No Antigo Reino da França, em 1603, vivia Brigitte Renault, uma jovem nobre que era contra todos os padrões da época e que foi sequestrada por piratas em busca de novas terras e levada a uma terra desconhecida. Mas essa aventura mudará completamente...
A indígena me levou para um dos templos que, por ser o maior e estar bem no centro da aldeia, eu imaginava ser o principal.
As paredes tinham diversas pinturas e ilustrações de deuses e espíritos que eu reconhecia pelo diário da minha avó, exceto uma de olhos verdes e cabelos castanhos e a única que tinha a pele branca, ela estava nua com pinturas indígenas em seu corpo e carregava em seu pescoço algo brilhante.
- Eu sempre achei que fosse uma marca de nascença!
Olhei para ela sem entender. Será que eu tinha traduzido errado o que ela falara?
Ela percebendo minha confusão, apontou para minha aliança... Ou melhor, para o colar de minha avó e depois para o pescoço da imagem.
- Brigitte!
Meus olhos se arregalaram com aquele comentário. Aquela na parede era minha avó! Eles cultuavavam a minha avó!
- Isso é incrível!
Ele teve um ataque de riso quando falei aquilo.
- O que foi?
- Sua pronúncia é péssima! Aruana, aliás! Sou sua prima!
- Minha o quê?
- Pri-ma. - ela repetiu devagar.
- Não, eu entendi mas... Como?
- Sou neta de Guasuapi, irmã de Hayhu.
- Irmã? - olhei para o diário incrédula - Como ela pode não ter mencionado uma cunhada?
Aruana deu de ombros.
- Eles eram irmãos de sangue apenas, ela se envolveu com chanés, e por isso, Uyara e Hayhu a expulsaram da família.
Aquilo foi um choque para mim.
- Não consigo ver o Hayhu sobre quem leio nesse diário fazendo isso...
- Ele não teve escolhas, seria o próximo líder, não podia ter contato com a irmã traidora.
- E o que aconteceu?
- Ela foi a única que sobreviveu ao massacre da aldeia que não foi escravizada, ela conseguiu se esconder e passou a morar com o marido que era da tribo chané e teve um filho com ele, meu pai!
- Mas eu não entendo... Como vocês conheceram minha avó?
- Ah, não! Nós não fomos abençoados pelo prazer de conhecê-la... Mas minha avó contou sobre como Brigitte foi a responsável por levar a tribo ava-xiriguá para longe de Yvy marã e'y.
- A terra sem males? Vocês acham que aqui é a terra sem males?
Ela me levou até a porta do templo que estava aberta.
- E você não acha? - ela disse apontando para aquela aldeia grandiosa.
As pessoas riam, se abraçavam, cantavam e dançavam, não havia um resquício de dor ou tristeza!
E foi naquele momento que eu percebi, eu precisava ir embora...
Dei um abraço em Aruana que depois de alguns segundos de choque por não estar esperando aquilo o retribuiu.
- Foi um prazer te conhecer, prima! Tenho que voltar agora.
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