O Recomeço [CONCLUÍDA]

13. L U Í S A.

13.

Luísa.

Ainda perplexa sigo Fernando para o cenário das fotografias, ainda não acreditando no que ele acabou de fazer, não sei se sorrio feito uma imbecil sonhadora que foi defendida pelo príncipe encantado, ou se chuto os dois para bem longe, me afastando de mais problemas em minha vida, já mais movimentada que a 25 de março.

— Temos uma gravida linda por aqui, pessoal. – Diz o fotógrafo para a sua equipe. — Vamos tirar algumas fotos lindas, aceitam? – Fernando e eu nos entreolhamos e ele assente.

— Foque na beleza dos dois. Eu serei apenas o vaso decorativo. – Fernando brinca, me fazendo sorrir.

Dou um tapa leve em seu braço e o primeiro flash irrompe, pegando-me desprevenida.

— Muito bem. Vocês formam um belo casal. O que acha de ficar atrás dela e apoiar suas maos sobre a barriga?

Fernando me encara, como se pedisse permissão e eu apenas assinto.

Envergonhada até o ultimo fio de cabelo para rebater algo.

Sinto as mãos quentes do meu chefe, tocarem minha barriga com cuidado e quase como se estivesse protegendo-a, seguido de um chute forte do ursinho. Fernando olha para mim com um sorriso grande e bonito, enquanto eu o encaro emocionada.

O ursinho nunca chutou desse jeito, são apenas algumas tremidas e chutezinhos curtos, em que ele apenas passa os pezinhos lentamente e consigo sentir, mas nada parecido com o que acabou de acontecer.

Outro flash.

— Para encerrar, o que acham de uma foto de vocês dois de mãos dadas olhando um para o outro? – Estou prestes a mandar esse fotógrafo plantar coquinho na beira da estrada, que o dia de hoje já deu, que eu estou querendo chorar feito uma maluca, quando sinto Fernando entrelaçar seus dedos aos meus, ele me olha de um jeito tão intenso que eu não consigo desprender meus olhos da sua imensidão negra.

Minha atenção está totalmente voltada a ele e eu sei que isso é um péssimo sinal. Muito mal mesmo.

Juro que esses hormônios ainda vão me enlouquecer.

Mas por que é o meu coração que parece apostar corrida de tanto que salta dentro do peito?

(...)

— Luíza! – Ouço alguém me chamar, assim que Fernando e eu retornamos do nosso book fotográfico e ao olhar para trás me deparo com Laura, a socialite de Santa Catarina, ela acena para mim e me convida a juntar-me a ela e aos outros a sua volta.

— Como vai Laura? – Trocamos dois beijinhos na bochecha, coisa de rico, e já penso em como vou me esquivar dela.

— Muito bem, querida! Melhor agora que a revi. Você está tão bonita com essa barriguinha. Fernando foi muito sortudo. Vocês são lindos juntos. – Laura diz animada, até demais e eu me limito a sorrir sem graça e agradecer, sem saber se nego ou não. — Essa é Luíza, a funcionária do Fernando...

Um casal de senhores aproxima-se de nós e me encaram surpresos.

— Então você é a Luíza... que maravilha conhecê-la. Me perguntava quando o Fernando iria nos apresentar alguém e já não era sem tempo!

Os observo sem entender nada, até o bendito entrar na conversa.

— Não assuste a Luíza, Alberto. – Fernando responde sorrindo.

Infeliz, me deixa em cada saia justa.

Por que não desfaz o mal-entendido e diz que não temos nada?