𝕮𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗 7

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Quando o homem deu o primeiro passo em minha direção, eu consegui desviar facilmente de seu soco, acertando seu maxilar de baixo para cima, fazendo com que ele se afastasse uns dois passos, mas não o suficiente para se safar do chute que dei na boca de seu estômago logo em seguida, o que o fez se encolher, e me dando chance para, finalmente desferir o golpe final, um soco bem forte em sua orelha fez com que ele perdesse os sentidos e desmaiasse no chão sujo daquele beco escuro.

Nossa luta não demorou nem cinco minutos e não havia nem chegado a borrar minha maquiagem, eu já tinha lutado com caras mais fortes que ele e bem melhores lutando. Eu tinha acabado de conferir se meu celular também estava intacto no meu decote quando percebi que tinham cinco homens me cercando, todos no mesmo porte do panaca no chão, e eu conclui que todos eram amigos, ou seja, mais um pouco de treino hoje.

No breve tempo que tive antes que um deles tentasse me bater, consegui perceber que eu possivelmente daria conta de no máximo três daqueles bichos ao mesmo tempo, mas cinco?! Eu não sou a porcaria da Viúva Negra para fazer aquilo. Da forma mais rápida que eu consegui, assim que o Idiota 2.0 veio na minha direção, eu peguei do chão um cano de metal, batendo com ele direto no rosto do sujeito, após isso, só vi o sangue saindo de sua cabeça e ele caído no chão, quando achei que ele estivesse morto, ele se mexeu, mas possivelmente reconsiderou, pois voltou a ficar deitado. Ok, só faltam mais quatro.

Dois deles vieram ao mesmo tempo em minha direção, me fazendo revezar entre tentar me defender e acertar aquele cano muito pesado em algum deles. Eu sabia que não conseguiria segurar o cano por muito mais tempo, ele era muito pesado e eu só estava conseguindo segurá-lo por conta da tão amada adrenalina, que corria por meus vasos sanguíneos, e por conta do peso, ele me deixava muito mais lenta, então tentei acabar com aquilo da forma mais rápida possível.

Nenhum deles era realmente muito bom lutando, a única vantagem deles era o número, que eu com sorte conseguiria diminuir o mais rápido possível. Deveríamos estar naquela há mais de dez minutos, e eu ainda não tinha conseguido apagar nenhum deles, eu conseguia sentir meu braço pedindo descanso, e eu tive que deixar minha maior arma cair do chão, teria que dar certo somente com os treze anos de aulas e meu corpo.

Quando finalmente consegui desacordar mais um, meu corpo já clamava por um descanso, meus pés gritavam de dor por conta dos saltos, meu cabelo atrapalhava a visão e os nós dos meus dedos já ardiam pela quantidade de socos desferidos. Mas eu sabia que eles estavam tão cansados quanto eu, e estavam, se é que era possível, mais lentos que o início, o que me deu todas as vantagens necessárias para ficar cara a cara somente com o último deles depois de mais uns quinze minutos de luta.

Ele era forte, provavelmente o maior deles, e não parecia tão cansado quanto os outros, depois de várias séries de socos contra todas as partes de seu corpo que eu alcançava, ele tomou distância de mim e retirou no cós de sua calça uma arma e apontou diretamente para mim.

Naquele momento meu corpo gelou, eu já tinha feito várias aulas sobre desarmamento, mas treinar com uma arma de brinquedo ou somente com as mãos dos outros alunos era algo completamente diferente daquilo, só de ter a noção de que seu não fosse rápida o suficiente eu poderia não estar viva amanhã para rir da história realmente me abalou. Eu passei de forma rápida em minha cabeça todos os meios de arrancar aquela arma das mãos do idiota, tentando controlar meus nervos no processo. Eu já estava na posição perfeita para o ataque, só esperando alguns segundos para tomar coragem e atacá-lo, quando vejo outra um pessoa atrás de meu agressor, batendo com uma garrafa de vidro em sua cabeça fazendo com que ele, finalmente, acabasse desacordado junto com seus outros amigos.

Fiquei pouco tempo encarando o homem desacordado no chão quando foquei minha visão nos outros homens que haviam acabado de chegar, ainda decidindo em sair correndo agradecer por terem poupado um pouco de minhas escassas energias. Antes de pensar em agradecer, ouço aquele que nocauteou meu amigo dizer:

— Um "obrigada" seria de bom tamanho, não acha? — ele diz e eu franzo as sobrancelhas.

— Eu estava muito bem sem a ajuda de vocês, tudo bem?! — disse apontando para os outros homens desacordados— Se fez isso somente para receber um obrigada, não vai rolar mesmo. — Digo revirando os olhos. Quando paro para olhar o homem que acabou de falar comigo, percebo que foi o mesmo que apareceu em minha casa alguns dias atrás, procurando meus pais.

— Não foi isso que ele quis dizer, nós percebemos que você poderia ter dado conta de todos eles sem a nossa ajuda. Sinto muito se fizemos a senhorita pensar o contrário. — o outro disse, ele era alguns centímetros mais alto que o outro, e tinha uma pele mais branca do que o considerado saudável.

— Senhorita? — digo rindo e vejo o mais alto corar um pouco— Estamos aonde? No século XVII? E outra, eu te conheço— digo apontando para o moreno— você estava na minha casa há alguns dias.

— Eu esperava que você fosse se lembrar. Nós temos que te levar para casa Aurora, seus pais devem estar preocupados com você. — ele diz de forma séria.

— Olha aqui querido, eu não tenho ideia de quem vocês sejam, não vou para casa com vocês nem que me paguem muito dinheiro.

— Eu sei que você não está entendendo nada, mas assim que chegarmos na sua casa, seus pais poderão te contar tudo. Agora, por favor, pode confiar, só um pouco? — ele disse de forma cansada. Eu hesitei bastante, eu poderia confiar neles? Meus pais conheciam um daqueles homens, e eu estava cansada demais para sair andando na rua sozinha e arriscar ter mais alguns otários me perturbando, por isso com muita relutância falei:

— Tudo bem, mas qualquer sinal de que vocês estão me levando para algum lugar diferente ou qualquer gracinha— digo olhando no fundo dos olhos dos dois— eu vou fazer vocês se arrependerem de terem nascido. — Eu digo e vejo o mais alto engolir em seco.

— Pode confiar, vamos te levar para casa em segurança. — O de pele negra disse— A propósito, eu sou Ethan— disse apontando para si mesmo— e esse é Axel— apontou para seu amigo calado.

— Eu sou Aurora.

—Sim, nós sabemos quem você é. — depois de toda aquela conversa, Axel olhou no fundo de meus olhos enquanto respondia, de forma um pouco desconfortável, saber quem eu era.

— Ok...— eu disse tentando esquecer o olhar que o garoto ainda me dava— Vamos? Vocês têm muita coisa para me explicar, aparentemente.

— Você não imagina o quanto. — Ethan disse enquanto começamos a nos direcionar para a saída do beco.

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