⚜ SACRIFICE ⚜ [CONTINUAÇÃO]

⚜ Capítulo 30 ⚜

"E eu me sinto como se estivesse no paraíso quando beijo o diabo"
- Kiss The Devil.

William's POV

Estava imerso em documentos e cálculos quando as batidas na porta da sala tiraram minha atenção dos papéis que tenho em mãos.

Confuso, porque Trisha não me anunciou ninguém...

Ao autorizar a entrada, abandonei os documentos ao avistar Sisumi, chorando como se seu mundo estivesse acabando. Levantei-me de onde estava, indo até a menina e acolhendo-a em meus braços, suspirando ao passar meus dedos entre os fios lisos do seu cabelo lilás.

— Finalmente a encontraram... — quase não entendi, pela intensidade do seu pranto. — Graças a você que insistiu tanto nas investigações, encontraram o corpo da minha mãe, sem a cabeça... e eu só consegui reconhecê-la por causa de um colar que ela sempre usou.

— Sinto muito... Você sabe que sustentei o vício da sua mãe durante anos, mas não foi o suficiente. — falei, enquanto a pobre jovem chorava, desesperada. — Provavelmente não poderemos nos despedir de Yana, mas fico tranquilo por saber que os responsáveis estão presos e que você poderá dar o descanso digno para sua mãe.

— Você sempre foi como um pai para mim. — desfiz o abraço, para secar as lágrimas dos seus olhinhos orientais com meus polegares. — Sempre esteve ao meu lado, sempre me ajudou em tudo, eu nunca terei o suficiente para agradecer o que já fez por mim e por minha mãe.

— Cuidarei de você, da sua saúde mental, como sempre fiz e saiba que jamais estará sozinha enquanto eu estiver vivo. — ofereci uma das garrafas de plástico cheias de água gelada para Nikai. — Não se preocupe com nada, vai ficar tudo bem.

— Jessie tem muita sorte. — seu comentário me fez rir. — Você é o homem dos sonhos de qualquer mulher, um verdadeiro anjo.

— Talvez eu seja mesmo um anjo...

...caído.

Jessica's POV

Tomei um banho antes de sair da casa de Angeline e já passavam-se das 19:00 quando cheguei no meu cativeiro disfarçado de casarão. Aproveitei-me do silêncio dentro da casa assustadora e da ausência de pessoas para ir ao escritório particular, no qual William não deixa ninguém entrar e justamente hoje, está destrancado. Com a mão na maçaneta fria, abri a porta, fechando-a no instante em que entrei e, olhando ao meu redor, não notei nada suspeito.

O piso não é de madeira escura como o resto da casa e sim, de cerâmica, acabada pelo tempo. Há um extenso tapete no chão, uma mesa de madeira executiva, com um computador, alguns papéis, duas estantes pretas cheias de livros e porta-retratos. Sentei-me na cadeira preta acolchoada, para ligar o monitor mas assim que vi a maçaneta se mexendo, tentei desligar e quando vi que não estava funcionando, me escondi debaixo da mesa, cheia de teias de aranha e poeira, porque não tinha como ninguém me ver do outro lado, há apenas uma fresta que me permite ver o que acontece.