Capítulo 21

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Rodrigo ao ouvir vários passos e o ladrar do Mike começou a ficar nervoso, tão nervoso que poderia ver as veias salientes na sua pele e o seu rosto totalmente vermelho. Ele andava de um lado para o outro, freneticamente e sem parar, até que ele parou, olhou para mim com uma cara estranha e após chegar á minha beira, diz:

- Acho que temos visitas mas não é por muito tempo bebé.

Em apenas segundos o meu coração aumentou consideravelmente o ritmo cardíaco, a forma que o Rodrigo estava e falou era macabra e totalmente doentia e uma pessoa como ele poderia fazer tudo.

Ouço a porta a ser arrombada e vários polícias entram.

- Mãos no ar! E ajoelhado! – Grita um deles, o Rodrigo foi mais rápido, pegou na sua arma e com um braço apertava o meu pescoço e o outro apontava a arma para mim.

- Mais um passo eu atiro!

Os policias não se mechem e Liam entra devagar na sala e fico totalmente atónico, para quê que ele está aqui.

- Rodrigo calma, ninguém precisa de se aleijar, é só fazer as coisas com calma. – Diz Liam com a sua voz serena, como sempre, e na minha cabeça passa um filme de nós os dois. Os jantares, os natais, as viagens, o pedido de casamento, tudo.

- Liam sai! – Grito. Ele continua com a expressão calma e agora estava a ficar furioso com ele, como podia estar assim num momento destes.

- Acho que é melhor seguires o conselho do teu ex-namorado Liam. – Olhamos os dois para o Rodrigo. – Então Henry não lhe contas-te que estávamos juntos?

Eu e o Liam trocamos olhares e ele percebe que era mentira, era lindo como poderíamos nos entender só com um olhar.

- Rodrigo tu não queres magoar o Henry, tu na verdade queres-me a mim, porquê que não trocamos? – Neste momento queria matar o meu noivo, ele poderia estar a salvar-me mas estava a tirar-se para a morte, e com isto começo a chorar lentamente e silenciosamente.

- Senhor Dantas ... - Tenta falar um dos polícias mas é interrompido pelo sinal de mão de Liam que mostra claramente que está decidido que era isto que queria, mas eu não quero mesmo.

- Então Rodrigo? – Questiona o meu namorado, reforçando a proposta.

O Rodrigo parece surpreendido e ponderar na proposta e passado mais alguns minutos ele sorri, um sorriso doentio e sádico.

- Quero tudo muito devagar e se tentarem alguma coisa eu disparo, todos com as armas baixadas! – Grita e após uma hesitação por parte dos inspetores e polícias, abaixam todos.

Liam começa a aproximar-se lentamente e com muito cuidado, e o meu coração só aumentava a cada passo que ele dava na nossa direção, e nem falo do nervosismo pois acho que nunca estive tão nervoso na minha vida.

Liam chega á nossa frente e levanta as mãos.

- Tira as roupas superiores! – Ordena o Rodrigo.

Liam despe as roupas e fica de tronco nú, uma visão magnífica se não estivéssemos nesta situação.

- Está, agora deixa o Henry.

No momento em que ele me deixa, eu ouço dois disparos, foi tudo muito rápido, tão rápido que nem percebi quem atirou, mas após olhar para traz vejo que o Rodrigo foi atingido bem na testa por um polícia mas o que fez com que o meu coração parasse de bombear sangue para as células, células essas que também parecem morrer.

O Liam estava todo banhado por sangue, tinha sido baliado na barriga.

Corro rapidamente até ele e felizmente ele ainda está consciente.

- Liam! Liam! Não por favor, não faças isto, eu preciso de ti amor! – Digo desesperado e as lágrimas começam a sair dos meus olhos de uma maneira que nunca saíram.

O Liam parecia querer dizer alguma coisa mas estava com muita dificuldade, então conseguiu agarrar na minha mão, mesmo que com pouca força, o toque dele têm sempre a mesma reação no meu corpo, um arrepio enorme e os meus pelos totalmente eriçados.

Ele começou a escrever com os dedos no meu braço e eu fiquei atento ao que ele escrevia, eram movimentos lentos e suaves.

Quando percebi o que era, o meu choro começou a aumentar consideravelmente, o Liam também começa a chorar e a única reação que tenho é beijá-lo, com toda a minha vontade, com toda a minha entrega, com toda a minha atenção, mas sobretudo com toda a minha vida, pois era tudo que lhe podia oferecer depois de me salvar.

Ele fecha os olhos e o meu choro aumenta, eu estava a perder o homem da minha vida. Repousei a minha cabeça sobre o seu peito e chorei. O mesmo filme se passou pela minha cabeça e as discussões recentes fizeram com que a culpa se apodera-se de mim. Ele não merecia, fez tudo por mim, trocou a sua vida pela minha, era injusto.

Levaram-no de mim, mas não tive forças para me levantar, fiquei no chão a chorar como uma criança, até que sinto alguém a abraçar-me e o perfume, era a pessoa que esteve comigo desde que nasci, a pessoa que me ajudou com tudo, o Diego.

- Diego, ele salvou-me e agora está assim! Isto é injusto! Injusto! Agora que nos íamos casar, mas porquê? Que mal fizemos para não podermos ter um futuro? – Gritei desesperadamente, mas o meu irmão só fez o que sempre faz, ouvir-me calado e a abraçar-me.

"Amo-te" foi o que o amor da minha vida me disse por ultimo.


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Henry Paterson.

O Amor proibido  (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora