Capítulo 15

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Silêncio. Foi tudo que ouvi durante alguns minutos, enquanto estava a controlar a minha súbita raiva por ver aquela pessoa sentada no meu sofá, e na minha casa.

- O Hugo veio pedir desculpa pela notícia. – Responde finalmente Liam.

A minha raiva aumentou consideravelmente depois de ter a certeza que foi ele o culpado. Para tentar mais uma vez controlar as minhas emoções e não partir para cima do Hugo, olho para Mike e faço-lhe algumas caricias, brincando com ele.

- Sai da minha casa! – Exclamo, quase num grito. Ele assustou-se mas logo saiu assustado e a correr.

Tento esquecer o que se passou e vou para a cozinha e começo a jantar, mas não faço questão de chamar o meu namorado.

- Ainda estás chateado comigo? – Questiona encostando-se na porta da cozinha.

- Eu já não estava e até comprei pizzas para aliviar, mas chego aqui e vejo aquele estúpido  na minha casa?

- Ele só se veio desculpar Henry! Eu conheço o Hugo e sei que está arrependido.

Solto um riso irónico.

- Conheces tão bem que ele publicou uma noticia em que só nos difamava! Também quero amigos desses.

- Estás a tentar dizer que eu é que tive culpa de tudo? – Pergunta e eu não respondo. – Sério Henry? Como é que eu podia adivinhar que ele iria fazer isso? Como é que eu ia adivinhar que ele ia aparecer aqui?

Calo-me e percebo que talvez ele tenha razão. Ele retira-se da cozinha e vai em direção do nosso quarto.

Foi um dia de muita tensão e estamos a descarregar um no outro sem razão, e é muito injusto estarmos a desgastar a nossa relação porque aquele zé ninguém publicou algo totalmente falso e ridículo.

Acabo de jantar e deixo uma pizza dentro do forno para o Liam depois comer.

Vou até ao quarto e vejo-o deitado de barriga para cima e a olhar para o teto. Encosto-me na ombreira da porta apreciando-o por alguns instantes, até que ele percebe a minha presença e digo:

- Deixei pizza para tu comeres.

- Fiquei sem fome.

Responde friamente mas percebo a tristeza por trás da sua voz. Deito-me de barriga para baixo, ao seu lado e começo a brincar com os seus dedos, e depois repouso a minha cabeça na sua barriga.

- Desculpa, talvez esteja a ser um bocado duro contido por conta do que aconteceu hoje. – Ele começa a fazer cafuné. – E depois vejo aquele idiota ao teu lado, e devo confessar que tive ciúmes, afinal ele está apaixonado por ti. – Confesso e ele ri.

- Tudo bem, eu também escondi algo que não devia, mas nós estávamos tão bem que não quis incomodar a nossa relação com algo, que eu pensava ser insignificante.

Assinto e abraço o seu tronco. Ficamos alguns minutos assim, abraçados e a sentir a presença um do outro e o seu cheiro habitual já estava a entrar no meu nariz e eu sinto-me cada vez mais confortável, até que eu decido que seria melhor eu contar do projeto.

- Fui á empresa.

- Sério? O que foste lá fazer? Dizes sempre que não gostas de estar lá porque te faz lembrar do teu pai. – Responde o meu namorado.

- É mas consegui, e antes fui até ao cemitério vê-o e aproveitei para pensar. – Liam olha para mim com uma expressão feliz.

- Fico orgulhoso por estares a conseguir finalmente melhorar. – Eu contei ao Liam de todos os problemas que tive e de uma possível bipolaridade que eu pudesse estar a criar, nos anos seguintes á morte do meu pai, nuns momentos eu estava muito feliz e noutros estava muito depressivo e foi isso que fez a Mafalda desconfiar da bipolaridade, mas com o seu acompanhamento e depois de conseguir o emprego, eu melhorei, e desde que conheci o Liam nunca mais tive uma fase de depressão, o que me faz ter a certeza que o amo.

- É e depois tive uma ideia de um projeto que eu queria ter quando acabasse faculdade mas que foi um bocado esquecido. E falei com o meu irmão e o projeto vai avançar nos próximos tempos.

- E que projeto é esse? – Questiona o meu namorado, curioso e atento ao que eu disse.

- Um colégio. – Ele olha-me surpreso e logo após abraça-me com mais intensidade.

- Tu estás a dizer que daqui algum tempo vais ser o dono de um colégio? – Assinto muito rapidamente. – Henry temos de festejar.

- É, eu tinha trazido pizza. – Falo triste.

- Podemos festejar de outra maneira, e acho que é bem melhor que pizza. Não concordas? – Questiona com um sorriso atrevido e com a mão sobre a minha calça onde um volume começa a aparecer, após sentir o seu toque, o Liam tinha esse poder que mais ninguém tinha, excitar-me só com um toque.

- Definitivamente essa é a melhor maneira de festejar. – Respondo e subo para o colo do Liam e começamos uma saga de beijos.

Estava orgulhoso de mim, dele e principalmente de nós juntos. Estava muito feliz por sentir que existe um futuro para nós, e o mesmo pode ser feito cheio de sorrisos e amor. Eu o futuro diretor do meu colégio e o meu namorado um futuro médico.

Ansioso e muito feliz por estar ao lado de quem amo. 


***

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Henry Paterson!

O Amor proibido  (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora