DESTRUÍDOS

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NURIEL HERONDALE

O meu corpo afundava na água, e eu me sentia morrer, mas não sabia qual era o motivo da minha morte. Talvez por eu estar gritando e isso esteja causando meu afogamento, ou por eu ver meu parabatai morto em minha frente.

Eu senti uma mão puxar, e vi Jace parecendo desesperado. Ele tampou meu nariz e boca para que não respirasse, mas eu não gostaria por tanto tempo, não com meus pulmões cheio de água.

Eu consegui me desvencilhar dele, e tentei ir até o corpo de Willy, mas Jace me puxou a tempo de destroços do navio caírem em cima do corpo do meu parabatai e precisei sufocar o grito.

O meu peito doia como se eu tivesse levado aquela lâmina no peito, a sensação de estar morta por dentro era horrível,  é como se não existisse mais nada dentro de mim, apenas um corpo que se movimentava, não uma pessoa. As lágrimas desciam sem parar pelo meu rosto, se misturando com a água salgada do mar.

Jace me puxou, nadando comigo para sairmos do navio que afundava cada vez mais. Estaríamos mortos se não saissemos dali, mas eu já não me importava mais com isso.

Ao longo que passávamos, víamos corpos de vários shadowhunters mortos e destroços em cima deles.

Jace me arrastou pelo buraco que Clary havia feito antes para que entrassemos, e nem reparei que já estávamos muito fundo ao mar e ainda sim o navio continuou afundando.

E o corpo do meu parabatai afundou junto, do meu Willy.

Jace continuou nadando comigo, até que emergimos na água, havia navios ali com shadowhunters da clave.

— ELES ESTÃO ALI — ouvi a voz de Imogen gritar.

Mais shadowhunters pularam na água e nos ajudaram a sair dali e entrar no navio.

Assim que estava com os pés firmes, uma ânsia revirou meu estômago e vomitei toda água salgada que havia engolido.

Depois disso, consegui retomar a postura e vi que os Lightwood choravam perto de um corpo. Estranhei, é claro. Me aproximei por curiosidade, e vi o corpo do menino loiro ali...Max Lightwood...ele estava morto.

— O que aconteceu? — acabei perguntando alto demais.

— O Max quis vir comigo, ele usou a runa para fingir ser o Robert, e os guardas de Valentim o mataram — Maryse chorava desesperada.

É claro, Imogen viu a mensagem de fogo que mandei e veio com as tropas.

— Onde está Willy? — Lydia veio até mim com uma expressão assustada — Onde está meu namorado?

— Lydia, eu ... — minha voz falhou e as lágrimas voltaram a descer — O Willy está...

— Não, ele não está — me interrompeu — Eu já perdi o meu marido uma vez, eu não vou perder o Willy também. Por favor, Nuriel. Eu o amo mais que tudo — sua voz embargou e ela caiu no choro.

A abracei e nos duas choravamos uma no ombro da outra.

— Valentim matou ele, e eu queria tirar o corpo de lá, mas um destroço caiu em cima — sussurrei.

Lydia soltou um grito alto e sofrido e ela deslizou o corpo pro chão. Ela chorava desesperada e gritava.

— Lydia, por favor, calma — eu tentava acalma-la.

— WILLY — ela gritou com toda força e se levantou, correu em direção para o mar, para se jogar, mas um guarda a segurou a tempo — WILLY, POR FAVOR, NÃO FAZ ISSO COMIGO.

Me afastei sobre o olhar de Imogen, e ela foi falar com Lydia que estava aos berros. Sentei no chão, perto da borda e meu olhar se fixou para o nada.

𝘼𝙣𝙜𝙚𝙡𝙨 𝘽𝙡𝙤𝙤𝙙 ● 𝕬𝖑𝖊𝖈 𝕷𝖎𝖌𝖍𝖙𝖜𝖔𝖔𝖉 Onde histórias criam vida. Descubra agora