Capítulo 22

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O jato que a equipe usava era estranhamente perfumado. Cada um dos agentes reparava nesse cheiro ótimo e amadeirado, mas ninguém nunca comentava sobre isso e sabe-se lá o porquê. De qualquer forma, o aroma criava um ambiente reconfortante para os agentes que estavam prestes a iniciar uma missão gigante.

O vôo teria duração de aproximadamente uma hora e meia, o que não impediu João e Francine de requisitarem champanhe em taças chiques. Entretanto, o pessoal que deveria serví-lo estava demorando mais do que o normal.

João: — Tofani, para de balançar a perna. Tá incomodando. — resmungou ao amigo que estava na poltrona grudada ao seu lado no avião. — Olha pro Sol, tá dourado. Uma beleza.

Pedro não conseguia parar sua perna porque a ansiedade tomava conta de todo seu corpo. Ele tinha consciência de que aquele era o momento mais oportuno para desenrolar uma possível ficada com o amigo, pois os dias seguintes seriam cheios demais para conversas difíceis. O assunto nunca parecia pender para algo relacionado às palavras que disse na noite anterior, o que tornava ainda mais complicado apresentar a ideia.

Pedro: — Ei, João... — sua voz estava perto de tremer. Colocou a mão no ombro de Romania, despertando-o do transe em que entrou ao observar as nuvens por muito tempo. —  Você lembra naquele dia em que todo mundo saiu dizendo com quem ficaria na agência?

João: — Lembro sim, até hoje me pergunto se a Fran, o Vitão e a Thay funcionariam namorando. — respondeu e levantou um pouco a cabeça para tentar enxergar se os garotos estavam por perto para brigar com ele por aquela fala, mas estavam longe. — Por que a pergunta, Tofani?

Pedro: — Você falou sério quando disse que me pegaria?

João Vitor ficou mais surpreso com a questão do que sabia que era possível. Queria dar um sorriso malicioso e mandar um "vem aqui e eu te mostro o quão sério é", mas manteve a posição de sempre.

João: — E eu por acaso sou de inventar história? — questionou, controlando sua expressão facial pra que ficasse o mais séria possível. — Falei seríssimo.

Pedro sentia o coração pular dentro de si e questionou internamente se estava bem de saúde ao sentí-lo quase sair pela boca. Estava nervoso como era de se esperar, mas tinha bastante certeza que queria entender a condição da própria mente.

João: — Tipo, sério... — aproveitou o silêncio de Tofani para continuar falando. — Às vezes quero te socar, mas seu rosto é lindo demais pra isso.

Pedro: — Você ficaria comigo agora?

João Vitor não conseguiu evitar e deixou escapar um "uau" baixíssimo. Perguntava-se frenquentemente se Pedro seria um homem de atitude caso quisesse beijá-lo, e agora provava que sim. Romania observava a expressão decidida, ainda que assustada, estampada no rosto do amigo.

João: — Chega mais, Tofani.

Ele puxou Pedro para mais perto. Sua cabeça estava quase encostada no assento da poltrona, então ajeitou o próprio corpo para que aquilo não fosse desconfortável. Posicionou suas mãos na cintura do garoto à sua frente e buscou entender o porquê de esse estar tão sem jeito. "O processo de se descobrir é uma merda", pensou.

João teve a iniciativa e beijou Pedro. Em poucos segundos, estavam conectados e ambos perceberam que sabiam bem o que estavam fazendo. Tofani entregou-se aos beijos muito mais fácil do que pensava, e recebia bem os apertos em sua cintura. Isso era uma novidade, mesmo após todas as suas experiências satisfatórias com mulheres. Enquanto isso, Romania surpreendia-se com as respostas do parceiro aos estímulos e detalhes.

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