Arrepios

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Hoje era véspera de Natal, nós seis tínhamos acabado de acordar naquela manhã fria, mas com a magia que cercava o Largo Grimmauld fazia com que a casa ficasse quentinha e aconchegante.

- Ah, mas que merda! - Pan gritava na cozinha

- Olha, é hoje, tem que ser agora pra falar a verdade. - Digo

- Ok, mas ainda acho que não vai dar certo. - Mione diz

- Vai sim, vai dar. Rony, como combinamos Ok? Hermione? - Pergunto e eles assentem - Ótimo, Harry, você vai chamar o Blaise.

Fui em direção à cozinha. Pansy estava concentrada em algo.

- Pan! Pan! - Adentro o local com pressa e ofegante.

- O que foi? Você tá mais pálida que o normal. - Ela diz

- Blaise, ele... ELE, só vem comigo.

Ela se levanta apressada e me segue. Chegando no quarto, eu lanço um Immobilous e Rony joga a capa da invisibilidade nela. Eu pego sua varinha. Segundos depois Harry vem acompanhado de um Blaise preocupado. Fizemos o mesmo com ele. Hermione fez alguns feitiços de proteção no quarto e trancou a porta.

- Que merda é essa Malfoy? Tira a gente daqui agora!! - Pan gritava

- Não adianta Parkinson, só vão sair daí quando se entenderem. - Digo

- nos entender do que exatamente Scárina? - Blay diz

- Essa tensão entre vocês. Agora, se nos dão licença, nós vamos deixar vocês sozinhos.

Saímos dali, com eles ainda gritando.

- Acha que vai funcionar? - Rony pergunta

- tenho certeza que sim, conheço os amigos que eu tenho. Eles vão acabar se resolvendo. - Digo

O restante do dia ficamos, os quatro, conversando sobre vários assuntos.

- Eu... queria falar uma coisa pra vocês, os três. - Começo. - Harry, a um tempo me perguntou uma coisa, sobre aquele dia na mansão. Do porque eu não entreguei vocês.

- Você não precisa...

- Mas eu quero Hermione. Eu sabia, eu sabia que era o Harry, assim que ele entrou na minha casa, eu sabia não pela cicatriz mal coberta, mas pelos olhos. Eu... não tive coragem de dizer porque... porque vocês eram minha única esperança de dias melhores. Entendem uma coisa. Eu fui criada pra idolatrar Voldemort, e para odiar Harry, para odiar sangues ruins, e os traidores do sangue. Eu não tive escolha. Eu sei que nada justifica o que eu fazia. Eu era idiota naquela época. Eu sei disso. Mas era tudo uma defesa minha. Eu não chamei Voldemort quando minha tia pediu, porque sabia que ele iria te matar, e matar vocês. E então eu menti. - Falo com lágrima nos meus olhos

- Mas, eu me lembro que, antes de tudo, Bellatrix te ameaçou, disse que iria se arrepender. - Rony diz

- Ah sim, já tava me esquecendo, sim, isso aconteceu, logo depois de vocês irem embora, ele me deu um Cruciatus, nada que eu não pudesse aguentar. Eu fiquei desacordada por dois dias? Sim fiquei, mas tudo bem. - Falo com naturalidade.

Até porque eu já não sabia quantas e quantas vezes meu pai me jogou a maldição.

- O que você fez foi muito corajoso, poderia ter morrido. Ou simplesmente nos entregado. - Hermione diz

- Bom, seria um favor se eu morresse, mas eu não podia deixar o último fio de esperança escapar. Na guerra, quando Voldemort veio, e disse que Harry estava morto, eu perdi toda a minha esperança, toda ela, por isso eu fui, por isso eu fui com minha mãe. Mas aí você caiu do colo do Hagrid, eu sorri, mas quando vi já tinha aparatado pra casa, eu quis voltar, mas meu pai me impediu, eu queria ter lutado do lado do bem, pelo menos uma vez na vida, mas...

Foi aí que eu percebi que eu nunca lutaria pelo lado do bem. Porque? Porque minha vida estava por um fio.

Depois das revelações, ficamos em silêncio. Hermione me agradeceu por nada ter os denunciado, assim como Rony, ambos foram se deitar. Harry ficou do meu lado.

- Porque eu ainda acho que você esconde algo? - ele pergunta e me olha

- Eu sempre vou esconder algo Potter. - Digo fitando minhas mãos. - Depois de amanhã é dia de visita. Junto com a carta da minha audiência veio uma autorização para ver meus pais.

- Você quer ir? - ele pergunta

- Ver Lucius não, mas minha mãe sim, mas não estou preparada ainda. Não sei se consigo. - Digo

- Vou com você. - ele diz e eu o olho - Eu vou com você. E isso é uma afirmação.

- Você é maluco Sabia? - Sorrio

- Sabia. Obrigado. Você deveria sorrir mais Sabia? Seu sorriso é bonito. - ele diz e eu... coro?

- Obrigada, o seu também Potter. Você acha que deu certo? Sobre Pan e Blay? - Pergunto mudando de assunto

- Acho que sim, eles não estão fazendo barulho. Mas acho que vou ter que trocar todos os lençóis daquela cama. - ele diz e nós caímos na risada

- Feliz Natal Potter.

- Feliz Natal Malfoy.

Nos encaramos por alguns segundos. Eu sentia minha respiração de misturar com a dele por causa da proximidade. O arrepio que percorreu meu corpo com o toque de Potter em minha cintura, com ele me puxando para nossos corpos ficarem o mais colado possível e por fim, atacar meus lábios.


Continua.....

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