Verônica
Engoli em seco, lágrimas lutando para sair dos meus olhos. Algo não estava certo, Nicola estava quieto demais, sentimental demais, nunca o vira chorando antes.
Acariciei as costas amplas, me sentindo perdida em seu calor, em sua pele macia e cheia de cicatrizes. Mas tinha que saber o que estava havendo, precisava saber.
— Nicola. — chamei, me afastando dele para encará-lo. Os lindos olhos de cores mescladas estavam avermelhados, o verde neles mais pronunciado. — O que está havendo?
Ele continuou me olhando, parecia perdido, amedontrado.
Ele me beijou, sua língua fazendo movimentos suaves contra a minha, os lábios ternos contra os meus. Aproveitei o beijo, enfiando os dedos pelos cabelos compridos em seu couro cabeludo.
Eventualmente nos afastamos em busca de ar.
— O seu pai está morto. — ele disse de repente.
Me sentei, puxando o cobertor para cobrir os meus seios. Papai, morto?
Franzi o cenho, sentindo o meu coração palpitar dentro do peito. Sabia que tinha alguma coisa errada, e papai, sempre tão gentil comigo, cavara a própria cova no fim. Isso era atormentador.
Fechei os olhos, deixando as lágrimas quentes correrem pelas minhas bochechas, deixando a dor da perda fluir pelo meu corpo.
Respirei fundo, engolindo em seco logo depois.
— Ele... Quem o matou? — olhei para Nicola por cima do ombro, ele me fitava sério, os olhos não mais avermelhados.
— Ainda não sabemos, mas provavelmente deva ser algum dos inimigos dele, você sabe como o seu pai era.
Meneei a cabeça. Papai arrumava muita encrenca nas suas jogatinas, por isso estava sempre devendo dinheiro para a máfia.
— E o corpo?
— Foi encontrado fora do nosso território, em decomposição.
Respirei fundo. Sempre achei que estava pronta para quando recebesse a notícia da morte de papai, mas não esperava por isso, por essa dor sufocante.
Nicola continuou calado, e eu sabia que tinha mais, agora eu sabia o “quê”era o “mais”.
Suspirei pesadamente.
— Verônica....
Levantei a mão, o calando.
— Eu já sei, agora eu sei. — abaixei o olhar para as minhas mãos, agarradas ao cobertor sobre os meus seios. — Terei que ir embora, não é mesmo?
Ele continuou calado, depois de alguns segundos, Nicola se sentou e me puxou para o peito dele.
Deixei que ele me acariasse, me desse carinho, já que essa seria a nossa última vez juntos.
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Atração Proibida | Série "Donos da máfia" | Livro 4
RomanceATENÇÃO-Esse livro contém palavras de baixo calão, sexo explícito. +18(Maiores de dezoito). Até quando ela pagaria pelos erros do seu pai? Cansada de se responsabilizar pelas inúmeras dívidas não pagas do pai, Verônica Marini resolve deixar a Itáli...