"Diga que você nunca vai me deixar ir"
- Roses.— Encontrei essa caixinha de madeira para que você enterre seu bichinho no jardim como tanto insistiu. — a voz de William me fez encará-lo e eu peguei a caixinha, semelhante à um baú médio de madeira antigo.
Forrei o fundo da caixa com duas almofadas pequeninas e um tecido vermelho, isolando minhas mãos com luvas descartáveis antes de deitar meu gatinho morto lá dentro e fechá-la. Com a caixa de madeira escura nas mãos, saí de casa, caminhando até onde James fez a cova do Sortudo e, cautelosamente, coloquei-o no buraco profundo para cobri-lo com a terra úmida, enfiando um crucifixo para marcar o local onde ele está enterrado, um pouco longe da casa. Indo à roseira que há por aqui, arranquei uma rosa vermelha e deixei-a lá, em sua cova. Pedi para pegarem uma cesta e aproveitei para colher mais algumas, contudo, não consigo parar de chorar.
Na cozinha, pus água filtrada para ferver no fogão de 6 bocas dentro de uma panelinha. Conforme tirava as pétalas das rosas e as jogava dentro da panela, lentamente, a tristeza retornou de novo, em forma líquida. Lágrimas pingaram dentro da água que estava esquentando.
— Cuidado com os espinhos. — eu reconheceria essa voz horripilante em qualquer lugar.
— Não vou me espetar então não se preocupe. — justamente ao concluir minhas palavras, espanto-me ao furar meu dedo indicador no único e último espinho grande que restava no pedúnculo da rosa vermelha.
O furo foi profundo o suficiente para que uma gota de sangue pingasse dentro da água fervente.
— Deixe-me fazer um curativo, vem aqui. — aproximei-me e gemi de dor quando ele puxou o espinho de uma só vez para colocar um band-aid ao redor do meu pobre dedinho. — Prevenção nunca é demais.
Sem falar mais nada e num silêncio constrangedor, o monstro de olhos azuis me observava, de braços cruzados e encostado na parede, enquanto eu fingia que estava completamente sozinha ali.
Quando a água já estava borbulhando, desliguei o fogo e, com uma colher de sopa, retirei as pétalas, para pegar duas xícaras de porcelana italiana (minha mãe tinha um conjunto idêntico), despejando o chá cheiroso, de coloração rosada, dentro de ambas, adocicando o chá com mel, tirado da geladeira e, oferecendo uma das xícaras ao temível William Harris.
— Razões não me faltam para te envenenar, mas pode beber tranquilamente, não sou igual a você ou como as pessoas nas quais você confia. — ao me escutar, o empresário pega a xícara, baixando a cabeça. — Olhe nos meus olhos e me responda: quem é você?
— Sabe perfeitamente quem eu sou. — o gosto amargo e doce do chá em meu paladar, desceu aquecendo-me por dentro ao ouvi-lo. — Nós dois sabemos que sou um assassino, um monstro... você mesma faz questão de me lembrar de quem eu me tornei todos os dias.
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⚜ SACRIFICE ⚜ [CONTINUAÇÃO]
Romance⚠️ Atençα̃o: Estα é α contınuαçα̃o do prımeıro lıvro, αındα dısponı́vel nα mınhα αntıgα contα (@TıαLuαOfıcıαl). Pαrα entender o que αconteceu, bαstα ler o cαpı́tulo "Wαttpαd" αquı mesmo! ⚜...