O desconhecido riu, seus dentes perfeitamente brancos e alinhados, — com exceção de um único, quase imperceptível, depois de dois atrás do canino — brilhava dourado, com certeza era de ouro.
— Eu não fiz nada, por favor, eu posso trabalhar para pagar! — exclamei desesperada quando ele me puxou com ele na direção do meu apartamento.
— Fique quieta. — agora ele não sorria mais, estava sério, impaciente até.
Lágrimas involuntárias saíram dos meus olhos, rolando para baixo pelas minhas bochechas enquanto ele me puxava para o carro, e eu o seguia, não tinha nenhuma outra opção. Não era como se eu pudesse me soltar dele e sair correndo.
Passamos por uma poça d'água e acabei escorregando, mas o desconhecido me segurou, me impedindo de cair. Os meus livros caíram no chão, perto da poça e eu me estendi para pegá-los, mas o homem não me liberou nem para isso.
— Eu preciso pegá-los, trabalhei muito para comprá-los.
Ele bufou e acenou para os homens que estavam perto do meu apartamento. Um deles veio e pegou os meus livros, só então deixei o homem me levar até a Mercedes preta estacionada ali.
— Entre e fique quieta. — ordenou quando abriu a porta.
Entrei e me encolhi perto da janela, meus olhos queimando de desespero.
Mas o que eu podia fazer? Não tinha como fugir, correr, não quando tinha três homens enormes muito perto de mim, me vigiando.
O loiro de traços fortes entrou no banco do carona, um dos de terno entrou e sentou ao meu lado e o outro assumiu o banco do motorista.
Ele dirigiu para fora do estacionamento do meu apartamento e entrou na rua de pedra, dirigindo pelas ruas mais largas de Palermo, passando pelo tráfego movimentado da avenida principal para o outro lado da cidade. Era onde as pessoas mais ricas moravam, e onde também ficavam os mafiosos.
Sem perceber, soltei um gemido desanimado ao notar que eles não planejavam apenas me matar. Me manter presa talvez, em algum porão imundo e cheio de ratos, passando fome e sede... “Não imagine muito, Verônica, não é do seu feitio”.
Balancei a cabeça, voltando a minha atenção para fora da janela. O carro começou a desacelerar quando entrou em uma rua pouco iluminada, com casas e prédios decadentes, — muito parecidos com aqueles bairros mais pobres do Brooklin nos Estados Unidos, onde uma parede era colada na outra.
O carro parou em frente a uma casa em particular, pequena e espremida entre dois prédios de tijolos vermelhos, suas paredes eram apenas rebocadas, também estavam pinxadas com siglas que eu não entendi, mas uma sim, eu entendi perfeitamente. C.N. 'Cosa Nostra'.
Estremeci, e olhei para a frente. O desconhecido lindo e loiro abriu a porta e saiu, vindo abrir a minha porta também.
Assim que ele o fez, o ar frio da noite bateu no meu rosto, me fazendo tremer um pouco. Segurei os livros que o homem ao meu lado me entregou com força enquanto o loiro estendia a mão para mim. A segurei relutante enquanto saía do carro e me colocava de pé perto dele, saindo da rua e indo para a frente da casa abandonada. As janelas eram de metalão e estavam enferrujadas, mas não tinham nenhuma greta que revelasse o que tinha dentro dela.
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Atração Proibida | Série "Donos da máfia" | Livro 4
RomanceATENÇÃO-Esse livro contém palavras de baixo calão, sexo explícito. +18(Maiores de dezoito). Até quando ela pagaria pelos erros do seu pai? Cansada de se responsabilizar pelas inúmeras dívidas não pagas do pai, Verônica Marini resolve deixar a Itáli...