•Capítulo Três•

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Verônica

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Verônica

Me olhei no grande espelho novamente, ainda não satisfeita com o meu novo visual. Afofei os meus cabelos e fiz pose. Nicola tinha me desafiado e eu estava mais do que disposta a fazê-lo cair aos meus pés. Não entendam mal, ele me desafiou, desacreditou da minha capacidade de seduzí-lo e eu me empenharia ao máximo nesse jogo. Teria Nicola em tão pouco tempo que ele se surpreenderia.

Abri os quatro primeiros botões da camisa social que pegara dele essa madrugada quando ouvi o barulho na sala, agora já era manhã e eu estava de banho tomado e depilada — Nicola não precisava saber que usei o aparelho de barbear dele. Meus cabelos estavam molhados, secando naturalmente e eu exalava o cheiro dele. Claro, não tinha nada a não ser produtos masculinos no banheiro, e uma única escova de dentes, e eu a usei também.

Não tinha calcinha para me vestir, então optei por deixar a minha amiguinha livre, já que a blusa de Nicola era grande e descia até o meio das minhas coxas.

Fui para a cozinha e vasculhei os armários e a geladeira de Nicola. Estavam abastecidos, lotados de comida e besteiras. Sorri maravilhada. Se fosse ser mantida em cárcere debaixo da terra, então que fosse bem alimentada.

Peguei leite e ovos na geladeira e os outros ingredientes que precisaria para fazer panquecas, passei o que pareceu uma eternidade fazendo o café da manhã — só para mim, claro. Nicola não voltara até agora e supuz que ele não voltaria pelo resto da tarde, deveria ser bastante ocupado com todo esse negócio de tortura e crime, drogas.

Enchi um copo de leite e peguei o prato de panquecas, tinham apenas cinco, as outras eu guardara na geladeira para caso me desse fome mais tarde. Fui para a sala e sorri ao ver a grande TV tela plana.

— Isso sim! — exclamei animada, finalmente estava deixando de apenas ‘axistir’ e estava começando a ‘viver’.

Liguei a TV em um canal que estava passando um filme qualquer e me ocupei com a comida em minhas mãos.

Nada melhor do que isso, comida boa, um filme bom, e o cheiro de um homem de verdade me rodeando.

Enquanto comia, pensei em várias formas que eu poderia usar para atrair Nicola. Sabia que um homem igual a ele cairia facilmente nas minhas ‘graças’, mas do mesmo que isso poderia acontecer, também poderia ‘não’ acontecer. Se eu queria Nicola, teria que avaliá-lo, testar os seus limites e só então, cruzá-los.

                                ~

Já eram mais das sete da noite quando ouvi o barulho da porta sendo aberta. Me sentei rapidamente no sofá, bagunçando um pouco os cabelos e amassando a blusa no meu corpo, claro, puxei um pouco a borda da mesma para mostrar mais da minha pele — até o topo da minha coxa.

Nicola apareceu na sala sério, seu rosto com uma expressão cansada e os tão arrumados cabelos loiros estavam presos em um rabo de cavalo na sua nuca. Sua camisa social estava para fora da calça, o paletó por cima do ombro e em sua mão direita uma arma — eu não me assustei porquê estava muito acostumada a ver armas, ainda mais quando os capangas da máfia iam e vinham pelas vielas de Palermo, — e na outra mão estava uma sacolinha plástica transparente.

Atração Proibida | Série "Donos da máfia" | Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora