Abri os olhos, sentindo o meu corpo leve como uma pluma, cercada de calor e por braços e pernas pesadas.
Olhei sobre o ombro e vi Nicola adormecido, os cabelos loiros e espessos cobrindo o rosto. Ele ressonava baixinho, sua perna em cima das minhas me mantendo presa, o cobertor grosso cobrindo nossos corpos com seu calor.
Sorri, nada melhor do que acordar cercada pelo cheiro de homem, — e pelo dono desse cheiro.
Era hilário a forma como Nicola e eu chegamos a esse ponto, era loucura pura, já que mais brigávamos do que nos dávamos bem. Mas como diz o ditado, os opostos se atraem, e eu estava imensamente atraída por Nicola, estava me sentindo bem com ele. Irritá-lo era um dos meus passa-tempos preferidos e eu não me importaria de passar o resto da vida fazendo isso.
Toquei a mão dele que repousava na minha barriga, sentindo aquela avalanche de emoções dentro de mim.
Era tão bom ter alguém, certo, eu tinha papai, que não era um pai ruim, desde sempre cuidara de mim e me dera amor quando a minha própria mãe tinha nos abandonado.
Ele fez o possível para me manter fora das das suas jogatinas, mas agora tinha sumido, desaparecido e me deixado. Isso não era do feitio do papai, ele nunca fugia de nada, era medroso, sim, mas encarava as coisas de frente, sempre me protegendo.
Nicola se mexeu atrás de mim, permaneci quieta, não querendo acordá-lo e fazer aquele momento acabar.
Suspirei derrotada quando senti vontade de fazer xixi. Não podia segurar, tinha que me levantar e ir no banheiro, aproveitaria e tomaria um banho, a minha pele estava com aquela sensação pesada de suor e sujeira.
Tirei a mão de Nicola da minha barriga devagar e me sentei na beirada da cama, olhando para ele de remexer na cama, o seu braço deslizando onde eu estava deitada a poucos segundos atrás, antes de relaxar de novo e começar a ressonar baixinho.
Balancei a cabeça, sorrindo, e me levantei, não me preocupando em pegar nada para me cobrir. Fui para o banheiro e, depois de fazer as minhas necessidades, tomei um banho demorado e quente, aliviando os músculos tensos do meu corpo.
Espalhei o sabonete líquido na minha mão e esfreguei sobre a minha pele, sentindo aquele palpitar insistente entre as minhas pernas.
Estava viciada em Nicola, em sexo com Nicola, e isso parecia o certo, um homem lindo como ele merecia ser amado, digo, “desejado”.
Começava a me empolgar com a idéia de ficar aqui com Nicola, se papai aparecesse, provavelmente, ele morreria e eu seria lançada no olho da rua. Tinha perdido mais de uma semana da faculdade e a essa altura eles já deviam ter acionado o conselho estudantil para decidirem o que fazer com a minha bolsa.
Gemi frustrada. Trabalhei tanto para conseguir aquela bolsa, garçonete em clube de strip-tease, vendedora de planfetos na rua, faxineira. Estremeci ao me lembrar das privadas nojentas que tive que limpar ao longo da minha vida, papai sempre insistia para que eu pegasse o dinheiro que ele conseguia nas suas jogatinas para pagar a metade da bolsa, mas eu não aceitara.
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Atração Proibida | Série "Donos da máfia" | Livro 4
RomanceATENÇÃO-Esse livro contém palavras de baixo calão, sexo explícito. +18(Maiores de dezoito). Até quando ela pagaria pelos erros do seu pai? Cansada de se responsabilizar pelas inúmeras dívidas não pagas do pai, Verônica Marini resolve deixar a Itáli...