⚜ Capítulo 31 ⚜

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Sábado, 27 de fevereiro de 2016 - Seattle, WA - 07:30 AM

Acordei com beijos em meu pescoço e o cheiro do perfume importado me permitiu saber que tratava-se de William, empurrei-o e me cobri da cabeça aos pés com o lençol, ouvindo sua risada.

— Hoje é sábado, dia sagrado, me deixa em paz. — minha voz soou arrastada e preguiçosa e eu estava pronta para continuar com meu sono sagrado.

— Não sei se terei mais tempo livre e precisamos conversar. — bufei quando ele me descobriu.

Ao abrir meus olhos, percebo que ainda estamos no quarto vermelho do Hexagon, sentei-me na cama, espreguiçando-me antes de encarar o homem sentado em minha frente e suspirar, frustrada e impaciente. Vejo o mesmo pegar uma caixinha, nem tão grande e nem tão pequena e quando ele a abriu, deparei-me com uma gargantilha dourada, de rubi e pérolas, deve custar meus dois rins e um pulmão.

Tive que rir.

— Se está me dando isso de presente por ter transado com você, saiba que não sou sua prostituta como todo mundo diz. — sua expressão confusa surge assim que falo. — Por que não dá esse lindo presente para Ava? Tenho certeza de que ela vai adorar.

Modo "atriz" ativado.

— E você se importa tanto assim com o que todo mundo diz? — escutei perfeitamente, sentindo meus pés entrarem em contato com a frieza do piso. — Por que a odeia tanto?

— Porque ela é louca pelo próprio patrão. — respondi, em um longo bocejo, ficando em pé e esfregando meus olhos. — Eu me entreguei a você e fui usada, porque com certeza ela é sua amante e vai conseguir nos afastar como tanto quer... enfim, não importa.

— Não, tire esses pensamentos da sua cabeça. — não acreditei na sua suposta preocupação quando ele parou em minha frente. — Acontece que ela é... uma pessoa de minha extrema confiança.

— Bom... — cruzei os braços. — Tentei expulsá-la do meu caminho viva, mas já que não funcionou, só me resta a última opção.

— Pare de falar bobagens. — franziu o cenho e eu estou rindo internamente. — Você nunca seria capaz de fazer isso, não tem coragem de matar nem uma barata, nunca sujaria as mãos com sangue humano.

— Jamais duvide de uma mulher com ciúmes, Harris. — mantive-me séria, porém, por dentro, estou chorando de rir. — Papai me ensinou a atirar quando eu tinha 14 anos para me defender, acho que ainda não esqueci das lições que ele me deu.

— Seu pai te amava muito, mas ele idolatrava Angeline com todo o coração. — suas palavras provocaram uma sensação ruim em meu coração, era como se estivesse sido espetado com uma faca por um segundo. — Você era culpada pelos erros que sua irmã cometia, pelas fugas dela e até pelas coisas que ela quebrava na casa. Angeline sempre quis ter tudo o que você tinha, sempre quis ser melhor que você, mas ela nunca conseguiu e nunca conseguirá.

Dei as costas, suspirando, mantendo os olhos fechados, por não conseguir evitar essa mágoa que carrego em meu coração mesmo que eu tente assassinar esse sentimento de rancor que criou fortes raízes profundas em minha mente desde que ela me traiu com o atual marido dela, meu ex-namorado.

— Lembra de quando seu pai resolveu não pagar mais o colégio de artes que você frequentava nos finais de semana desde a infância? — baixo minha cabeça ao escutar sua voz e as lágrimas logo tomaram posse dos meus olhos.

— Mas depois ele mudou de ideia. — odiei a mim mesma quando minha voz fraquejou.

— Não, Colder... seu pai nunca mudou de ideia. — seus braços me agarraram por trás e William apoiou seu queixo em meu ombro. — Eu fiquei responsável por tudo, paguei cada centavo e não me arrependo.

⚜ SACRIFICE ⚜ [CONTINUAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora