XV. Bae Joohyun; a (talvez) babaca

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Com o passar de toda a semana que se estendeu pela frente, Kang Seulgi tinha certeza que era apenas um amontoado de raiva e cansaço. Seu foco era todo para as provas, mas as vezes ela se lembrava do denominado "pequeno surto" que teve com Bae Joohyun e sentia uma possível vergonha de si mesma. Estava confusa e na primeira oportunidade jogou isso na mais velha. Era horrível.

Aqui e agora, ela estava a beira de um novo surto. Encarava a prova de Geografia a sua frente com um leve desespero e tentava inutilmente disfarça-lo em uma face concentrada. Bem, não estava dando muito certo e tudo o que a professora conseguia ver era uma careta estranha por parte da Kang.

Seus pensamentos voavam a um turbilhão e não ficavam parados no mesmo lugar, fazendo Seulgi soltar um grunhido irritado entre os lábios. Olhou para o relógio que fazia um barulho angustiante e percebeu que faltava pouco menos de dez minutos para o fim das aulas. Não sabia se agradecia mentalmente ou se ficava mais nervosa ainda.

Olhou para os lados de soslaio: Kim Dahyun estava enfurnada entre os braços dormindo na sua esquerda e Bang Yedam se mantinha inexpressivo a sua direita, encarando o nada. Batucou o lápis mais uma vez contra a mesa, estava começando a ficar inquieta.

— Aí... — Seulgi encarou a folha e algumas de suas questões em branco. — Desculpa, desculpa, desculpa.

C.

C de Certo.

— Amém — ela sussurrou ao mesmo tempo que chutava qual alternativa iria marcar. — Seja o que o universo quiser.

Ela estendeu a mão no ar, e quando a professora viu, se levantou da sua mesa lá na frente e veio até si, pegando a prova da garota e levando consigo. Seulgi soltou o ar pela boca e sua cabeça foi de encontro a mesa, aonde ela deitou. Não estava mesmo preparada para aquelas provas, ainda mais por uma certa pessoa a atormentar até em seus pensamentos. Aquilo estava sendo um saco, e Seulgi jurava de pés juntos que até o fim do trimestre ficaria louca.

— Quem terminou a prova, pode ir embora! — a voz estridente da professora soou e a garota automaticamente se levantou, puxando sua mochila e saindo com mais alguns alunos.

Seus olhos foram rápidos em procurar qualquer amigo que seja, mas foi óbvio que ela não achou nenhum. Eles ficariam até o último tempo, certeza.  Então, Kang Seulgi foi obrigada a ir até o banco mais próximo e deslizar sobre ele, cansada. Sexta-feira chegaria logo, e ela tinha o intuito de chamar todos os outros para dormir na sua casa. Olhou de soslaio, para os alunos que iam e viam, e alguns devolviam o olhar curioso com a garota deitada no banco.

— É, você me afeta.

Com o susto, Seulgi quase caiu do banco de concreto com as pernas para cima, mas foi rápida em se segurar no mesmo. Ela olhou para a dona da voz um pouco assustada e com os olhos arregalados; Bae Joohyun estava a sua frente, com os braços cruzados e com Kim Yerim do lado. Os olhos dela pareciam queimar e a Kang jurava que iria morrer ali. Não falava com ela desde o mini-conflito no refeitório, talvez por vergonha.

— Que? — foi a vez dela cruzar os braços, e Joohyun a viu naquele momento como uma criança emburrada.

— Nada.

Não iria falar aquilo em voz alta de novo nem tão cedo.

— O que você quer, Joohyun? — ela perguntou de novo, impaciente. Torcia para que um dos meninos chegassem e a tirassem dali.

— Eu preciso de você — depois que percebeu a entonação, a mais velha sentiu certa vergonha por falar isso. Kim Yerim, que estava calada, deu até um sorrisinho engraçado.

— Ah é. Lembrou de mim agora? — o tom levemente magoado de Seulgi era visível, mas Joohyun pareceu não notar.

— Não sou nada seu para ficar sempre do seu lado — ela foi rápida em responder e Yerim revirou os olhos.

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