•Capítulo Treze|Parte 2•

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Verônica

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Verônica

Engoli em seco, lágrimas lutando para sair dos meus olhos. Algo não estava certo, Nicola estava quieto demais, sentimental demais, nunca o vira chorando antes.

Acariciei as costas amplas, me sentindo perdida em seu calor, em sua pele macia e cheia de cicatrizes. Mas tinha que saber o que estava  havendo, precisava saber.

— Nicola. — chamei, me afastando dele para encará-lo. Os lindos olhos de cores mescladas estavam avermelhados, o verde neles mais pronunciado. — O que está havendo?

Ele continuou me olhando, parecia perdido, amedontrado.

Ele me beijou, sua língua fazendo movimentos suaves contra a minha, os lábios ternos contra os meus. Aproveitei o beijo, enfiando os dedos pelos cabelos compridos em seu couro cabeludo.

Eventualmente nos afastamos em busca de ar.

— O seu pai está morto. — ele disse de repente.

Me sentei, puxando o cobertor para cobrir os meus seios. Papai, morto?

Franzi o cenho, sentindo o meu coração palpitar dentro do peito. Sabia que tinha alguma coisa errada,  e papai, sempre tão gentil comigo, cavara a própria cova no fim. Isso era atormentador.

Fechei os olhos, deixando as lágrimas quentes correrem pelas minhas bochechas, deixando a dor da perda fluir pelo meu corpo.

Respirei fundo, engolindo em seco logo depois.

— Ele... Quem o matou? — olhei para Nicola por cima do ombro, ele me fitava sério, os olhos não mais avermelhados.

— Ainda não sabemos, mas provavelmente deva ser algum dos inimigos dele, você sabe como o seu pai era.

Meneei a cabeça. Papai arrumava muita encrenca nas suas jogatinas, por isso estava sempre devendo dinheiro para a máfia.

— E o corpo?

— Foi encontrado fora do nosso território, em decomposição.

Respirei fundo. Sempre achei que estava pronta para quando recebesse a notícia da morte de papai, mas não esperava por isso, por essa dor sufocante.

Nicola continuou calado, e eu sabia que tinha mais, agora eu sabia o “quê”era o “mais”.

Suspirei pesadamente.

— Verônica....

Levantei a mão, o calando.

— Eu já sei, agora eu sei. — abaixei o olhar para as minhas mãos, agarradas ao cobertor sobre os meus seios. — Terei que ir embora, não é mesmo?

Ele continuou calado, depois de alguns segundos, Nicola se sentou e me puxou para o peito dele.

Deixei que ele me acariasse, me desse carinho, já que essa seria a nossa última vez juntos.

Atração Proibida | Série "Donos da máfia" | Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora