⚜ Capítulo 27 ⚜

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Terça-feira, 23 de fevereiro de 2016 - Seattle, WA - 01:30 AM

William's POV

Seus gritos abafados lá embaixo eram de partir o coração mas nada me faria mudar de ideia, nem mesmo ela. Ava entregou-me a minha querida máscara em minhas mãos com um sorriso incompreensível em seu rosto e eu segui com mais 4 homens dentro de um carro antigo. Quando chegamos no fim de mundo onde ela mora, já se passavam das 2:00 AM e conseguimos ter muita sorte. A mulher acabava de sair de um cassino ilegal, andava tranquilamente por uma rua deserta e eu fiz questão de sair do carro e ir ao seu encontro. Quando pensou em correr, estava cercada e quando cogitou gritar, já estava desmaiada, despertando em um depósito, bem longe de onde estávamos. O local fica distante daquela agitação da cidade e não é nada agradável.

"Mate-a"

— Yana... — minha voz é abafada pela máscara de porcelana e eu olhei no fundo dos seus olhos marejados. — Por que não respeitou as minhas ordens?

"Ela merece!"
"Ela merece morrer!"

— S-Senhor, p-por favor... — a fêmea exalava medo e vodca por todos os seus poros. — Não posso deixar minha filha sozinha neste mundo, e-eu imploro! Me perdoe!

"Não temos a madrugada inteira!"
"Mate!"
"Mate-a de uma vez!"

Um dos meus homens me entrega a enorme e pesada faca de açougueiro, afiada o suficiente para partir uma melancia grande ao meio sem o menor esforço, cintilava ao entrar em contato com a luz.

Feche seus olhos, Yana.

Relutante, atendeu o meu pedido, em um pranto sem fim e suspirei antes de usar de toda a minha força para decepar sua cabeça, vendo-a voar até cair e rolar no chão cimentado.

— Ponham a cabeça dentro do cubo de refrigeração. — aponto para o crânio, passando meus dedos pelo facão, limpando o objeto cortante e vendo os demais obedecerem. — Vamos queimar esse lugar, explodir o carro aqui dentro, pegamos um atalho no subterrâneo até chegarmos na limousine preta na qual James já deve estar nos esperando.

Eles ficam parados olhando para minha cara... ou melhor, máscara.

BOO! — o espanto repentino os fizeram correr e eu tive que gargalhar.

Assobiando o refrão de "Every Breath You Take", peguei o galão pesado de gasolina sem precisar fazer muito esforço, dando um banho no cadáver da falecida que está amarrada à uma cadeira de madeira velha e saí caminhando até o carro, despejando mais um galão inteiro. Tirei as roupas pretas de couro (já que já estava vestindo uma camisa branca e uma calça jeans por baixo), só tive que calçar um par de sapatos pretos em troca das botas e descartei as luvas, jogando tudo junto com a faca dentro de um barril, despejando mais do líquido inflamável. Quando tudo estava visivelmente tomado por gasolina, só tive que jogar o isqueiro e o fogo passou a consumir tudo, rapidamente.

Jessica's POV

Não sei que horas são, entretanto, a minúscula grade de ferro na parede me indica que o sol já está brilhando lá fora. Minhas pálpebras pesam mas não consigo adormecer neste lugar de jeito nenhum, acredito que ninguém conseguiria. Minha garganta implora por água, porque não há uma gota sequer na única garrafa plástica descartável que me deram desde que entrei aqui. Meu estômago dói graças a fome, me sinto horrível mesmo que não tenha um espelho aqui, estou cheirando muito mal e me sinto fraca.

Encontrei um caderninho que ainda tinha umas folhas em branco e uma caneta, no qual pratiquei um idioma que eu mesma inventei no auge dos meus 12/13 anos de idade: o Coldish. Sim, eu criei um idioma somente meu e usava-o para me comunicar em códigos com os poucos amigos que eu tinha. Surpreendemente, eu ainda me lembro de tudo, de como escrever cada palavra e a pronúncia de cada uma delas. Luke me ajudou com o desenho das letras então ele sabe da existência, só não sei se ele ainda lembra.

⚜ SACRIFICE ⚜ [CONTINUAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora