•Capítulo Quinze•

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Entrei no prédio decadente no centro de Palermo e fui na direção das escadas

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Entrei no prédio decadente no centro de Palermo e fui na direção das escadas. Eu sabia para onde estava indo, e estava tão decidida que nada me pararia naquele momento. Ignorei os protestos dos funcionários que estavam trabalhando no cassino-boate e subi as escadas o mais rápido que pude.

Me encontrei no mesmo corredor que eu estava a primeira vez que vim aqui, — com Nicola. Mas ao contrário dele, não fui para a porta no final do corredor, que  possivelmente era onde Simona ficava. Não, tomei o caminho contrário e subi o outro lance de escadas.

Fui até a porta onde sabia que Maggie estava, atraída como um ímã, e assim que cheguei na mesma, segurei a maçaneta e a abri, entrando no quarto escuro, iluminado apenas pela luz de um abajur.

Maggie ainda estava ali, deitada na cama, suas bochechas mais pontudas do que eu me lembrava, o rosto mais magro, a pele quase translúcida.

Me aproximei devagar da cama, sentindo o meu coração apertar e palpitar. Apertei o dociê na minha mão, então olhei novamente a foto do dociê e o rosto de Maggie. Era ela, estava mais jovem, mas não tinha dúvida alguma. Essa era Maggie, a minha irmã.

Nicola.

Depois de deixar Verônica no antigo apartamento dela, dirigi pelo tráfego movimentado das ruas de Palermo. O mar estava sempre presente, uma vista que sempre me tirava o fôlego, mas que não surtira o efeito que causara nas outras vezes.

Deixei-a, a mulher que amo. Fiz um juramento a mais de quinze anos atrás, jurei com sangue ser leal e colocar a máfia acima de tudo, mãe, pai, irmão, namorada... Mas não pensara que seria tão difícil assim, no final. Essa era uma maldita regra que eu queria quebrar, poder me casar com uma mulher que não pertence a máfia. Era apenas isso que nós impedia de ficarmos juntos. Essa regra.

Estacionei o carro na ciclovia a beira da praia rochosa e saí do mesmo, respirando fundo. Olhei o mar, agora de perto, tentando sentir além da dor que apertava o meu peito.

Mas isso só piorou tudo.

Ao longe, perto das ondas espumosas que quebravam em um banco de areia, um casal adolescente sorria e brincava. Eles tinham uma vida normal, estavam aparentemente apaixonados, e se divertindo.

Eu queria aquilo, ser normal, ter uma vida normal.

A máfia sempre esteve presente na minha vida, meu pai, antigo e renomado capitão de um grupo de soldados em Palermo, me manteve sempre dentro de tudo o que se referia a essa sociedade secreta. Quando completei os meus doze anos, ele fora assassinado no meio de uma das feiras mais movimentadas da cidade.

Ilário, já que não senti remorso algum pela sua morte.

Aos dezesseis anos entrei para a Cosa Nostra, jurei com sangue sobre um santo que a colocaria acima de tudo. Estranho, já que não era o que eu estava fazendo agora.

Atração Proibida | Série "Donos da máfia" | Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora