•Prólogo•

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Existir

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Existir. Eu apenas existia. Não era como se eu tivesse sido criada em uma família clichê, dessas de livros e filmes, cercada de amor e carinho. Mas meu pai fizera o possível para mim, e mesmo isso não me tirou a  erma existência. Sexo não mudava isso que eu sentia dentro de mim, não tinha auto-suficiência no mundo que mudaria isso. Nada mudaria isso.

O pai relaxou comigo depois que eu cresci, quando fiz meus dezoito anos ele se jogou na noite com as prostitutas e a jogatina e se endividou, sempre tinha um colocando sua cabeça a prêmio. Mas atualmente ele tinha entrado em uma dívida maior, uma com a máfia local, a “Cosa Nostra”. Simona é conhecido em toda a Sicília, assim como o seu chefe e cada membro da organização criminosa, cheia de critérios e regras.

Já esbarrara com os capangas deles algumas vezes, mas a última foi a que me deixou mais temerosa. Papai tinha feito uma dívida muito grande e não pagara, e dessa vez não tinha como eu pagar uma dívida tão alta, nem que eu trabalhasse toda a minha vida eu conseguiria, e eu ainda tinha que arcar com as despesas da faculdade e do pequeno apartamento que morávamos na parte mais decadente da Sicília.

Estava voltando pra casa agora, a noite fria e os chuviscos caindo do céu no capuz da minha blusa, que cobria os meus cabelos compridos.

Em um braço, estava os meus novíssimos livros da faculdade de direito penal, — estranho escolher essa profissão quando moro no meio de criminosos.

Estava animada porquê comprara meus livros novos, depois de muito trabalhar em uma lanchonete aqui e uma boate ali. Mas no fim, conseguira os livros que eu precisava, já estava muito agradecida por ter ganhado uma bolsa de 50% na faculdade/universidade local e, se eles não tivessem me ajudado eu não estaria aqui agora. Talvez em um dos clubes de strip-tease da máfia, tentando ganhar a vida com o meu corpo. Papai sempre me apoiara sobre isso, — fazer a faculdade — e sair da Itália. Ao contrário do que muitos pensam, ele nunca quis que eu pagasse uma dívida dele, ao contrário, era contra isso, querendo me proteger ao extremo, um pouco tarde já que ele estava afundado nas dívidas — e automaticamente, colocou a nós dois em perigo.

Essa noite em especial, depois de ter saído da faculdade, estava sentindo um forte aperto no peito. Papai sumira e me deixara sozinha, à uma semana atrás três capangas da  C.N¹ viera até o apartamento em que moramos e deram uma semana para papai aparecer e pagar a dívida. Tinha completado uma semana hoje, e eu estava prevendo o pior. Sabia que alguma coisa ia acontecer. Por isso estava dando passos tão curtos na direção do apartamento, meu coração saltando para a boca quando vi a esquina que ligava a rua do conjunto de apartamentos — de um andar apenas a que eu estava nesse momento.

Respirei fundo, fechando os olhos quando cheguei na esquina. Oh céus,  tinha alguma coisa errada, isso não estava certo.

A rua sempre ficava cheia de bêbados e drogados a uma hora dessas, e hoje em comum não estava. Não. Tudo estava silencioso e eu podia ouvir o barulho da leve garoa batendo nos tetos das casas e prédios decadentes a minha volta, o vento soprava em meus ouvidos, trazendo as pequeninas gotas de chuva para o meu rosto.

Atração Proibida | Série "Donos da máfia" | Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora