Acordo devido aos raios de sol que iluminam todo o meu quarto, levanto-me, vou a casa de banho e sem preocupações por ser sábado dirijo-me á cozinha para tomar o pequeno-almoço / café.
Mal chego á cozinha assusto-me, o Liam estava sentado a comer, ao que parece, cereais. O seu olhar percorre todo o meu tronco, que estava despido e fica com uma expressão, diria eu que apreciadora.
- Desculpa, esqueci-me completamente! – Disse virando-me para voltar ao quarto.
- Henry, a casa é tua, estás como quiseres. – Fala e dá uma pequena e deliciosa gargalhada.
- Tudo bem, vou só vestir uns calções.
Após me vestir, voltei á cozinha.
- Eu servi-me, espero que não te importes.
- Está á vontade. – Sentei-me ao seu lado com o meu café e duas torradas. Olho para o relógio e reparo que está muito próximo do meio-dia, eu realmente dormi muito depois de ter tomado o comprimido. – Liam, daqui a pouco vai vir uma amiga que vai almoçar conosco, tudo bem?
- Sim, eu vou ter de voltar a minha casa para buscar algumas coisas, mas volto para almoço, queres que traga alguma coisa?
- A Mafalda disse que ia trazer comida para todos, não há melhor comida que a da mãe dela. – Disse e ri acompanhado por ele. – E não te vais cruzar com os teus pais?
- Não, eles iam viajar este fim de semana, e assim aproveito e pego tudo necessário, livros, telemóvel e roupa. – Assenti e após tomarmos o pequeno almoço ele saiu.
Dou ração ao Mike e pouco depois a Mafalda chega.
- Bom dia! – Exclama ela com a sua alegria habitual e dá-me um abraço.
- Bom dia.
Ela faz uma caricia ao Mike e logo depois pergunta:
- Melhor desde ontem?
- Sim, acho que uma boa noite de sono resolveu bem.
Ela olha-me desconfiada e diz:
- Fico contente Henry, mas quero que me avises sempre que acontecer. – Assenti e ela vê a taça de cereais, que o Liam comeu e que eu os tinha aí propositadamente só para a Mafalda. – Porquê que comeste os meus cereais se tu nem gostas de cereais, Ry!?
- Não fui eu, foi o Liam. – Respondi.
- Ah o teu novo amigo, conta lá tudo. – Disse ela com tom de malícia ao pronunciar "amigo".
Conto-lhe tudo o que aconteceu e ela diz:
- Ry, aluno? Meu deus, é maior de idade ao menos?
- Primeiramente, ele é só um aluno que eu ajudei como poderia ter ajudado outros que estivessem na sua situação. E sim, é maior de idade. – Respondi, ocultando claro todos os factos que tenho reparado no Liam, cabelo, olhos, e aquele abraço.
- Henry conheço-te á anos, e nunca te vi apaixonado por ninguém, tirando aqueles casos de noite, tu nunca te apaixonaste mesmo a sério e espero estar enganada ou não, mas pareces diferente, para nem falar que quando tens uma recaída passas 2 dias mal, e hoje curiosamente estás bem.
- Coincidência Mafalda, não dês asas a essa imaginação fértil.
- Eu sou psicóloga, e sei o que digo e tu estás diferente, espero que ... - O barulho da porta a ser aberta interrompe a Mafalda e logo vejo que é o Liam já com umas novas roupas vestidas e com uma mala. Dirigimo-nos para a entrada e digo:
- Liam, esta é a minha melhor amiga, Mafalda. Mafalda, este é o Liam, um amigo. - Cumprimentam-se e volto a falar. – Queres ajuda com a mala?
- Não, obrigado. Vou desfazê-la agora, quando for para almoçar chama-me.
- Tudo bem.
Passado algum tempo almoçamos animadamente e o Liam foi o tema, fiquei a saber que ele quer seguir medicina e tornar-se médico, o que é interessante.
A Mafalda foi embora e passei a tarde toda a ver uma série na netflix, até que o Liam aparece na sala e fala:
- Bem, como eu faltei a semana anterior estava a estudar e só falta matemática e tenho algumas duvidas, podes-me emprestar o teu lado professor. – Sorri por vê-lo envergonhado.
- Tudo bem, vamos lá. - Respondo.
Ajudei-o em várias coisas que falei nas aulas em que ele faltou e no último exercício que estava a explicar, percebi que ele não estava a prestar atenção e estava a olhar para mim. Quando reparei, encarei-o também e pude ver o seu olhar hipnotizante e indecifrável, e reparei no quanto os nossos rostos estavam perto um do outro e apesar de estar assustado, estava a sentir-me bem com isso.
Liam desvia o seu olhar para os meus lábios e quando realmente ele iria avançar e cessar os nossos lábios num beijo, um resto de juízo e bom senso na minha cabeça funcionou e afastei-me, levantando-me e dizendo:
- Acho que já estás a par de tudo, se precisares de alguma coisa é só chamar. – Pude ver o seu olhar de cãozinho abandonado antes de abandonar o quarto.
Fui para a minha cama e deitei-me lá e o Mike com a cabeça apoiada na minha barriga. As palavras da minha melhor amiga não me saiam da cabeça, mas não me posso apaixonar por um aluno meu, as consequências podem ser graves para ambos se alguém souber que nos envolvemos e eu não quero perder o meu primeiro emprego e o Liam não precisa de ser rotulado de uma coisa que ele não é. Mas por outro lado ele realmente é muito bonito, e mais novo que eu, que é a minha preferência, e por outro lado ele parece ser tão ... frágil que dá vontade de cuidar dele.
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Henry Paterson!
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O Amor proibido (Romance gay)
RomansaHenry Paterson, um jovem professor de matemática de 24 anos, começa a sua carreira e é confrontado por sentimentos proibidos aos olhos de todos, mas que aos seus e de Liam, seu aluno, são sentimentos intensos, que os fazem passar por vários obstácul...