Desencontros

Uchiha Sasuke

Oie, meus lindos! Não tenho mto oq falar, hj, ent, apenas apreciem esse capítulo...
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  ~Kakashi
 

  Eu jamais machucaria alguém, muito menos Sakura. Nunca seria capaz de tocar nela daquela maneira, ainda mais naquela situação. Não poderia nem olhá-la com outros olhos, até porque era minha aluna e eu possuía o máximo de respeito por ela e qualquer outra pessoa da escola. Claro que ela me instigava curiosidade, afinal, quem olha para Sakura e não sente vontade de conhecê-la melhor? Sempre foi muito talentosa, fazendo com que todos a admirassem. Mas não, eu não sentia nada além de orgulho e respeito.

  Nunca imaginei que faria algo com ela, como fizemos ontem, ou ainda, que sentiria o que sinto por ela agora, porém aconteceu. E mesmo tendo certeza de tudo isso, eu não consegui falar, eu travei. Congelei e perdi-me em pensamentos quando aquela vadia gritou que tudo era culpa minha. Quando aquela cobra me acusou de algo que jamais faria. E, o pior de todos, quando Sakura fitou-me com medo e recuou dos meus toques. Era isso. Ela me via como um monstro.

  Todas as certezas que eu continha de mim mesmo, foram-se naquele olhar. Meu pai morreu de desgosto pelo filho? Obito morreu por que eu não fui capaz de protegê-lo? Rin morreu, pois soube que uma das últimas baixas da guerra fora Uchiha e não Hatake? Eu fui capaz de tocar em Sakura?

  Cada passo seu, tornava-se um novo corte em meu coração. Talvez seja isso, eu realmente não fui feito para amar e ser amado. Sou Hatake Kakashi, o destruidor. Minha última esperança foi quando ela hesitou, antes de sair pela porta. E foi a oportunidade que abracei. Entreguei à ela algo que ninguém possuía: a chave do meu lar, o meu coração, a minha esperança.

  Soquei a parede do corredor, ao ver o elevador se fechar. Bati a porta de casa, quebrando a maçaneta, pela força exagerada que exerci na mesma. Fui encarado por oito pares de olhos que traziam tristeza, não sei bem se era a deles ou reflexo da minha. Um a um, abaixaram as cabeças e eu suspirei, direcionando-me ao meu quarto.

  Quando abri a porta do mesmo, reparei na organização em que ele se encontrava, o que dizia que eu não dormia ali há duas noites. Hesitei, dei um passo para trás e abri a porta do quarto dela. Sim, desde que Sakura chegou, na segunda-feira, aquele deixara de ser o quarto de hóspedes. Estava uma bagunça, me fazendo lembrar da noite passada. Como eu fui capaz de travar? Era só falar a verdade. Só explicar.

  Caminhei até o guarda-roupa, a fim de encontrar algo dela, mas o mesmo estava intacto. Abri todas as portas e todas as gavetas. Nada. Caminhei até a cômoda ao lado da cama e chequei-a por completo. Na última portinhola, quase chegando ao chão, encontrava-se uma caixinha de madeira. Ah não. Isso não é bom... ou é? A caixa da mãe dela estava ali, junto com as joias e o bilhete do pai. Toquei a corrente, passando o dedo por toda a sua extensão, até encontrar o pedaço arrebentado.

  Esperança? É o que quer passar a mim? Antes de deixar o quarto, com a correntinha no bolso, passei por seu banheiro e senti o perfume do seu shampoo, que ainda jazia no porta utensílios, dentro do box. Ela vai voltar... ela precisa voltar. Se não, eu não sei por quanto tempo vou aguentar.

  Desci rapidamente as escadas e peguei a chave do carro. Enfiei a máscara em meu rosto, com dificuldade por conta da umidade que mantinha-se ali. Puxei o celular e carteira, acariciei, apressadamente, a cabeça de Bisuke que estava na cozinha. Recoloquei a maçaneta no lugar, colando com super bonder a parte quebrada. Tranquei a porta, ao sair do apartamento e correi pelas escadas, já que o elevador estava no primeiro andar e demoraria para chegar.

  Eu tinha que correr com minhas coisas, não poderia perdê-la. Ela era a minha última chance de luz e esperança. Sem ela, eu voltaria para a escuridão. Posso sentir isso. Passei a passos largos pela porta de vidro, ouvindo o som do sino de entrada tocar. "Joalheria Mitsashi", o nome era estampado em cada prateleira da loja.