Sonho de Amor

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Hernán e Victoria acabavam de chegar de um jantar, onde pela primeira vez ele havia falado abertamente sobre seus sentimentos por ela, e por ironia do destino, ela que sempre fora tão boa com as palavras, que sempre soube se expressar tão bem nos vários livros que escreveu, naquele momento ficou sem palavras.
Algumas noites atrás ela e Fernando haviam deixado o amor os conduzirem pela primeira vez.
Como esquecer os beijos apaixonados que foram trocados dentro do carro?
Ela sentia-se uma adolescente que havia se entregado ao amor depois de voltar de uma festa.
Como abrir mão de um sentimento tão forte por causa da opinião dos outros?
Hernán sempre foi um amigo daqueles que podemos contar sempre que precisarmos. Ele esteve presente na época de seu casamento com Samuel e depois com Antônio. Por algumas vezes sentia ele olhar de uma forma diferente para ela, mas achava que estava vendo coisas e acabava deixando de lado, mas agora era diferente. Estava tudo bem as claras e ela já não podia fingir não ver.

O carro do médico estaciona na frente da mansão Lombardo, e ele gentilmente ajuda ela a descer.

Hernán: Essa não é a caminhonete do Fernando Alanis?

Victoria: Sim, é sim. Com certeza ele deve estar conversando com o Alessandro. (Diz nervosa)

Hernán: Bom, vamos, eu lhe acompanho... (Se oferece)

Victoria: Não, não precisa. Muito obrigada pela companhia e pelo jantar.

Hernán: Bom, então tudo bem. Promete que vai pensar na minha proposta? (Pega gentilmente em uma de suas mãos e beija suavemente)

Victoria: Prometo pensar. (Sorri nervosa e sobe as escadas)

Hernan: Agora é melhor eu ir, antes que toda essa chuva chegue. Boa noite, minha querida!( Ela vira, sorri e entra em sua casa)

Ao abrir a porta, sua intenção é ir o mais rápido possível para seu quarto. Não saberia como reagir ao ver seu amor tão próximo, ainda mais sabendo que ele provavelmente estaria morrendo de ciúmes dela. Mas apesar de tudo, seu plano é falho, e antes de alcançar as escadas que dão acesso ao andar de cima, ela ouve uma voz chamando sua atenção.

Alessandro: Mãe? (Estranha a atitude dela)

Victoria: Boa noite! (Se aproxima da escada)

Fernando: Boa noite, Victoria!

Alessandro: Como foi o jantar?

Victoria: Bem, obrigada! (Apressa mais ainda seus passos) Vou indo para vocês continuarem a conversa. Vou dormir. Boa noite! (Sobe as escadas)

  ........ Chegando em seu quarto........

Felipa: Finalmente a senhora chegou! Como foi no jantar?

Victoria: Bem. (É curta)

Felipa: Ele se declarou?

Victoria: Sim.

Felipa: E então? O que disse?

Victoria: Disse que iria pensar na proposta.

Felipa: Pensar? E o seu Fernando? Ele está lá em baixo com o seu Alessandro.

Victoria: Eu sei. Os vi quando cheguei. E bom, o Fernando não é para mim. Agora preciso descansar. Estou exausta.

Felipa: Quer o seu cházinho? (Victoria concorda e ela vai buscar)

          ........ No escritório.........

Alessandro: Eu imagino o que esteja sentindo. Nenhum homem apaixonado gosta de ver a mulher saindo com outro.

Fernando: Tenho receio do Hernan convencê-la a ficar com ele. Victoria se preocupa demais com a opinião dos outros e esquece de pensar nela mesma. (Diz revoltado)

Alessandro: Mas você tem de concordar que o momento que ela está passando não é fácil. É problema por cima de problema, e com certeza ela quer evitar possíveis escândalos. (Nesse momento o som de um trovão ecoa por toda mansão)

Fernando: Acho melhor eu ir, antes que a chuva comece.

Alessandro: Você está com a cabeça quente, está ameaçando cair uma chuva forte, e ainda está tarde. É melhor você dormir aqui essa noite.

Fernando: Não precisa, não quero incomodar.

