Seulgi rodeava os pés no ar, e eles giravam e giravam. Agora entendia a mãe, que tinha sua bela mania de se sentar na ilha da cozinha e ficar lá, balançando os pezinhos como se fosse a melhor coisa da vida. Até que era divertido, de fato.
— Aonde você vai... assim? — as palavras da Kang mais velha ecoou, e Seulgi correu os olhos até Jihyo, que estava na entrada da cozinha.
— Ah...
Seulgi se esquecera de pensar em uma resposta para as perguntas da mãe, porque sabia que elas chegariam.
— Vou sair com uma amiga.
Foi a primeira coisa que pensou, e deu até um sorriso amarelo para a mais velha, que ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços.
— Mas a Sooyoung e a Seungwan são suas únicas amigas, e elas acabaram de sair — justificou, confusa.
Nossa mãe... Obrigada pela sinceridade.
Por pura sorte, uma buzina ecoou do lado de fora da casa, e o sorriso nada convincente da Kang mais nova aumentou, era quase como um pedido antecipado de desculpas caso não chegasse viva em casa na noite de hoje.
Deu um pulo para sair da bancada e correu com suas pernas longas até a porta de entrada. Gritou um "Beijo mãe, te amo!" antes de fechar a porta atrás de si e dar de cara com uma Bae Joohyun com um sorrisinho sacana no rosto.
Porra.
Mas isso nem era ruim, o pior era o que estava atrás dela; algum modelo velho, mas ainda estiloso o suficiente, de uma moto com o estofado de couro preto. Altamente conservada, brilhante, e pronta para humilhar a merda de bicicleta motorizada que estava caída perto da entrada.
Seulgi tinha todos os motivos sólidos para odiar aquela garota.
— Oi, Seulginnie — mais um motivo; Joohyun ficará com a mania de chamar a Kang pelo apelido, sempre com ele saindo de um jeito extremamente irritante de sua boca. — O que fizeram com você?
Ela olhou a Kang de cima a baixo com um sorriso travesso no rosto.
— Desde quando você tem uma moto?
— Desde os meus dezesseis anos? — a resposta foi óbvia de mais e se transformou em uma pergunta. — Casa bonita.
— Espera, eu esqueci de te dar meu endereço... — a mais nova falou desconfiada. — Como você chegou aqui?
— Ah, ér... — os olhos de Joohyun se direcionaram a todos os lugares pensando em uma resposta convincente. — Pedi pra Yerim que pediu pra aquela sua amiga... — ela ainda piscou mais algumas vezes para se lembrar do nome. — Seungwan.
Se Seulgi não acreditou, ela não demonstrou, por que apenas deu de ombros e se aproximou mais. Era melhor aquilo do que a Kang ouvir que Joohyun fuçou os arquivos da escola da mãe, procurando a ficha de uma menina chamada Kang Seulgi para achar seu endereço.
É, com certeza.
— Eu nem sabia que a Yerim conversava com a Wendy — murmurou para si mesma e Joohyun estreitou os olhos um pouco confusa. — A Seungwan.
— Ata. Ela correu atrás dela na festa e a Yerim quase deu um murro nela, mas percebeu que ela era bonita de mais e começou a conversar com a Son — contou, abrindo o compartimento da moto para tirar mais um capacete dali. — Eu acho.
Deu de ombros e subiu na moto, fazendo o tecido folgado da jardineira que usava se esticar e grudar na pele da sua perna. Seulgi queria poder elogiar a garota sem parecer uma idiota. Mas já era uma, de qualquer maneira.
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MY (SEX) BOOK ⌇ seulrene
FanfictionKang Seulgi era uma escritora amadora no seu penúltimo ano do Ensino Médio. Ela carregava seu caderno de anotações para todo lugar e não conseguia viver sem ele. Só que ela não escrevia qualquer coisa, escrevia romances eróticos. E, ironicamente, er...