Prólogo

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     Talvez, só talvez aquilo fosse tudo muito clichê, era o que se passava na cabeça de Stiles. Simplesmente não dava para afastar seus olhos daquela bela obra de arte chamada Derek Hale. O homem exalava força, dominância e seriedade por onde passava, não dava para não notar, afinal não era todo dia que um ser daquele aparecia em uma cidade como aquela. Beacon Hills era uma cidade de porte médio, porém não a ponto de ser um ponto destacado no mapa, quem sabe seu diferencial fossem as mortes estranhas e ataques de lobos que nunca foram avistados.

    A Beacon Hills High School, fundada em 1941, era um colégio que trazia um grande número de estudantes e tinha um time oficial de Lacrosse, entre os alunos estavam Stiles e seu melhor amigo, Scott McCall, era um garoto lindo e muito inteligente, o que de certa forma o afastava um pouco dos populares, não que ele se importasse muito com isso. Por algum momento o Stilinski até pensou estar apaixonado pelo amigo, todavia isso caiu por terra pois ele percebeu que era apenas uma ilusão da sua cabeça, sobretudo com a chegada do Hale na cidade.

      Derek Hale era inevitavelmente gostoso e misterioso, algo em sua aura emitia energias, as quais ao mesmo tempo eram sufocantes e instigavam a imaginação supersticiosa e curiosa de Stiles. Aquele era sério e não falava além de necessário, todos sabiam que antes do incêndio que acabou matando seus pais o jovem havia saído da cidade, o que poupou sua vida, entretanto ninguém sabia do seu paradeiro. Somente agora, depois de dez anos, que ele retornou às suas origens, muita coisa havia mudado, a casa onde foi criado resumia-se a uma pilha de entulho queimado por onde a vegetação insistia em crescer.

    Derek tinha apenas duas finalidades quando retornou para Beacon Hills, uma era reconstruir seu lar e a outra era vingar a morte de seus pais. Logo que voltou buscou contratar alguns mestres de obra, pedreiros e serventes a fim de construir uma nova casa no local da antiga, esta ficava ao lado da Beacon Hills Reserve que é uma floresta privada que sua família tinha investido para evitar o desmatamento, em tese, era o argumento sobre o qual a mesma foi adquirida. Passo a passo a casa era construída, o Hale ajudava desde a fundação até a última viga do telhado, era basicamente uma operação relâmpago e após 02 meses a mesma estava erguida, a energia ligada, água encanada (mesmo que custasse mais caro, visto que a residência era mais afastada das demais casas), mas o que dinheiro não resolvia?

     A floresta maldita, como era conhecida, era alvo de constantes invenções, algumas pessoas relatavam ouvir sons inumanos e não semelhantes aos de animais comuns daquela região, ao menos não existiam lobos na Califórnia. Depois de alguns crimes no lugar e trotes de alunos, a polícia limitou o acesso restringindo a circulação no período noturno. Os moradores avisaram a Derek sobre os eventos anormais que era contados acerca da floresta, mas ele ignorava e dizia que eram apenas mentiras inventadas pelos jovens para pregar peças em outros tão idiotas quanto eles.

     Nesse tempo desde que chegou na cidade, o Hale comia em restaurantes e algumas vezes uns vizinhos lhe convidavam para comerem com eles, a população tinha grande estima pela família dele e se Derek fosse tão bom quanto seus pais, eles estariam satisfeitos.

      Dias se passaram e o homem arrumava sua casa, ele estava passando verniz e outros produtos para evitar que animais viessem a danificar a madeira, a casa aos poucos ganhava vida mesmo que adotasse um estilo rústico. Parou seus movimentos ao ouvir um som distante, deixou a lata sobre um banco e se apoiou no balaústre de madeira adornada, não tardou para que avista-se alguns homens seguirem rumo à reserva, um deles olhou para a casa e andou até ela, Derek notou que era o xerife da cidade, Noah Stilinski, o jovem tinha vagas lembranças do homem, obviamente agora estava mais velho e abatido.

– Hale! Não tive tempo de vir vê-lo, aquela delegacia está uma confusão. Bem vindo de volta.

– Olá Sr. Stilinski, é bom revê-lo. – Derek disse apertando a mão do xerife.

– Como está? Não sabia que iria retornar, teria te ajudado por aqui, é uma bela casa. – O mais velho comentou olhando a estrutura da casa.

– Obrigado, mas estou bem. – O Hale falou pegando a lata novamente.

– É, eu faço questão que jante na minha casa no sábado, tantos anos, lembro quando era mais novo e corria por aí feito louco. Aliás não sei se lembra do meu filho, era bem novo quando tudo aconteceu. Enfim, preciso ir trabalhar. – O xerife avisou ao ouvir alguém o chamando.

– Tudo bem, eu vou. Qual o problema? – Derek perguntou vendo os policiais adentrando a floresta com lanternas e cães latindo por todo lado.

– Um desaparecido, já é o segundo esse mês. Infelizmente o primeiro não teve sorte, o corpo foi achado no dia seguinte. – Noah comentou coçando a cabeça antes de descer alguns degraus.

– Desaparecidos? Em uma cidade calma como essa? – Derek indagou pintando a madeira, mas estava mais atento às informações fornecidas.

– Derek, cada dia que passa essa cidade fica mais estranha. Desde que... que seus pais se foram, tudo isso não é mais igual. Mas não vou incomodar, preciso continuar as buscas antes que anoiteça, não quero nem imaginar como meu filho vai ficar ao saber que seu melhor amigo está sumido.

– Bom trabalho sr. Stilinski, espero que encontrem o rapaz.

      O xerife despediu-se voltando ao trabalho, as horas iam se passando e já haviam vasculhado a reserva não achando nada, retornaram e pela manhã a ajuda da polícia estadual chegaria. O Hale voltou ao seu trabalho anterior, sabia que aqueles eventos certamente tinham algo de sobrenatural, depois iria averiguar o que era.

Lovely Wolf (Sterek)Onde histórias criam vida. Descubra agora