XI

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Boa leitura amores..

Louis andava de um lado a outro de seu quarto na torre com as emoções e pensamentos em turbilhão. Fizera e sentira tantas coisas chocantes que o impossibilitavam de decidir qual fora a mais surpreendente.

Expusera seu pior medo e contara a Harry seu segredo mais profundo. Ele não caçoara de seus receios nem o culpara, embora Louis sempre imaginava que se fosse mais amável o pai não o teria rejeitado.
Entretanto ainda não aceitava o fato de ter confiado nele tão completamente.

Não achara a boca de Harry ou o toque dele inconvenientes, mas diabolicamente tentadores. Retribuíra os beijos com um ardor inimaginável para uma pessoa prometida a outro. Deixara que Harry o despisse e longe de fugir, como deveria fazer, quando ele tirara as próprias roupas, ele o devorara com os olhos.

Sentiu calor ao lembrar-se da escultura magnífica que formavam ao se abraçarem, beijando-se com volúpia. Havia sido nobre da parte Harry não possuí-lo ali mesmo como Nick insinuara. Ao contrário, havia sido um gentleman em todos os sentidos.

Teria sido um sonho ter flutuado no lago com apoio daquelas mãos fortes?
Ele não rira diante de seu nervosismo e também não o expusera ao irmão. Havia mandado Nick de volta ao castelo antes de chamá-lo para escoltá-lo no caminho de volta.
Harry o acompanhara até o quarto da torre e não trancara a porta. Aquilo significava que ele poderia sair quando quisesse.

A despeito do rompante emocional da véspera, Louis não acalentava o desejo de esconder-se dos Styles, pois não era fraco de espírito. Se tinha encarado Viviana todos os dias de sua vida desde os oito anos até a partida para as Terras Altas, poderia enfrentar alguns escoceses hostis.

Desejou que Harry tivesse ficado mais alguns minutos no quarto para poder tirar algumas de suas dúvidas. No entanto, ele se limitara a avisá-lo de que repetiriam a aula de natação no dia seguinte e se afastara. Foi preciso controlar-se ao extremo para não deixá-lo sair.

Dali em diante, era certo que sentiria falta dele como se estivesse acostumado a vê-lo todos os instantes de sua vida. Ainda não definira ao certo a emoção estranha diante de um homem a quem conhecera na véspera e com quem partilhara segredos nunca ditos a ninguém. Lembrou-se de ter lido um poema sobre amor à primeira vista e pensado que era uma tolice. No momento, porém, a ideia não lhe pareceu tão insana.

Sentou-se na cama e começou a escovar os cabelos úmidos. Como pudera ter sido tão tolo? Teria de amar Adam, seu futuro marido. Como podia seu coração tê-lo traído dessa maneira? Ou seriam seus sentimentos nada mais que uma confiança instintiva num homem forte e na imensa sensualidade que ele não podia controlar?

Esperava poder recuperar-se daqueles sentimentos fortes. Caso contrário estaria fadado a ter o coração partido. Contudo não lamentava o que acontecera, por mais surpreendente que tivesse sido.

A partir daquele momento, estava pronto para a aula de natação da manhã seguinte. Se Harry o beijasse, retribuiria o beijo. Se fosse tocado, usufruiria do prazer e não se arrependeria.

Louis adorara cada momento na companhia de Harry, exceto quando o ouvira dizer para Nick que não se casaria com ninguém. Ouvir aquilo doeu, embora não devesse. A posição dele não deveria ser uma surpresa. Harry já lhe dissera a mesma coisa, usando outras palavras.

Somente um tolo amaria sabendo que o coração partido seria a conseqüência inevitável, e ele não se deixaria sucumbir. Aproveitaria o tempo de cativeiro como uma pausa antes de voltar à vida que lhe fora destinada.

Afinal, os guerreiros das Terras Altas não eram os únicos que conheciam seu dever.

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