Sakura Uchiha
Acabei de completar os oito meses de gravidez e digamos que todos os meus dias até aqui vem beirando a ansiedade; vou segurar o meu bebê, que a pouco tempo descobrimos ser uma menina, em breve e todo o tempo eu fico pensando se serei uma boa mãe ou se irei saber cuidar bem dela. Mikoto diz que esse pensamento é comum quando se é mãe de primeira viagem e decidi acreditar nela.
Eu finalmente assumi a empresa da minha família e posso afirmar que estou fazendo um ótimo trabalho, mesmo que ele seja cansativo demais para mim e para Sarada — sim, Sasuke não me deixou em paz por causa desse nome, que no final das contas é bonito.— Shizune eu irei pra casa. Sarada parece que me odeia ao ponto de não me deixar em paz com tantos chutes. — joguei o amontoado de papéis em cima da minha mesa e me levantei da cadeira com dificuldade. Shizune se aproximou com a minha bolsa e sorriu amarelo.
— Talvez seja o salto da bota... — ela murmurou meio incerta enquanto descia o olhar para a minha bota. Soltei um suspiro pesado.
— Ótimo. Até amanhã. — caminhei para fora da minha sala em passos apressados. Quando saí do elevador, consegui avistar Genma do lado de fora pelas portas de vidro da empresa.
Antes que eu pudesse atravessar a porta de vidro, um braço forte me puxou com cuidado pela cintura. Me virei e Sasuke tinha um sorriso divertido nos lábios.
— Calma aí, apressadinha — ele deixou um beijo calmo na minha testa.
— O que tá fazendo aqui?
— Minha mãe teve a brilhante ideia de realizar um almoço no terraço da casa dela e me mandou a tapas pra vir te buscar — caminhamos para o carro com o braço dele ao redor da minha cintura.
— Senhora Uchiha — Genma saudou com a expressão facial levemente vermelha e é sempre assim desde aquele acontecimento vergonhoso em Fira.
— E aí, Genma — falei antes de entrar no carro e ser seguida por Sasuke. Abri a janela e tirei meu sobretudo o jogando em cima dele enquanto suspirava aliviada. Vi a mãozinha nervosa de Sasuke subir pela minha meia calça e então dei um tapa nela.
— Aí! — ele fez um falso som de dor. — Eu só queria pegar na sua barriga.
— Tava indo pelo caminho errado. — suspirei e pousei meu braço em cima da minha barriga. — Temos que ir mesmo? Eu tô uma pilha de nervos e Sarada não sossega desde hoje de manhã.
— Se você quiser podemos avisar pra mamãe que não tá se sentindo bem. — ele acariciou minha barriga lentamente.
Imaginei como Mikoto ficaria chateada e é o mínimo que eu posso fazer pra compensar toda a ajuda que ela me deu.
— Não, tá tudo bem. Eu tô faminta. — e não era mentira.
Quando chegamos, a casa principal estava num completo silêncio e não parecia que haveria almoço ou algo do tipo. Eu já estava me preparando para bater no Sasuke quando Mikoto surgiu muito bem arrumada e com um sorriso grande no rosto.
— Oi, minha querida — ela deu dois beijos em cada bochecha e tocou minha barriga. — Como minha neta está?
— Um pouco agitada, mas tá bem.
Ela soltou uma risada e deu um tapinha no ombro do Sasuke.
— Ótimo. Bom, venham. A comida não pode esfriar — fomos para o quintal e mal pude ter qualquer reação quando um monte de gente gritou "surpresa". Estavam todos lá: meus pais, amigos e todos os Uchihas que parecem brotar nesse mundo. Todos os dias eu conheço um novo.
Tinha uma faixa enorme amarrada entre dois coqueiros com o nome da Sarada e na frente havia uma mesa cheia de comidas e outra com presentes. Pelo menos tinha comida...
— Oi, Sakura. — Kakashi veio até mim e me deu um abraço aconchegante. Nem tive tempo de retribuir pois logo fui puxada pelo Sasuke.
