𝟷.𝟷𝟷 ☽ 𝚄𝚖𝚊 𝚙𝚎𝚚𝚞𝚎𝚗𝚊 𝚖𝚘𝚛𝚝𝚎

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Toque-me

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Toque-me.

Faça-me sentir que estou respirando.

Sentir que sou humano.

(The Neighbourhood)

𓅐


— Ele não tem pulso — Chan disse consternado em um tom grave que Han jamais havia ouvido no Detetive nem mesmo nas inúmeras vezes que Felix o tinha irritado.

Você sabe fazer RCP, não sabe?

Bang Chan não respondeu e Han não pressionou por uma, talvez por perceber ser uma pergunta estúpida já que Chan era policial e eles tinham treinamento básico de primeiros socorros.

Tirando bruscamente a jaqueta encharcada que restringia parcialmente seus movimentos, ele inclinou levemente a cabeça de Felix para trás e, com os dedos gentilmente no seu queixo, o elevou sem qualquer resistência. Tampando as narinas, Chan soprou-lhe o ar de seus pulmões através da boca entreaberta. Ele o fez duas vezes, tentando manter sua respiração calma à medida que o seu ar preenchia suavemente o peito de Felix. Com suas mãos uma sobre a outra apoiadas no tórax do Emissário, ele iniciou as compressões.

— Um, dois, três, quatro... — contava por baixo da respiração arfante como um mantra, Han se manteve em silêncio aflitivo por cada segundo que parecia estender-se tortuosamente. — ... vinte-nove, trinta.

Segurando o queixo e fechando novamente as narinas do Emissário, mais duas insuflações eram feitas firmemente contra a boca tão gélida quanto flocos de neve do inverno mais rigoroso.

Sem resposta, sem pulso.

O Detetive recomeçou as compressões.

Um, dois, três, quatro, cinco, seis...

Ele estava no automático. Todos seus sentidos, movimentos e até mesmo respirações estavam exclusivamente à oferta de Felix. Todavia, o Emissário que nunca se calava e tinha um dom especial em atrair problemas com seus olhos escuros que pareciam esconder em seu cerne muito mais do que uma personalidade irritantemente espontânea e petulante, permanecia irresponsivo.

Seus movimentos automáticos e alternados, entre respirações controladas contra os lábios levemente azuis do Emissário e compressões firmes, não faziam nada para impedir o sentimento sufocante de temor que rastejava-se por debaixo de sua pele como um parasita.

Ele está morto.

Já faz quantos minutos?

Chan falharia de novo. E seria sua culpa. Ele estava morto e era sua culpa.

— Não se atreva a deixar de ser teimoso logo agora que você precisa reagir, garoto! — Bang bradou furiosamente após afastar os lábios dos de Felix para retomar às compressões. Involuntariamente, suas mãos trêmulas aplicaram maior força contra o tórax do Emissário desacordado. — Vamos, Felix, reaja!

Solivagant • chanlixOnde histórias criam vida. Descubra agora