MY (SEX) BOOK ⌇ seulrene

I. Um caderno perdido

Narrador (ON)

Yuri puxou as pernas de Yena com certa força, tão possessa, tão cheia de si. Levava a menor a loucura apenas com seus dedos, que iam fundo no seu interior e a fazia gemer manhoso no ouvido da outra. Não ligava se estavam transando em um banheiro de universidade, tudo o que pensavam era seus próprios corpos ali e como iriam satisfazer o desejo que crescia entre elas.

Aquilo não era só sexo, era muito mais.

Aquelas duas só precisavam perceber isso.

(×)

Kang Seulgi fechou seu caderno, suspirando ao terminar mais um capítulo da sua obra. Só de pensar em reescreve-lo inteiro de novo no aplicativo de livros e ainda corrigi-lo, já ficava com preguiça. Mas essa sensação não demorou muito, logo a espantou, se realmente quisesse virar uma escritora de verdade teria que espantar completamente a preguiça que existia dentro de si.

Puxou sua mochila que estava largada na cama, guardando seu tão precioso caderno nela. Não era nem doida de ir a qualquer lugar que seja sem ele, qualquer ideia que surgisse na sua cabeça era altamente importante, e nunca perderia a oportunidade de escreve-las.

Saiu com a mochila nas costas e apagou a luz, que na verdade eram leds postas nos cantos superiores da parede. Ela se recusava a abrir as cortinas, então o seu quarto era sempre um ambiente escuro e... sexy, já que geralmente as leds estavam em tons vermelhos ou roxos.

Seulgi desceu as escadas, radiante como sempre que terminava um capítulo do seu precioso livro.

Seus pensamentos voavam, imaginava como seria o dia em que finalmente publicasse algo seu, de verdade, algo físico e que lhe desse dinheiro. Se publicar capítulos meio mal feitos semanalmente, para uma dúzia de leitores que nem ao menos conhecia já deixar a menina feliz, imagina se tornar uma profissional.

E ela seria uma, disso teria certeza.

A Kang sempre gostou de escrever desde nova, era fascinada por histórias e livros. Os comia tão rápido que sua mãe brigava sempre. Fizeram um trato para que ela comprasse pelo menos dois livros novos todos os meses para Seulgi, mas a menina os devorava em menos de 5 dias.

Uma vez... A menina participou de um projeto na escola, o que resultou em seu rosto estampado em um livro oficial da instituição, mostrando a sua história de um menino que visitava um castelo mágico a procura de jeitos de salvar sua vó que estava presa na "Terra Dos Maus Garotos".

Isso com seus 8 anos.

A pequena história de contos de fada continha palavras um pouco complexas para sua idade, o que deixou alguns surpresos. Seulgi tinha sorte por seus pais apoia-la tanto no que gostava de fazer desde nova, então nunca teve problemas.

Alguns anos se passaram, sete, na verdade. E cá estava ela descendo as escadas, dando de cara com sua mãe sentada na ilha da cozinha.

- Bom dia, prodígio! - sua mãe saúda, em um tom muito mais alto que o necessário, a fazendo se encolher um pouco.

- Bom dia, mamãe... - retribuiu, em um tom bem mais baixo, o que fez a outra quase revirar seus olhos.

- Quanta animação, Kang Seulgi - disse, sendo irônica. - Nossa, não precisa gritar, filha.

Essa era sua mãe.

E ela ainda agradecia mentalmente por seu pai não estar ali naquele momento, porque não aguentaria aquela dupla fazendo barulho as sete horas da manhã. Metade de seus amigos tinham seus pais separados e brigados, lutando pelas suas guardas.