Capítulo 11: Mágico

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Would you trust me when you're jumping from the heights?
(Você confiaria em mim quando pulasse das alturas?)
In The Name Of Love - Martin Garrix

Hayhu me levou até sua aldeia, todos nos encaravam surpresos e ele me apresentou a dezenas de pessoas que encontrou pelo caminho e que me receberam com abraços calorosos.

Só naquele caminho, já havia feito mais algum progresso na língua dele, por exemplo, chi eram crianças, anciáno eram anciãos, hembireko era mulher e ava homem.

Estava realmente tentando decorar tudo aquilo...

Quando entramos na tenda, reconheci logo a mulher sentada ao centro, era a mulher do cajado da noite anterior.

- Ha'i, gueru Brigitte, hembireko va! (Mãe, trouxe Brigitte, a mulher que me curou!)

- Hayhu, e arã neko'ē ahaníri jeporeka ko'ýte! (Hayhu, eu disse para você não procurar mais ela!)

Ela parecia irritada mas ele deu de ombros e se virando para mim disse:
- Aipo Uyara, ha'i hechakáry nande. (Essa é Uyara, minha mãe e líder de nossa tribo.)

Falei a única coisa que tinha conseguido decorar:
- Oi, raí!

Hayhu riu.

- Ahaníri! Ichagua ha'i, (Não! Minha mãe) - ele disse rindo e apontando para si mesmo - ahaníri nde ha'i... (não sua mãe...) ele disse apontando para mim.

Fiquei um tempo confusa mas logo entendi.

- Ah! Raí é... Mãe. - disse fazendo um gesto de segurar um bebê.

Ele confirmou com a cabeça sorrindo orgulhoso e se direcionando para a mãe disse:
- Se jetavy'o ha'e gáicha ñande, ahaníri gáicha ha'ekuéra... (Ela quer aprender a falar como nós, não é como eles...)

A mulher se levantou e olhando fixamente para mim disse:
- Neko'ē jehekyí! (Nos traia e morra!)

Não fazia ideia do que ela estava falando mas pelo seu olhar, senti que ela era capaz de arrancar minha pele!

Ela saiu da oca deixando-nos a sós, eu o olhei em busca de uma tradução, mas não acho que ele e ela disseram exatamente a mesma coisa...

- Guta neko'ē! (Ela gosta de você!)

- Guta neko'ē! (Ela gosta de você!)

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- Calma... Ãn... Yvága hovy guéicha piko... (Céu azul assim como) Ai! Sempre esqueço como é mar!

Estávamos sentados encostados no tronco de uma árvore, eu estava com a cabeça apoiada em seu ombro e ele fazia carinho em meus cabelos, parecíamos um casal!

Já era a terceira semana consecutiva que eu "fugia" da praia a procura de uma casca de coco que sempre marcava o local de nosso encontro.

Coração NaufragadoOnde histórias criam vida. Descubra agora