Capítulo 37

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João: — Bom dia.

Pedro: — Só dia.

João: — Você está melhor?

Pedro: — Estou sim, só estou com fome. — Romania riu gostosamente. — O que é, Romania?

João: — Sabia que você as vezes, só as vezes mesmo, é fofo.

Pedro: — Aí me deixa. Já estou estressado por estar com fome e vem você encher meu saco.

João: — Vamos fazer o seguinte... Suba e vista uma roupa legal, vou te levar pra tomar café da manhã em uma das melhores cafeterias daqui.

Pedro soltou um gritinho e correu para se trocar. Romania já estava devidamente arrumado, então, apenas ficou sentando mexendo no celular esperando por Tofani. Passaram-se alguns minutos e Tofani desceu devidamente arrumado e cheiroso.

Entraram no carro de Romania, onde Pedro ligou o som, de lá tocava alguma música brasileira, que inclusive era as músicas que Pedro mais amava, ele dizia que as músicas brasileiras eram as melhores, por ser tão sentimentais, tão profundas e verdadeiras, ele as amava.

Seguiram por meia-hora dentro do carro em silêncio, mas confortável. Chegaram até a Caffe Greco. Sentaram-se e fizeram seus pedidos.

João: — Então, porque acordou tão mal essa noite?

Pedro: — Tive um sonho não tão bom.

João: — Quer falar sobre? — Pedro apenas discordou, ele sabia que não poderia contar a verdade para o menino de cabelos negros, Tofani ainda não se entendia tão bem assim, para dizer aquilo em voz alta. Claro que ele falou que talvez ele ficasse com meninos, mas o sentimento de culpa ainda o perseguia. — Okay, olha nossos pedidos.

Comeram em silêncio, Tofani aproveitava a vista a sua frente. Romania pensava sobre o beijo de mais cedo e também pelo menino a sua frente não estar tão diferente ou distante por causa daquele acontecimento. Ele sabia que Tofani ainda tinha seus preconceitos por causa de sua criação e de seus pais que eram tão preconceituosos. Ele sabia que teria de ter calma se quisesse ter algo real com o menino.

Romania se levantou e seguiu até o caixa para pagar a conta, enquanto Tofani estava no banheiro.

Pedro: — Já pediu a conta?

João: — Já.

Pedro: — Posso ver quanto deu?

João: — Já peguei.

Pedro: — Ah não, Jão. Você sabe que gosto de dividir a conta sempre.

João: — Da próxima vez tentarei lembrar. Mas aqui... Vamos ao parque?

Pedro: — Como?

João: — É sério, é aqui perto, quero te mostrar algo.

Pedro: — Okay.

Seguiram até o carro, entraram e seguiram até o parque perto da cafeteria. Ambos desceram do carro ao mesmo tempo. João pediu a mão de Pedro num pedido para que entrelaçarem, Pedro ficou duvidoso, mas acabou aceitando. Seguiram até um local que tinha variados tipos de flores.

João: — Você confia em mim?

Pedro: — Sim. O que vai fazer?

João: — Preciso tampar seus olhos. Mas vai ser rapidinho, vai ser com minhas mãos.

Pedro: — Porquê mesmo?

João: — Quero fazer uma surpresa. Não seja estraga prazeres, Tofani.

Pedro o olhou e concordou. Romania tampou seus olhos e foi o dirigindo para um canteiro cheio de rosas vermelhas, pretas, amarelas e brancas.

Pedro: — Já posso abrir?

João: — Pode sim.

Quando Pedro abriu os olhos, seus olhos brilharam, seu sorriso foi tão contagiante que Romania sorriu junto, Tofani tinha os olhos cheios de lágrimas. Ninguém tinha feito algo assim para ele.

João: — Olha, eu sei o quanto você ficou feliz quando lhe dei as rosas. Pensei em te trazer aqui para você ficar feliz. Se quiser posso te deixar sozinho e depois posso vir te buscar.

Pedro correu até o menino e lhe deu um abraço.

Pedro: — Não, fica aqui, por favor.

João e Pedro se deitaram na grama. Olhando para o céu que hoje amanheceu tão azulado.

João: — O que quer ser da vida, Tofani?

Pedro: — Como assim? Quero ser agente né.

João: — Não, isso eu sei. Quero saber se você quer casar, ter filhos, sabe?

Pedro: — Ah, acho que sim.

João: — Acha?

Pedro: — Sabe, nunca me vi casando. Meus pais sempre me apresentaram mulheres lindas, mas nunca me vi feliz em relacionamento com elas, ou me via num futuro com filhos e casamentos.

João: — Talvez seja porque você nunca achou o "certo". Você sempre viveu muito pelo seus pais, isso é o que acarretou tantos problemas.

Pedro: — Pode ser. Mas sempre sonhei em ser pai, sabe? Ver meu filho crescendo e poder chamá-lo de filho. Acordar de madrugada com o choro. Educá-los.

João: — Quais nomes daria aos seus filhos?

Pedro: — Se fosse menino seria: Ethan, Héctor ou Noah. Se fossem menina seria: Liz, Thay e Day.

João: — Gostei de Ethan e Liz, são bonitos.

Pedro: — E você sonha em ter filhos? Ou se casar?

João: — Meu sonho sempre foi ter filhos e casar, sabe? Nossa, deve ser foda para um caralho achar o amor da sua vida e viver tudo de bom nesse mundão com essa pessoa.

Pedro e João passaram a tarde deitados na grama em uma conversa sobre a vida e um futuro que os aguarda. Mas o futuro da medo, Pedro tinha medo do futuro, e se ele morresse sozinho? E se nunca tivesse filhos? E se achasse o amor da sua vida, mas a perdesse por um descuido ou por causa da vids mesmo? Tudo aquilo o deixava com medo. Mas tinha que arriscar ou se não, não viveria o que tinha de melhor nesse mundo: Conhecer a si mesmo e todo esse mundo que tinha a desfrutar.

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