Realizando sonhos

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   No dia seguinte, acordei risonha e feliz. Fazia tempo que eu não me divertia tanto, Ruel era uma ótima companhia, ficamos juntos até o amanhecer. Jogamos basquete, fizemos apostas e tudo acabou com nós dois na piscina um tentando afogar o outro. Compartilhei um pouco da minha história, contei sobre a morte da minha mãe, as mudanças incansáveis do meu pai e ele me contou sobre como era solitário e, ao mesmo tempo, o que era viver da música com as turnês e as noites em claro no estúdio, além das saudades que sentia de casa. Me contou sobre ter vivido em Londres também, mas acabou se mudando para a Austrália. Antes de ele ir embora com meu tio, recebi o convite para vê-lo em seu show e eu não recusei.

   Olhei no relógio de cabeceira as horas e marcava 03:30 pm. Eu precisava me arrumar logo, meu tio tinha pedido para eu chegar às 04:30 e não era tão perto da minha casa. Me levantei com pressa da cama, caminhando rapidamente para o banheiro. Me despi e logo entrei no box. Tomei um banho e lavei meu cabelo com rapidez, logo estava um meu closet vestindo minha lingerie branca básica, sem muitos detalhes. Minha roupa já estava escolhida, eu iria com uma saia jeans branca, um cropped de veludo marrom e uma jaqueta jeans. Eu calçaria novamente meu all star branco de cano alto. Sequei meu cabelo rapidamente e fiz uma maquiagem fraca e, por fim, passei um gloss rosa em meus lábios com rapidez para não me atrasar mais.

   Me olhei no espelho satisfeita com o resultado, peguei uma bolsa onde coloquei alguns documentos necessários e meu celular. Desci as escadas rapidamente, corri até o chaveiro e peguei a chave da Ranger Rover do meu pai e logo ouvi seu grito, revirei meus olhos.

   - Stacy, seu tio mandou um motorista vir te buscar, ele está te esperando. Ele disse que está com muito tumulto para você ir sozinha dirigindo. - Falou vindo até mim, assenti observando seu rosto. Sua cara não estava nada boa, culpa da ressaca. - Espero que você se divirta, qualquer coisa me ligue. - Meu pai me abraçou e beijou o topo da minha cabeça, o abracei de volta e sorri.

   - Tudo bem. O senhor também, qualquer coisa me ligue. - Mandei um beijo no ar para ele. Eram raros momentos assim, mas eu amava me sentir próxima do meu pai. Sabíamos que, no final, tínhamos um ao outro apenas.

   Saí de casa e, como meu pai havia dito, havia um carro a minha espera. Entrei nele, era uma Ranger Rover preta, um dos meus carros preferidos. Cumprimentei o motorista, seu nome era Marcel. Fomos conversando por todo caminho sobre coisas aleatórias até chegar onde seria o show. O lugar estava realmente tumultuado, haviam barracas de acampamento e milhares de pessoas à espera do show. O carro foi estacionado em um lugar privado e então desci. Meu tio estava a minha espera, corri até ele e o abracei com força.

   - Fico feliz que tenha vindo, espero que aproveite e goste do show. - Tio Nate deu um beijo na minha cabeça e logo me guiou até o backstage.

   - Você acha mesmo que eu perderia uns oportunidade como essa? Ele é demais e nos divertimos demais ontem, me senti criança novamente. - Falei rindo junto com o meu tio.

   Me entregaram um crachá onde havia uma foto minha com o meu nome, atrás estava o cartaz da Free Time Tour. Coloquei no meu pescoço e segui o meu caminho até o camarim. No caminho, meu tio foi me apresentando algumas pessoas da equipe que era gigantesca. Havia um segurança na frente da porta do camarim que logo abriu espaço para nós entrarmos. E, assim que entrei, fui surpreendida com tiros de nerf. Meu olhar foi até a origem dos tiros, era ele. Ele estava vestindo uma blusa branca com alguma estampa na frente e uma calça marrom, impecável. Fechei minha feição e me abaixei para pegar as balas que haviam me atingido.

   - Isso é covardia, Ruel. - Comecei a jogar as balas de volta nele, enquanto ele se afastava por estar sem mais nenhuma bala. - Eu vou me vingar, você vai ver.

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐃𝐄𝐃 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒; 𝒓𝒖𝒆𝒍 𝒗𝒂𝒏 𝒅𝒊𝒋𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora