ℭ𝔥𝔞𝔭𝔱𝔢𝔯 5

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O dia começou como todos os outros, os pesadelos me atormentaram por mais uma noite, e eu, como sempre decidi jogá-los para o fundo da mente, fingindo que nada havia acontecido. Nos últimos dias, a frequência dos sonhos tinha aumentando de forma considerável, como se eu realmente não conseguisse fechar os olhos sem rever a chuva, o cavalo ou a floresta. Esquece isso, novo dia, muita coisa para fazer, sem tempo.

Me levanto e, já pronta me encaminho para a cozinha que já cheirava a café fresco, suco e torradas, resolvo pegar somente uma maçã. Finjo que não percebo o olhar duro de minha mãe sobre mim e a escolha de café da manhã e dou um beijo estalado no tchau no rosto de meu pai, indo em direção a saída logo em seguida. A música alta já ressoava em meus ouvidos quando saí do prédio, andando de forma preguiçosa para a estação de metrô.

A chuva leve que caia deixava a Academia Vanshoff com um ar muito mais macabro do que o habitual, o cheiro de grama molhada acariciava minhas narinas e um estranho sentimento de deja-vu me atingiu

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A chuva leve que caia deixava a Academia Vanshoff com um ar muito mais macabro do que o habitual, o cheiro de grama molhada acariciava minhas narinas e um estranho sentimento de deja-vu me atingiu. Parei de caminhar e fitei, de forma quase hipnótica a estrutura envelhecida do prédio, as janelas grandes e as pedras grandes puxaram meu olhar. Não sei quanto tempo fiquei parada no meio dos portões de ferro, mas acordei de meus devaneios com um estalar de dedos na frente de meus olhos.

—Alô! Terra chamando Docinho. — Suzie fala com seu característico bom humor matinal. — Você não respondeu minhas mensagens ontem, tudo bem? — ela perguntou curiosa, realmente, eu não tinha respondido suas mensagens, o que era algo pouco usual, já que o celular parecia ser um tipo de extensão do meu corpo.

—Eu briguei com a minha mãe ontem. —disse suspirando—Foi bem feio dessa vez.

—Putz, eu não sabia, foi pela Mary? — ela perguntou comendo cupcake rosa que eu realmente não sabia de onde tinha vindo.

—Foi. Ela ficou completamente louca, não sei por quê! E para piorar ainda deixei meu pai chateado com isso. — disse suspirando- Odeio colocar ele no meio das nossas brigas.

—Você sabe que ele nunca se mete, ele deveria ganhar um prêmio de maior apaziguador de brigas da história. Convencer você ou a sua mãe de largar o osso não é uma tarefa fácil. — ela disse com o rosto sujo de chantilly rosa no rosto. — Deveriam contratar ele para acabar com as brigas que os Estados Unidos têm.

—Você sabe que os Estados Unidos sem uma briga não são os Estados Unidos. — disse de forma indiferente. — Tem uma coisa no seu rosto. — Avisei rindo de sua falha tentativa de limpar o creme rosa.

—De qualquer forma, vocês vão se resolver logo e ele vai poder trabalhar somente no escritório novamente. Coitado do tio, chega tarde e ainda tem que enfrentar um campo de guerra em casa. — Ela diz em tom de brincadeira.

—Só para você saber, desta vez eu não vou falar com ela primeiro, não mesmo. — disse de forma séria.

—Sabe que eu te amo e não quero ser estraga prazeres— ela diz de forma relutante— mas você sempre diz isso e nunca realmente cumpre.

—Eu sei, mas essa briga foi realmente séria e eu não entendi o motivo de toda loucura. Não vou falar com ela primeiro dessa vez.

—Tudo bem, então eu acredito em você. Mas vamos falar de outra coisa. Você vai na festa da Charlize? Meus pais não vão estar em casa esse fim de semana. Então se você quiser encher a cara, podemos ir para lá depois.

—Acho ótimo, com toda essa semana de provas chegando e a briga com minha mãe, eu estou precisando de um porre.

-Nossa, nem me lembre das provas.- ela diz com uma feição cansada- Acho que vou zerar todas.

- De qualquer forma, filme hoje na sua casa?- ela pergunta, mudando as feições que antes eram de cansaço e transformando em animação.

— Eu ainda tenho detenção e um possível castigo, mas se você quiser me salvar eu aceito completamente. — Digo.

— Pode deixar, assim que você acabar aqui me avisa, eu vou para sua casa logo depois- ela diz e eu balanço a cabeça em concordância.

—Vamos entrar logo, estou congelando aqui fora. — digo assim que ouço o som da sirene avisando a abertura dos portões.

As aulas do dia haviam sido como todas as outras, completamente entediantes, mais da metade do dia já tinha passado e eu estava terminando de limpar a quadra novamente, meu último dia de detenção já estava preste a acabar e eu finalmente poderia v...

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As aulas do dia haviam sido como todas as outras, completamente entediantes, mais da metade do dia já tinha passado e eu estava terminando de limpar a quadra novamente, meu último dia de detenção já estava preste a acabar e eu finalmente poderia voltar para a minha divertidíssima tarde regada de filmes e as mais gordurosas e não saudáveis porcarias que encontrasse nos armários e no caminho para casa.

Saí da Academia dando graças por poder voltar a minha rotina, mas ainda me sentindo cansada emocionalmente só de pensar em pegar o metrô de volta para casa, parecia que era hora do rush toda hora em Nova Iorque, aquele poderia ser o mais prático e rápido, mas nem de longe era o mais confortável ou meu favorito meio de se locomover pela cidade.

Depois de chegar em casa, arrumei todos os filmes e as porcarias que comeríamos, deixando tudo pronto para quando Suzie chegasse, e pudesse finalmente começar a sessão de filmes. Star Wars: O Império Contra- Ataca já estava a postos quando Suzie tocou a campainha entrando logo em seguida sem me esperar abrir a porta para ela, é como dizem, dê tudo menos intimidade, com os braços lotados de sacolas recheadas de chocolates, pipoca de micro-ondas e todos os sabores de Cheetos que ela conseguiu encontrar.

—Querida, Cheguei! —ela grita rindo da própria piada— Como se sente sabendo que finalmente é uma mulher livre?—ela pergunta jogando as sacolas de compras no tapete ao lado do sofá, e se jogando nele em seguida.

— Me sinto como uma mulher livre- digo fazendo Suzie rir.

—Já chega de conversa, Han Lindo Solo está me esperando dizer o quanto o amo. — Ela diz apertando o play na tela do computador e abrindo uma das embalagens de chocolate.

— Acredite em mim, ele sabe! — digo nos fazendo rir da péssima piada, e logo em seguida focamos no filme.

In My DreamsOnde histórias criam vida. Descubra agora