ENCONTRO PT.2

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NURIEL HERONDALE

Estar nesse encontro com Alec está sendo ótimo para mim, eu me divertia como nunca havia feito antes. Eu estou melhor aqui do que estaria em meu quarto remoendo todo aquele assunto.

Por um momento me esqueci do colecionador de almas, da morte do Willy, de toda a loucura que se tornou minha vida.

Assim que saímos do restaurante, encontramos dois caras tocando jazz no centro da cidade e paramos por ali.

— Você gosta dessas músicas mundanas? — Alec questionou colocando uma mão livre sobre minha cintura, enquanto usava a outra para segurar a garrafa de whisky que bebia.

— De algumas — Puxei ele pela cintura para mais perto, e comecei a me mover, dançando agarrada nele.

— Simon tem uma banda de indie-rock, acho que você irá gostar das músicas — comentou.

— Adoraria, contanto que você possa estar comigo — encostei a cabeça no peito dele. Foi ali que parei para analisar a situação.

Alec e eu estamos agindo como se fossemos um casal, e eu nunca fiz isso antes com ninguém, não no primeiro encontro.

— Já parou para pensar se aparecer demônios aqui agora? — Alec riu em meu ouvido e mordi os lábios.

— A gente joga as garrafas de whisky na cabeça deles — brinquei segurando a risada.

Alec balançou a cabeça em negação e nos afastamos dali. Seguimos nosso caminho rumo as ruas conhecidas por ele. Chegamos até uma pequena ponte de um lago no Central Parker, a entrada principal para o reino dos seelies segundo ele.

— Medo de algum seelie pular do lago direto para perto da gente — bebi meu whisky da garrafa.

— A gente joga as garrafas de whisky na cabeça dele — usou minha frase e dei um cutucão nele — Falando sério agora Nuriel, não podemos beber demais.

— Olha, eu não sou tão fraca pra bebida, você por outro lado...não me parece que aguenta muito.

— Tirando conclusões precipitadas, querida.

Eu já cheguei a comentar com o quão estou amando ele me chamando de querida? Soa ótimo na voz dele.

— Sua cara conta, Alex Wood — pisquei.

— Alex Wood? — arqueou a sobrancelha em divertimento.

— Seu nome de mundano — ri.

— Sendo assim, o seu será Nuri Dale — frangiu o cenho quando encurtou meu nome, o que me fez rir mais.

— Antes ter me chamado de Ariel — dei de ombros.

— Você não é ruiva, Nuriel — revirou os olhos e riu.

— Eu ficaria ótima nessa cor — fiz o bico mais fofo pra ele que sorriu.

— Qualquer cor fica ótimo em você, querida — Sua mão afastou meu cabelo e acariciou meu ombro. Sorri com o gesto e me sentei no banco de madeira ali — Posso lhe fazer uma pergunta? — assenti — Quando descobriu seus poderes?

— Aconteceu quando toquei em Willy, eu acabei vendo toda a infância dele. Depois foi na cerimônia parabatai, eu vi que nos dois estaríamos em uma missão importante em Londres para Clave. Eu contei a Imogen, e ela apenas disse que os anjos deveriam ter me abençoado com esse poder — suspirei com as lembranças, mais por estar me lembrando de Willy.

Estaria tudo em perfeita situação se meu parabatai estivesse quente e vivo perto de mim, parte de mim ainda estaria...pelo anjo.

— É melhor mudarmos de assunto — murmurou ao perceber meu desconforto.

𝘼𝙣𝙜𝙚𝙡𝙨 𝘽𝙡𝙤𝙤𝙙 ● 𝕬𝖑𝖊𝖈 𝕷𝖎𝖌𝖍𝖙𝖜𝖔𝖔𝖉 Onde histórias criam vida. Descubra agora