Capítulo 4

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Draco p.o.v

Cheguei no meu salão comunal com Lyra dormindo nos meus braços. Quando entrei, todo mundo ficou me olhando, já era de se imaginar. Fui para o meu quarto e coloquei a garotinha na minha cama. Blásio e Crabbe entraram logo em seguida com cara de quem não ia aguentar ficar com a boca fechada.

- Malfoy, que criança é essa? E por que ela vai dormir no nosso quarto? - perguntou Crabbe, falando baixo para não a acordar - engraçado, ela me lembra você, e a sangue-ruim também - ele disse a examinando.

- é uma longa história. - falei olhando para Lyra que estava inquieta na cama.

- papai? Olha! O tio Blásio e o tio Crabbe! Oi! - ela disse abrindo os olhos.

- papai? Draco, explica isso.

- bebê fica deitada e daqui a pouco eu volto, tá bom?

- sim, senhor.

Saí do quarto com meus amigos e fomos para um canto vazio da sala comunal.

- é o seguinte, hoje a noite eu descobri que tenho dois filhos, não, três! Três filhos. Dois deles quebraram um via-tempo e vieram parar aqui, são gêmeos, um menino e uma menina.

- por Merlin! Já sabe com quem vai ser? - perguntou Crabbe.

- nossa aquela janela é fascinante né? - nem sei o que deu na minha cabeça.

- Malfoy! Desembucha!

- tá! É com a...a...com a....

- fala logo! - Blásio falou impaciente.

- com a Granger! - eles ficaram sem palavras.

- você vai se casar com uma sangue-ruim?!!! Ela é bonita, mas ainda é o que é. - Crabbe falou estupefato.

- pelo que meus filhos me disseram, sim!

- e se for mentira?

- a menina tem o cabelo dela, os traços do rosto também!!!

- qual o nome dela mesmo? - perguntou Blásio.

- Lyra.

- ela tem seus olhos...e a sua palidez também.

- e o jeito também! Ela tem uma arrogância digna dos Malfoy!

- e tem um menino também? - assenti com a cabeça - qual o nome dele?

- Scorpius.

- você me disse uma vez que suas constelações favoritas era a Lyra e Scorpius, não é?

- é Blásio, parece que dessa vez eu escolhi o nome. Tem mais uma, o nome é Rose, é a mais velha, Lyra me disse no caminho da sala da Minerva que a minha filha mais velha não puxou nada da Granger e que a sangue-ruim brinca dizendo que ela é exatamente a amostra de como eu seria se fosse mulher - meus amigos continuavam estupefatos - mas ela não estava por perto e o vira-tempo não a sugou - será que ela está em Hogwarts? - aposto que quem escolheu o nome foi a Granger, ela faz o tipo que deve gostar de nomes assim.

- como o menino é? - Crabbe perguntou.

- loiro e pálido como eu, o rosto é minha cópia fiel mas os olhos são idênticos ao da Granger - nesse momento, senti alguém puxar a minha roupa.

- papai! - Lyra estava chorando e entrei em desespero pela milésima vez essa noite.

- o que foi? Por que você está chorando? Se machucou? Está doendo? Ficou doente? - eu disse examinando os braços dela e pondo a mão na sua testa. Meus amigos ficaram rindo, mas acho que foi de nervosismo.

- não! Eu só estou com medo do seu quarto, ele é muito escuro.

- quer me matar de susto? Vamos ligar o abajur - a peguei no colo e fui até meu quarto. Crabbe e Blásio me seguiam.

Deitei ela na cama e liguei o abajur. Quando eu ia sair do quarto ela me chamou novamente.

- quando a Anna vai chamar a gente para jantar?

- Anna? Quem é essa?

- nossa criada, ora! Tá com amnésia pai?

- ela é sua filha mesmo - Crabbe falou balançando a cabeça como um sinal de não.

- filha, a hora de jantar já passou. Você não comeu ainda?

- não.

- e agora? O que você vai fazer? - Blásio falou me cutucando.

- Crabbe - olhei para o meu amigo que fingiu que não ouvia nada do que dissemos sobre comida - me dá logo! É para uma criança, seu egoísta!

- que saco! Eu sabia que devia ter trazido mais besteira - ele falou mexendo em um baú cheio de guloseimas.

- tio Crabbe, posso escolher? - Lyra falou com uma cara fofinha e irresistível, ela acabou conseguindo o que queria, que orgulho da minha filhinha - obrigada, tio! Quer comer comigo?

- não obrigada, estou cheio.

- que bom! Eu não queria dividir mesmo! Mas a mamãe e o papai disseram que eu tenho que ser educada. - ela disse com a maior sinceridade do mundo, acho que eu até fiquei vermelho depois dessa. Meus amigos e eu nos entreolhamos e caímos na gargalhada - pai, por que o senhor chamou a mamãe de sangue-ruim ao invés de "meu amor"? Se continuar ela vai lhe bater de novo com a frigideira, igual quando o senhor chamou ela de "irritante" e ganhou um galo enorme na testa - meus amigos começaram a rir de novo.

- tá apanhando da Granger, Malfoy? De novo? Não aprendeu no terceiro ano, não? - Crabbe disse. Por Merlin! Essa garota vai acabar com a minha reputação!

- Lyra, já acabou? Está na hora de criança ir dormir! - falei a ela.

- papai, o senhor está vermelho tanto quanto o cabelo da madrinha Gina.

- puxa! Eu nem sei porque. - eu disse ironicamente antes de associar o que ela disse - espera! A cabeça de cenoura é sua madrinha?

- sim! Ela é muito legal! Ahhh!!! Eu esqueci de contar uma coisa! A Rose e o Alvo estão mesmo se gostando, até rolou um selinho, eu vi! Agora pode me pagar os cinco galeões que o senhor me prometeu.

- QUEM É ALVO? É EM QUEM EU VOU MIRAR UM AVADA KEDAVRA?

- calma pai! É o filho da tia Gina e do padrinho Harry.

- O FILHO DO POTTER ESTÁ PAQUERANDO A MINHA FILHA????

- pai! Não fala para Rose que eu te contei isso! Senão ela me esgana!

- O ÚNICO AQUI QUE VAI SER ESGANADO É O POTTER! MATO ESSA DESGRAÇA ANTES DA CRIA DELE NASCER!!! - eu disse enfurecido indo rapidamente até o salão comunal da Grifinória.

- PAI ESPERA AÍ!!!!! E OS MEUS CINCO GALEÕES??? O SENHOR PROMETEU!!!!

Durante todo o caminho Lyra me seguiu, enquanto isso, Crabbe e Blásio perdiam a corrida para uma criança. Fomos todos bem quietos para Filch não nos ver. Chegando na mulher gorda falei a senha "casa da coragem", senha mais brega não existe. Descobri quando passei em frente do quadro mais cedo e uma Grifana estava entrando e acabei ouvindo as palavras chave.

Os Gêmeos Granger-Malfoy: Confusões de um vira-tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora