa, o que estavas a falar á pouco? – Questiona o meu irmão.

- Lembras-te do meu sonho de adolescente e que o pai queria muito que eu o realiza-se?

Ele parece pensativo.

- O colégio?

- Sim. Com a faculdade e depois como consegui ficar numa escola rapidamente, fui esquecendo do meu objetivo, mas agora que já não estou empregado, eu queria avançar o mais rapidamente com o projeto.

Ele abre um sorriso e vem-me abraçar. Após o abraço diz:

- Fico contente por quereres realmente abrir um colégio.

Sorrio e passamos o resto da tarde a combinar horários para começar o projeto, mostrou-me também os engenheiros que irão trabalhar comigo e mostrou-me a sala onde vou ficar enquanto o colégio não é construído.

Após isso, despeço-me do meu irmão e vou para casa, mas antes faço um desvio e compro pizzas para o jantar e é uma forma de aliviar a tensão.

Chego a casa e grito:

- Liam, trouxe pizza! Pepperoni como tu gostas! – Vou até á cozinha e o Mike vem atras de mim por causa do cheiro das pizzas, e pouso-as e como não ouço nenhuma resposta vou até á sala onde vejo o Hugo sentado no sofá e o Liam ao seu lado.

- O quê que ele está aqui a fazer?


***

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Henry Paterson.

O Amor proibido  (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora