Capítulo 3: Enjoo

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💔 Aviso: Este capítulo contém cenas de abuso sexual, se você não se sente confortável em ler sobre, peço que o pule ou leia com alguém de confiança.

Se você está passando ou conhece alguém que passa por isso disque 180 (Central de Atendimento à Mulher).

Você não está sozinha! ✊✊🏻✊🏼✊🏽✊🏾✊🏿

It hurts me every time I see you.
(Me machuca toda vez que eu te vejo)
I hate u, I love u - Gnash

Eu estava cercada por dezenas de poças de meu próprio vômito. Era a primeira vez que eu navegava e por mais que eu amasse a adrenalina de estar vivendo uma aventura, meu organismo não compartilhava da mesma sensação...

Meu corpo inteiro estava arrepiado pelo enjoo e pelo frio e minha cabeça estava me matando. Ouvi a porta de madeira ranger sobre o assoalho e vi Aaron entrar por ela.

- Oi... Precisa de alguma coisa? - ele disse se aproximando.

Até que ele era gentil, para um pirata...

- Talvez um cobertor... - disse batendo os dentes de frio - E... Vocês têm alguma coisa para curar enjoo?

Ele riu.

Seu sorriso também era muito bonito...

- Rum!

Olhei sem entender.

- Isso não vai fazer eu vomitar ainda mais?

Ele sorria mas eu estava bastante irritada com a solução proposta por ele e não tinha medo de demostrar aquilo com o olhar.

- Vou trazer o cobertor...

Depois de alguns minutos ele voltou me trazendo um cobertor, um balde e uma roupa, provavelmente dele.

Era uma blusa cinza de manga comprida e uma calça marrom, ele também trouxe botas.

- Obrigada! - disse pegando as coisas de sua mão e me desequilibrado por conta do movimento do barco.

Ele ficou parado me olhando, o que me deixou desconfortável.

- Você já pode ir... Para eu me vestir...

Ele pareceu acordar de seja qual tivessem sido seus pensamentos.

- Ah, sim, claro!

E assim foi embora. Quase senti uma ponta de arrependimento por ter expulsado ele... O pior de ser refém em um navio pirata não eram os ratos, ou os enjoos, ou o frio, ou o medo... Era a solidão!

Não que fosse muito diferente de casa... Sempre fui muito distante da minha família, todos eram muito frios e carinho não fazia parte do nosso vocabulário, mas pelo menos lá eu tinha Heloísa, e as outras criadas, e minha caderneta... Nossa! Como eu sentia falta de escrever!

Senti uma lágrima quente escorrer por meu rosto, aquele gosto salgado que eu conhecia tão bem...

Limpei minhas lágrimas e me troquei. Era isso o que eu queria, certo? Queria fugir, viver uma aventura! E foi o que eu fiz!

Como era de se esperar, as roupas ficaram extremamente largas, mas pelo menos eram mais quentes do que meu vestido sujo e rasgado e tinham um cheiro bom... Era um cheiro másculo, mas não era forte ou desagradável, era um cheiro realmente bom...

 Era um cheiro másculo, mas não era forte ou desagradável, era um cheiro realmente bom

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Coração NaufragadoOnde histórias criam vida. Descubra agora