Alessandro: Vou me sentir melhor sabendo que você está aqui e em segurança. Vou pedir para o Ezequiel preparar o quarto de hóspedes para você e pegar um pijama meu.

          ...... Quarto de Victoria.....

Victoria se virava de um lado para outro na cama, e apesar do cansaço, não conseguia dormir. Sentia como se estivesse com o peso do mundo em seus ombros, e isso impedia que ela pudesse enfim relaxar.
Seus pensamentos estavam conturbados. Lembranças dos bejos apaixonados que trocou com Fernando e do pedido de Hernan iam se revezando em sua mente.
Depois de um tempo perdida em pensamentos, seu cansaço consegue vencê-la e por fim consegue dormir.
Desperta sentindo um toque suave em sua cintura, uma mão grande e firme entrando em sua camisola. A cada centímetro de pele que aquela mão percorre, sente seu corpo responder. Começa com arrepios, e logo sente sua parte íntima umedecer.
A mão faz o sentido contrário ao que estava, e sobe até seus seios dando pequenos apertos no bico. Ela desperta e olha o seu amado em seu lado. Ele sorri de uma forma como se soubesse o efeito que causava sobre ela.
Seu corpo clama por mais e ela obedece. Ele a beija urgentemente e ela se permite viver aquele momento sem censuras. O puxa ainda mais para si, ficando agora por cima dela. Uma das mãos de Victoria percorre as costas de Fernando, provocando sensações deliciosas. Sua outra mão descansa no ombro do amado, dando apertos a medida que seu prazer vai crescendo. Que noite maravilhosa! Sentia-se viva. Queria mais. Necessitava mais. Ela estava pronta para se entregar de corpo e alma para ele, mas... desperta rapidamente e frustrada, percorre com o olhar por todo o quarto e é quando percebe que tudo não passou apenas de um sonho.
Apesar de ser tudo um desvaneio, o seu corpo estava ardendo em desejo.
O que estava acontecendo com ela? Nunca foi de ter sonhos ardentes como esse, mas agora ela desejava tanto que fosse real...
Decidiu levantar e descer para tomar um copo de água. Ao vestir o roupão, percebe que caía um temporal lá fora, respirou fundo e saiu do quarto.

Desceu as escadas e para sua surpresa a luz do cômodo estava acesa. Ao entrar, percebe um homem de costas colocando água em um copo. O mesmo homem que antes estava lhe dando prazer em seu sonho, agora estava ali bem na sua frente.

Victoria: Fernando, o que faz aqui?

Fernando: Alessandro achou melhor eu passar a noite aqui por causa da chuva. Eu não estava conseguindo dormir e decidi descer para beber uma água. E você? (Fala enquanto fica de frente para ela)

Victoria: Eu também não estava conseguindo dormir.

Nesse momento o som de um forte trovão assusta Victoria, que corre para os braços de Fernando.

Fernando: Está tudo bem, estou aqui com você.( Faz um carinho nas costas dela, que por sua vez sente seu corpo responder ao toque)

Victoria: Posso lhe fazer um pedido? (O encara)

Fernando: Claro. Faço o que você quiser.

Victoria: Me faz companhia essa noite. Vou me sentir mais segura com você.

Fernando: É claro que sim. Vamos para o quarto? (Ela concorda)

      ......... Quarto de Victoria.......

Fernando pega um travesseiro e um lençol, senta na poltrona e se prepara para dormir, enquanto ela estava na cama o observando.

Victoria: O que está fazendo?

Fernando: Me preparando para dormir. (Responde)

Victoria: Venha para cá. É melhor dormir na cama. Garanto que é bem mais confortável que na poltrona.

Fernando: Achei que você f.... (é interrompido)

Victoria: Venha para cama, meu querido. (Arruma o lençol para ele ir)

Ele se aproxima da cama, deita em seu lado e é surpreendido pela atitude inesperada de sua amada. Ela sem perceber se aconchega em seus braços e ouve o coração dele bater ainda mais forte. Apesar de toda confusão que estava lá fora com seus filhos, e a confusão que estava dentro dela mesma por causa de seus sentimentos, os  braços de Fernando lhe transmitiam um misto de sentimentos, que iam da paz ao desejo.


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