⚜ SACRIFICE ⚜ [CONTINUAÇÃO]

⚜ Capítulo 41 ⚜

— Billy... — sinto uma forte pontada na testa e uma dor insuportável em meu antebraço, mas isso não é o que mais importa no momento. — Billy!

Assobiei e não poderia me sentir mais aliviado ao ver meu cãozinho correndo em minha direção quando me sentei no gramado. Recebi-o de braços abertos e as lágrimas invadiram meus olhos assim que ele me atacou com sua euforia.

Eu não teria me perdoado se ele estivesse lá dentro, eu poderia ter o matado!

Ele lambia minha bochecha, balançava o rabinho, chorava... e minha casa, eu sei que posso reformar e mobilhar de novo, mas eu não poderia trazer meu beagle de volta à vida. Jamais teria me perdoado se algo tivesse acontecido com meu bichinho...

— Fui muito irresponsável, você me perdoa? — seus olhinhos brilhavam para mim e o cachorro choramingava.

Seu coração está acelerado mas nada mais importava para mim além do seu bem-estar.

Confesso que doeu ver minha casa branca sendo consumida pelas chamas por dentro, observar os bombeiros controlando a situação e, por incrível que pareça, eu só tive uma queimadura no antebraço que foi tratado e está enfaixado agora.

Talvez eu seja mesmo um protegido infernal...

— Você poderia ter morrido, seu filho da puta! — o barbudo me deu dois tapas na nuca ao começar seu sermão e eu acolhi Bill em meu colo. — A sua sorte é a de ter uma sala de estar enorme, porque a parte de cima da sua casa está intacta e você vai poder ter acesso ao seu quarto.

— Me empresta seu celular?

Jessica's POV

"— Mas ela está completamente fora de si, senhor. — a voz é feminina. — A paciente precisa ficar conosco para continuar seu tratamento.

— Sei como estão tratando ela e quero tirá-la desse lugar agora mesmo. — reconheceria essa voz em qualquer lugar e sei que é William, mas resolvi pernamenecer de olhos fechados. — Organize tudo, vou levá-la de volta para sua casa de onde jamais deveria ter saído.

A mulher que julgo ser uma das enfermeiras suspira profundamente, em redenção.

— Como quiser. — tive que conter minha vontade de chorar de emoção. — Aguarde alguns minutos, providenciarei tudo.

Assim que ouço o som da porta que se fechou, levanto da cama, assustando o professor e abraçando-o, desesperada, sentindo as lágrimas escorrerem dos meus olhos em agonia. Estou vestida por uma calça branca e uma camisa de mangas curtas da mesma cor, meus cabelos estão desgrenhados e seus dedos compridos estavam entre minhas madeixas escuras.

— M-Me diga... — estou soluçando, minha voz oscilante não me deixa falar direito. — Me diga que vai me tirar desse lugar horrível, eu imploro!

— Claro que vou... claro que vamos embora, mas acalme-se. — sussurrou, próximo ao meu ouvido, desfazendo o abraço para que eu pudesse fazer o que ele pediu e eu recuperei o controle.

— Estar nesse lugar para sempre e ser esquecida por minha família eram meus maiores medos... eles não se importam comigo e acham que eu sou louca. — nos sentamos um de frente para o outro na cama de solteiro que há nesse quarto maldito. — Prometa... Prometa que vai me salvar.

— Prometo... — meu suspiro foi o de alívio, até seus dedos em meu queixo erguerem minha cabeça, para que eu admirasse o azul dos seus olhos, tão claros durante o dia. — ...se você me prometer que nunca vai me abandonar ou sair do meu lado.

— Essa é uma promessa que já fiz. — minhas palavras fizeram seu sorriso surgir. — Sabe que eu jamais te abandonaria, Will."

Abri meus olhos e sentei-me na cama para acender a luz do abajur ao lado. Estou no meu quarto, me acalenta saber disso. Foi só um sonho, mas agora, será difícil recuperar o sono perdido.