Show Time

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   Em menos de 5 min, as 15 garotas estavam comigo. Todas estavam emocionadas, abracei duas de lado. Entramos juntas no backstage e, ao ver o meu tio, o entreguei o megafone. Ele que estava nos esperando no meio do caminho. Sua expressão era boa, estava sorrindo satisfeito e era possível ouvir a voz do Ruel no fundo. As meninas olhavam para os lados procurando de onde estava saindo o som.

   - Vocês querem assistir à passagem de som? - Tio Nate perguntou, elas assentiram rapidamente. - Então vamos, depois vocês vão conhecer todo backstage. Fiquem à vontade para tirar fotos, filmar. Vou pedir para levarem algo para vocês beberem e, depois da passagem de som, vou levá-las para lanchar.

   Meu tio piscou para mim, definitivamente ele estava tramando alguma. Guiei as meninas até à frente do palco, haviam cadeiras posicionadas para nós. Sentei mais atrás, aquele momento era delas e eu não queria atrapalhar. Algumas pessoas da produção vieram até nós com bandejas e refrigerantes, eu peguei apenas uma garrafa de água, era mais um dia quente em Los Angeles. Elas cantavam junto com Ruel, eu não me segurei, peguei meu celular e filmei. Postei em meus stories do Instagram, o marcando e logo guardei novamente meu celular.

   Meus olhos estavam no palco, mas a música me levava para longe. Respirei fundo e abri um sorriso. Quem diria o que uma festa do meu pai me traria até um backstage de um cantor famoso que eu era desconhecido por mim, realizaria o sonho de 15 garotas? Quem diria que depois de 5 meses eu estaria começando a ter uma amizade? E que meu mais novo amigo era como um anjo? Cantava como um anjo, sorria como um anjo, mas nem sempre agia como um anjo. Após esse pensamento, não me contive e ri sozinha. Logo eu estava me lembrando da noite passada.

                                                     Flashback ON 

   - NÃO, RUEL, NÃO. EU NÃO VOU ENTRAR NA PISCINA AGORA, A CULPA É SUA, VOCÊ ROUBOU E AGORA QUER... - Fui interrompida por ter sido jogada na piscina. Na verdade, Ruel havia pulado na piscina comigo no colo.

   Era uma grande injustiça, eu havia conseguido 3 cestas de 3 pontos e Ruel também, então ele roubou a bola e acertou outra cesta, mas eu não concordava que era de 3 pontos.

   Voltei a superfície, nadei até a beira da piscina, me encostei na quina. Meus braços estavam cruzados, eu realmente estava brava, odiava perder e muito menos perder roubado. Ruel veio até mim sorrindo, ele havia tirado sua blusa. Revirei meus olhos, eu estava brava, mas ele estava tentando me distrair.

   - Qual é? Foi a única forma de te fazer parar de gritar. Você fica irritante quando está competindo, por isso fiz questão de ganhar. - O maldito sorriso não saia de seus lábios. Respirei fundo e logo bufei.

   - Eu deveria chamar o comitê de avaliação, sua atitude não condiz com as regras e a postura de um jogo caseiro e sem regras. - Dei língua para ele que revirou seus olhos, me dando língua de volta.

   Meu olhar se direcionou para seus lábios, mas logo subiu para seus olhos. Estávamos muito perto um do outro e aquilo não me incomodava. Seu peito subia e descia calmamente, sua respiração estava calma, mas a minha nem tanto. Seu olhar estava fixo nos meus olhos. Era possível sentir sua respiração quente contra o meu rosto gelado. Engoli a seco, suas mãos foram até a minha cintura. Seu rosto encostou no meu. Sim, eu estava morrendo, mas era uma morte bem mais lenta do que eu imaginava que poderia ser.

   As vozes do meu tio e meu pai invadiram o local, Ruel apertou a minha cintura com um pouco mais de firmeza e me tirou da piscina rapidamente, me fazendo acordar dos meus devaneios. Ele me colocou sentada na borda da piscina e logo saiu também, se sentando do meu lado.

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐃𝐄𝐃 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒; 𝒓𝒖𝒆𝒍 𝒗𝒂𝒏 𝒅𝒊𝒋𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora