⚜ SACRIFICE ⚜ [CONTINUAÇÃO]

⚜ TH3 M4G1C B4LL ⚜

Anoiteceu em Berlim e a cidade estava em festa, porque o baile anual de máscaras estava acontecendo na mansão da família Sattler e todos foram convidados a comemorar o aniversário da filha mais velha com muita comida e bebida desde que trouxessem dinheiro, alimentos e/ou roupas que estivessem em bom estado para doar para ONGs e abrigos.

É claro, eu estaria presente, ainda que mascarado, eu precisava vê-la e lá estava ela, no meio do salão, vagando e parecia procurar por alguém no meio de todos os convidados mascarados que vestiam-se com roupas de gala como se estivessem vivendo um conto de fadas.

Meus olhos foram lavados por sua beleza no exato momento em que a vi e ela sentou-se ao lado de sua irmã mais nova, Angeline, conversou com a mesma durante alguns minutos e durante esse tempo, a encarei e é claro que Jessica notaria.

Foi quando a mais nova levantou-se da cadeira, vindo em minha direção e eu me organizei na postura ereta no instante em que a avistei, parando em minha frente e exibindo seu lindo sorriso.

— Me deu esse lindo vestido, mas não quer me dar os parabéns, professor? — deu um leve soco no meu ombro ao me perguntar e, como imaginei, o vestido realmente foi feito para estar em seu corpo.

— Feliz aniversário, Alteza. — digo, enxergando o brilho dos seus olhos através da máscara dourada que os esconde e beijando sua mão.

— Está sozinho? Onde está sua acompanhante? — suas perguntas não me constrangiram e a máscara preta em meu rosto está começando a incomodar.

— Preferi vir sozinho. — organizo meu blazer escuro ao responder.

Ela estendeu sua mão para mim, como um convite e eu tive que rir.

— Não, eu não sei dançar... — recuso com um grande pesar.

— Por favor! Você me deu essa festa... — pegou minha mão, apertando-a. — Me deixe agradecer, nem que seja com uma simples dança.

Como sempre, fui vencido e ela me puxou até o meio do salão enorme da mansão, pondo minha mão esquerda em sua cintura e entrelaçou os dedos da minha mão direita aos seus. Guiando-me numa valsa que pareceu tão curta, mas que na verdade durou alguns minutos. Essa é a sua magia e é claro que, para mim, não havia mais ninguém além de nós dois ali, porém, não era o mesmo para ela, pois seus olhos não saíam do casal ao lado. Estava dançando comigo, mas sua atenção estava toda concentrada em Angeline e Luke que estavam se beijando num canto um pouco distante de onde estávamos.

Naquele momento, eu entendi tudo.

— Está querendo chamar a atenção do amor da sua vida como ele está fazendo com você? — questiono, num sussurro, próximo ao seu ouvido. — Se vai me usar para provocar ciúmes em alguém, use direito.

— Do que está falando? — agora ela é a sonsa, fingindo que nada está acontecendo.

Parei com a dancinha elegante e tirei a máscara, vendo-a fazer o mesmo. Levei minha mão à sua face tão delicada e a outra, aproximou seu corpo ao meu, pouco me importei se alguém estava olhando.

— Feche seus olhos, meu anjo. — pedi, sentindo meu coração disparar assim que as suas duas mãozinhas subiram por meus braços até pararem em meus ombros.

— Professor...

Seus lábios entreabertos me chamavam e eu a beijei. Não era a primeira vez que algo assim estava acontecendo entre nós, mas eu me sentia como se fosse. O gosto adocicado lembrava cereja, seu busto contra meu tórax me permitia sentir as fortes e violentas batidas do seu coração. Ela andou bebendo escondido dos pais e sua língua estava sedenta por mais. Ao desgrudar meus lábios dos seus, fiz questão de olhar para onde ele e Angeline estavam, apenas para sentir sua frustração.