Lovely Wolf (Sterek)

01

              Aos poucos a escuridão tomava conta da cidade, sendo assim, a procura pelo desaparecido foi cancelada na reserva ficando restrita às ruas, todavia não obtiveram bom resultado nas buscas. Já em casa o xerife conversava com seu filho que parecia irredutível com o cessar da procura naquele momento.

– Sabe que a floresta não é segura à noite, eu sei que o Scott é seu melhor amigo, acredite ele é como um filho para mim, mas não posso colocar a segurança ... não posso colocar em risco de vida outras pessoas, aquela floresta tem animais selvagens e não temos vantagens na escuridão. Logo pela manhã reiniciaremos as buscas, a polícia estadual irá ajudar. Tem gente na rodovia pronta para ouvir qualquer pedido de socorro, mas...

– Se ele é como um filho para você, é bom saber que se eu sumir a noite você estará aqui enquanto estarei sendo devorado por lobos na floresta. – Stiles disse dando voltas pelo quarto.

– Stiles, não seja dramático e não há lobos na Califórnia. – O xerife disse indo até o batente da porta.

– Até duas semanas atrás. Você viu as marcas. – Stiles falou sentando-se e batendo o calcanhar no chão em ansiedade.

– Aquilo foi um acaso.

– Dane-se, vou dormir. – Stiles reclamou erguendo as mãos em sinal de rendição, não queria discutir.

– Vamos achar ele.

                Stiles tinha estado alguns dias antes na floresta com Scott, era um lugar onde os dois aproveitavam para gastar tempo e fugir dos sermões dos seus pais, mas quando saiu a notícia do desaparecimento da primeira vítima, curiosos como eram (ou talvez impulsionado por Stiles), ambos amigos partiram para a reserva à noite onde mais tarde o Stilinski foi pego por seu pai e Scott teve que se virar na escuridão e acabou sendo mordido por um animal. Poucos dias depois o McCall desapareceu e agora Stiles estava desesperado para ajudar na procura pelo melhor amigo.

          O Stilinski levantou-se e foi até a porta a trancando. Abriu a do guarda-roupas pegando uma mochila, ele iria atrás de Scott e quando o achasse iria chutar sua bunda por sumir daquele jeito.

"É ruim que não vou atrás desse pulguento. Scott, você me paga." Pensou antes de abrir a janela e salta-la, sendo cauteloso afastou-se de casa e seguiu até onde havia escondido sua bicicleta.

          Primeiro iria até a residência dos McCall, praguejou o amigo por o fazer deixar sua cama quentinha para ficar no frio o procurando às duas da madrugada. Poderia ser educado e bater na porta, pedir a mãe do amigo para entrar, porém exigiria interação pessoal e seria estranho explicar o motivo de estar ali naquele horário. Então agiu como qualquer pessoa sensata, invadiu o quarto do amigo. Não havia nada diferente, a bagunça habitual da mesinha, os instrumentos do Lacrosse e tudo exatamente como era, estava pronto para ir embora quando seu celular tocou uma vez. Desesperado correu até a cama onde havia o deixado junto a sua mochila, se a mãe de Scott tivessem ouvido estaria ferrado, era o número de Scott.

– Stiles?

– Scott?

– Onde você está?

– No seu quarto. Estão te procurando imbecil, onde você está? – Stiles sussurrou ao aparelho.

– No meu quarto? Estou na reserva, na linha final, preciso de ajudar Stiles, algo errado está acontecendo comigo.

– Estou indo. – Stiles respondeu.

           Desligou a chamada e saiu pela janela, talvez um cachorro do vizinho tenha começado a latir feito louco. Stiles sequer olhou para trás para ver se alguém tinha notado, pegou sua bicicleta e pedalou o mais rápido até chegar ao local indicado. O carro estava parado no fim da estrada, já Scott estava escorado em uma árvore, ele parecia suar como se tivesse corrido uma maratona.

– Scott?

– Stiles, eu não sei o que está acontecendo. – Falou ainda sem olhar para o Stilinski.

– Talvez você devesse procurar um hospital.

– Eu não posso.

– Eu agora tenho cara de médico? – Stiles provocou. – Olha para mim Scott! Caramba, estou falando com você.

           O McCall sentiu um aperto no peito e ao erguer suas mãos sentiu suas unhas crescerem e se tornarem garras.

– Stiles, volta para casa.

– O que? Eu não sai de casa a essa hora para nada! Vem logo comigo.

– Vá embora, não venha atrás de mim. – Scott pediu antes de adentrar a floresta rapidamente.

         Stiles ficou incrédulo e seguiu o amigo, mas quanto mais invadia a reserva menos via Scott, ele sumiu do nada.

– Tá, muito engraçado. Chega de gracinha, vamos embora agora mesmo, antes que eu chute esse seu traseiro e endireite esse seu queixo torto na base do soco. – Reclamou o Stilinski olhando em volta.

        Andou um pouco e avistou o amigo caído ao chão, mas antes que pudesse chegar até ele, este ergueu-se e o olhou. Não era Scott ali, aquilo era um lobisomem, os olhos eram amarelados, orelhas caninas, presas e garras, tudo a que tinha direito.

– Scott?! – Sussurrou. – Eu acho que vou indo. – Apontou para o lado de onde tinha vindo.

          Stiles andava a passos lentos de costas, tropeçou em uma raiz de árvore e caiu, o lobisomem veio andando em sua direção, rosnava e tinha um olhar assassino.

– Você não me mataria né? Somos melhores amigos Scott. – Disse se afastando de costas arrastando a parte inferior do corpo sobre a terra.

           Stiles não iria admitir se sobrevivesse, mas estava apavorado e não acreditava que logo o amigo poderia o matar. Quando Scott chegou próximo ao outro algo acertou seu corpo o empurrando para o lado, Stiles notou que era outro lobisomem, mas não ficaria para ser lanche da madrugada de outro. Correu para a estrada e agradeceu pelas chaves ainda estarem no carro de Scott, acelerou e fugiu daquele lugar.

          Ele estava ferrado!

(Sim, aqui é o Scott que tem carro!)