— Quem te convidou mesmo? — o tom de voz dele era pouco amigável. Kakashi deu apenas um sorriso de lado.
— Posso dizer que eu próprio.
Revirei os olhos. Já vai começar.
— Você não é bem vindo nessa casa, meu caro. — Sasuke soltou minha cintura e se aproximou sorrateiramente de Kakashi.
— Já chega, pelo amor de Deus. — me segurei para não me estressar e me afastei dos dois um pouco irritada. Fui até meu pai, que estava com Fugaku e Madara, e o abracei rapidamente.
— Ei, querida — ele falou tocando minha barriga.
— Como está sendo comandar uma empresa, Sakura? — Fugaku estava sorrindo e eu suspirei.
— Difícil, mas é gratificante.
Madara soltou um pigarro.
— Imaginei. Uma mulher tão bela como você sab... — Fugaku não o deixou terminar e desferiu um tapa na sua nuca.
— Você não tem respeito nem pela esposa do meu filho?
Madara fez uma careta acariciando o lugar em que levou o tapa.
— Eu só tava elogiando...
Rimos juntos e engatamos numa conversa sobre a Sarada. A festa só terminou às 20:00 e eu agradeci aos céus quando cheguei em casa; poderia finalmente relaxar e ter a conversa com Sasuke que venho adiando a muito tempo.
— Suas costas ainda doem? — ele estava massageando os meus pés enquanto eu terminava de comer um pedaço do bolo que trouxemos do chá de bebê. Tava delicioso.
— Um pouco. — murmurei colocando o prato na cabeceira. — Precisamos conversar. Estou adiando esse assunto tem meses.
Sasuke me olhou preocupado e se sentou do meu lado.
— Pode falar.
Respirei fundo. Não ia ser fácil, mas era necessário.
— Eu vou passar os últimos meses da gravidez em Suna. — falei rapidamente, mas decidida.
Sasuke me olhou espantado e depois balançou a cabeça com um sorriso confuso.
-— O quê? Como assim em Suna? O quê?
Foi ideia da Temari. Segundo ela, eu perdoei Sasuke facilmente, o quê é verdade, e ele merecia sofrer um pouco pelo que me fez passar.
— Temari se mudou pra lá recentemente e... me convidou pra ficar lá por um tempo. — me levantei e cruzei os braços.
— Sakura... eu quero está com você quando nossa filha nascer... eu preciso participar disso. — Sasuke ainda estava atordoado e eu quase acabei com um plano que levou meses pra ser decidido.
— Eu sei. Sei. Mas eu nunca esqueci a forma que fui tratada por você quando descobri que estava grávida... — na verdade, esqueci sim. Mas ele merecia sofrer um pouco.
— Admito que fui sim um idiota, amor, mas eu me arrependi. Só fiquei assustado, fiquei com medo de não ser um bom pai... por favor, Sakura.
— A decisão já está tomada. Eu irei amanhã pra Suna...
— Sakura...
Respirei fundo e encarei o chão para segurar as lágrimas que lutavam para sair.
— Quero dormir sozinha, Sasuke. Você pode se retirar?
Foi agoniante ver a mágoa no seu olhar. Ele iria falar algo, mas virei o rosto. Quando ouvi a porta se fechando, deixei as lágrimas caírem sem reprimir nada. Chorei todas as frustrações até cair no sono.
——————
Ultimamente eu só tô a Sakura: chora até dormir (':
Olha só quem voltou, beninas. Depois de muito tempo eu me senti bem o suficiente para escrever algo; não saiu o que eu imaginava, mas foi o máximo que consegui. Era para a att de Soulmate sair no dia 23, mas não deu certo (': espero também poder att ela logo.
Obrigada por não desistirem de mim e até o próximo capítulo 🌼
#Fiquememcasa
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A Prometida
RomanceDesde seu nascimento, Sakura Haruno havia sido prometida à Sasuke Uchiha para garantir a renomada aliança comercial entre o clã Haruno e o clã Uchiha. Com o passar dos anos e com o casamento cada vez mais próximo, ela se viu forçada a detestar o se...