Capítulo 52 - Goodbye, Stark's family

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Long Island - Madrugada.

A feiticeira varreu o ambiente com os frenéticos globos oculares. Corpos para todos os lados. Sua vista, por fim, encontrou atrás de si o corpo caído de Howard, com uma feição mórbida de angústia e paz, ao mesmo tempo. Apesar de tê-los impedido de encontrar o cubo e ter finalizado todo e qualquer plano de Jude, o terceiro ponto não fora concluído: manter os Stark vivos. Sua cabeça, lotada por um mar de falhas, pesava em uma demasiada preocupação acerca do filho mais jovem do casal.

Tony Stark, o pequeno garoto, ficaria desolado ao saber sobre a morte do Stark mais velho. Howard sempre fora seu maior ídolo. Aos vinte e um anos, os trejeitos e traços do pai o assolavam, evidenciando a todos sobre a própria linhagem descendente. Não havia como negar a influência de um sobre o outro. Os conhecidos o chamavam pelo apelido que a figura paterna o dera e, por mais que não fosse, verdadeiramente, uma criança, Anthony era magro e de estatura mediana, quase igual à Lynn. Isso o deixava mais jovial do que era.

Moon fixou-se ao olhar inexpressivo do velho amigo, agora, com a pele pálida e no rápido processo de rigidez pós morte, sem que segurasse as inúmeras emoções. A mulher caiu sobre os joelhos, a tocar a face envelhecida do homem, e pôs-se a derramar pesarosas lágrimas, as quais caíam às bochechas pouco carnudas do que, um dia, fora um inventor otimista e mirabolante. Seus polegares passeavam por toda a extensão superficial de rosto gelado, relembrando-a dos momentos que puderam desfrutar em sua longa amizade, que, indubitavelmente, a faria falta rotineiramente.

Descanse em paz, meu querido amigo, que os anjos os guiem em direção à luz. — Sussurrou, referindo-se, também, à Maria, que repousava em uma maca gelada do necrotério da Shield. No planejamento arquitetônico, Moon projetara uma clínica subterrânea, com todos os equipamentos necessários para agentes que chegavam tanto em vida, quanto mortos, o que os poupava tempo e evitava a correria da base aos hospitais locais.

A brisa fúnebre da madrugada dramatizava o ambiente por vias mais sólidas, deixando-a deprimida a cada minuto que corria por seu infindo relógio mental. Moon esfregou o dorso da mão contra as olheiras profundas, buscando interromper o curso salgado de sua tristeza, e tratou de transportá-lo à Shield, como fizera com todos os outros corpos, sem exceção. Infelizmente, seu trabalho não a permitia atrasos e, tampouco, mágoas prolongadas. Lynn estava ferida, no entanto, precisava seguir em frente e, principalmente, ser forte por, e para, Anthony Stark.

A caminhada analítica requeria atenção contínua ao captar as evidências e os rastros dos oponentes, no intuito de construir um detalhado arquivo completo, que ficaria no banco de dados do sistema operacional de sua agência e serviria para fins futuros. Como mencionara ao colega, a instituição não era perfeita. Não havia como prever os tipos de infiltrações-espionagens que a Hidra, ainda, poderia realizar.

Suas pernas cansadas a deslocaram à esquina onde Maria fora encontrada e, de relance, identificou um celular pequeno, pouco tecnológico, agachando-se de frente para o aparelho móvel, que brilhava sob a luz da incandescente lua. Seus dedos ágeis dobraram-se no metal do objeto, sem demoras para notar que pertencera a Howard. O moreno, embora apreciasse invenções quase impossíveis, não era muito atualizado quanto aos aparelhos celulares da época que, aos poucos, aprimoravam-se às necessidades do público-alvo.

Lynn, que não tinha o costume de se comunicar pelo tal aparelho desatualizado, deparou-se com os vários botões letrados e enumerados, porém, desenrolou-se sem muitas dificuldades. A caixa de mensagens continha um último texto, enviado horas antes do ataque. Moon o abriu, temerosa pelo que poderia ser lido nos pixels visíveis da tela compacta e, vagarosamente, gravou as frases em seu armazenamento mental.

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