𝕮𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗 12

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Cada um de nós estava em um dos corredores da apertada loja de conveniência escolhendo algumas coisas para comer, eu estava, obviamente, na sessão de biscoitos, doces e salgadinhos, se eu iria ficar incontáveis horas num carro indo em direção a situação mais louca da minha vida, eu pelo menos tinha que estar abastecida da maior quantidade de porcaria que meu corpo aguentaria sem colapsar. Encontro os dois garotos olhando com uma feição estranha para algumas comidas enlatadas e chegou perto dos dois.

— Vocês precisam de alguma ajuda? — pergunto olhando para os dois.

— Por que exatamente vocês colocam comidas que não deveriam estar em latas, em latas? — Axel pergunta claramente confuso, eu solto um leve riso com as perguntas inocentes do mais alto.

— Nem todo mundo tem tempo de fazer comida, as enlatadas são mais práticas, e baratas. — Explico.

— Então nós deveríamos pegar algumas? Já que não vamos ter tempo de fazer. — dessa vez, quem pergunta é Ethan.

— Claro que não, essas comidas são péssimas, tem textura de isopor e gosto de plástico e veneno, não vamos comer isso. — Falo.

— Então o que vamos comer? Estou morrendo de fome, pelos Deuses, Aurora. — Axel diz fazendo o drama do ano.

— Estamos pegando comida para a viagem de carro, assim que acabarmos aqui vamos comer na lanchonete do outro lado do posto, relaxem, não vamos morrer de fome. — Digo como se fosse óbvio — Agora peguem algumas coisas para levarmos, quanto mais rápido terminarmos aqui, mais rápido vamos comer.

Para a minha surpresa, eles pegaram coisas realmente gostosas, o que é surpreendente para quem não estava acostumado com algumas coisas que comíamos.

Os dois pareciam duas crianças quando entramos na pequena e vazia lanchonete de beira de estrada, sentamos em uma das cabines, olhando os cardápios esperando para fazer o pedido. Logo, a garçonete com roupas vintage vem para recolher nossos pedidos.

— Olá, bem-vindos ao Andy's, o que vão querer? — a mulher de cabelos loiros presos de forma bagunçada e um rosto cansado, pergunta de forma entediada.

Fazemos nossos pedidos, e esperamos com os estômagos doendo de fome.

— Ok, por que vocês não aproveitam e tentam me explicar melhor toda essa coisa de profecia, poderes e o resto dessa maluquice? — pergunto encarando os dois garotos na minha frente.

— Bem, existem outros 2 grandes reinos que são como Himmel, o nosso reino. Nosso povo foi escolhido pelos próprios Deuses, que ofereceram os 'poderes' para a população como forma de agradecimento quando o líder deles salvou uma Deusa da morte, ele foi para o norte do país, que hoje é conhecido como Dinamarca, para se estabelecer, ele sabia que não poderia deixar os humanos que não tinham o dom, saber da existência do seu povo, então, ele foi para o mais longe possível e criou reinos protegidos por magia, só se pode entrar se você possui o dom ou tem uma espécie de convite. — Axel explica de forma calma, e eu fico hipnotizada pela história— O herói dos Deuses, Niels, decidiu dividir tanto a terra quanto a população em três, gerando três reinos, um para ele, e os outros dois para seus dois irmãos, Knut e Jens. Knut era o rei de Jord, terra em dinamarquês, o solo lá é extremamente fértil, a maior parte da comida dos três reinos vem de lá, tanto plantio, como gado. Jens era o rei de Krone, coroa, Jens era um grande líder e guerreiro, e acreditava muito em toda a coisa de sucessão da coroa, grandes guerreiros foram treinados e nasceram em Krone, não temos uma grande amizade agora, mas ainda é um grande reino. E o último, Himmel, estrela, Niels falava que nunca tinha visto um céu tão estrelado do que de Himmel, ele era um amante das estrelas, então, o maior dos três reinos e feito para ser tão brilhante e iluminado quanto o céu estrelado.— Axel termina de forma melancólica, e posso ver saudade em seus olhos.

— Uau... é uma história realmente muito bonita, mesmo. — Eu falo ainda sem palavras. — Por que vocês vieram me buscar? E não alguém, sem ofensas, mais experiente? — eles se olham por alguns segundos e Axel suspira, logo em seguida Ethan começa a falar.

— Para começar que o tempo em Himmel e aqui, é diferente, lá o tempo passa mais devagar, então quando sua guardiã foi designada para vir te proteger, eu era um tipo de pupilo dela, ela me treinava. Amélia sabia que um dia você teria que voltar, e que se ela não pudesse te levar para Himmel, ela me escolheu para o transporte.— Eu estou honestamente chocada, ele não aparenta ser muito mais velho que eu, mas ele já treinava com a minha mãe antes mesmo de eu nascer.

— Quantos anos você tem? Contando com o tempo daqui? — pergunto extremamente curiosa.

— Algo como 45 anos, eu acho— Ethan responde, me deixando ainda mais incrédula.

Eu olho para Axel, esperando que ele me conte sobre o motivo dele estar aqui, e sua idade também, que me deixou completamente curiosa. Ele dá outro suspiro e esfrega os olhos por baixo da armação preta do óculos.

— A 'missão' para te buscar era extremamente importante, e sigilosa, então somente as pessoas muito necessárias deveriam saber, e eles precisavam de alguém relativamente poderoso e com treinamento para te levar de volta, quem melhor do que alguém da própria família real?— ele disse de forma casual, mas eu percebi um tom nervoso na sua voz. Eu realmente não conseguia acreditar, tanto que abri minha boca em espanto, eu era importante o suficiente para ter alguém da fucking família real para me proteger e levar de volta para meu reino de origem?! COMO ASSIM?!— E eu devo ter uns 60 anos no seu tempo. — Ele disse me tirando do meu surto interno, me colocando em outro simultâneo.

— Você realmente faz parte da realiza? tipo, príncipe de coroa e tudo? Meu Deus, ou Deuses, eu nem sei mais. — Falo esfregando minha testa com uma das mãos, com o, falho, objetivo de tentar desenrolar todo o nó que se encontrava em minha cabeça.

— Eu sou o príncipe Axel Himmel, herdeiro do trono. — Ele fala envergonhado, pensamentos dele vestindo um terno e uma coroa invadiram a minha cabeça e minha pequena paixonite pelo garoto, que agora eu descobri que também era um príncipe, aumentaram. Tem como ele ficar melhor? Eu acho que não.

— Qual é o seu poder? — falei assim que percebi que fiquei tempo demais o encarando — Não me lembro dos poderes da família real.

— Nós controlamos os elementos — ele fala e eu levanto as sobrancelhas— Cada pessoa tem maior afinidade com um elemento, ou dois, mas podemos controlar todos. E tenho mais habilidade com a água.— ele termina, e nosso café da manhã finalmente chega na bandeja da garçonete mal-humorada.

— Bem, eu realmente vou precisar de um caminhão de comida para processar isso tudo.— falo cortando um generoso pedaço da minha pilha de panquecas de gotas de chocolate.


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