Capítulo Final

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Uma semana se passou desde o incidente da carruagem. Gareth estava caminhando pela cidade, tinha de pegar os sapatos novos da rainha, quando logo é puxado por alguém para um beco. Era uma pessoa maior que ele, metade de seu rosto estava coberto e seu cabelo era azul. O estranho encara Gareth por uns instantes e retira sua máscara.
-Arthur! O que está fazendo em Demiurth? Imaginei que você e os Grosvenor não gostavam daqui.
-É melhor se afastar da rainha. - Arthur diz em tom seco.
-O que... Do que você está falando? Espera... eu conheço essa máscara... É! É isso! Foi você quem atirou no cavalo aquele dia. Você sabia que podia ter me matado?
-Eu atirei no cavalo de propósito pois você estava ali. Apenas vim lhe dar um aviso: Afaste-se da rainha ou da próxima vez eu não terei essa piedade, entendeu?

Arthur sequer aguarda a resposta e logo se retira do local, o rapaz era tão rápido que sumiu da vista de Gareth em meio as pessoas na rua. O jovem rapaz estava confuso, o que estava acontecendo? Já que não havia o que fazer naquele instante, o garoto apenas seguiu a tarefa dada por Leia.

[...] A noite estava chegando e Gareth estava em seu quarto quando ouvia uma grande algazarra vinda do lado de fora. Curioso, o rapaz se dirige à janela e nota várias pessoas na entrada do castelo com tochas, ancinhos e estacas. Era uma típica cena de revolta. Gareth se desespera e corre até o quarto de Leia com roupas nas mãos, onde vê a rainha encarando chocada a multidão. Bom, talvez não a multidão, mas uma pessoa específica... Um rapaz de cabelo azul e máscara.
-Youko...
-Leia! Rápido, você precisa sair daqui, está mais do que óbvio que eles estão atrás de ti.
-Não há mais escapatória, Gareth. O povo finalmente virou contra mim. Sempre suspeitei de que uma revolta estava sendo arquitetada, só não imaginei que aquele cara estaria envolvido nisso.
-E você está calma? Não! Temos que sair daqui, rápido! Princesa, por favor, vista isso. - Gareth diz enquanto entrega as roupas pra ela.
-O que vo--

As palavras de Leia cessam ao ver o rapaz pegando um vestido de Leia o pondo.
-Gareth, pare com isso! Eu não vou deixar você fazer uma burrada dessas!

Gareth não responde, apenas pega a mão de Leia e a puxa pelo castelo até uma área do corredor, onde para próximo a um quadro enorme da família Demiurth que ia do chão ao teto. Ele pega a beira do quadro e puxa, revelando ser, na verdade, uma passagem secreta.
-Vista minhas roupas e saia daqui.
-Eu não vou deixar que você assuma meu lugar. Não mesmo!
-Leia, isso não está em discussão! Eu prometi te proteger, mantê-la em segurança e é isso que eu vou fazer.

Gareth pega a espada de uma das armaduras do castelo e corta o pequeno rabo de cavalo que sempre se orgulhou.
-Acho que eles não vão acreditar que trocamos de lugar se meu cabelo estiver maior que o seu, não é?

Leia, com lágrimas nos olhos, dá um tapa na face de Gareth.
-Idiota! Como pode me pedir pra fazer algo assim? Como pode me pedir para largar o homem que amo para morrer? Me responda, Gareth! - Ela grita essa última parte.
-Eu já disse que não posso deixar que morra! Eu lhe fiz uma promessa e não aguentaria ver você morrendo.
-Mesmo sabendo que tudo que eu fiz foi de propósito? Que eu acabei com esse reino e matei meus pais por vontade própria?
-Leia, eu... Eu já sabia disso. - Gareth abraça a rainha e põe um papel em suas mãos, logo em seguida ele empurra Leia para dentro do quadro e o fecha.
-Gareth, abra isso! Agora!
-Perdoe-me, mas... - Gareth faz uma breve pausa enquanto chora - Aqui não há nenhum Gareth, apenas a rainha Leia.
-Gareth! - Ela torna a gritar.
-Adeus, irmã...

Essa última palavra cala Leia e Gareth aproveita a deixa para sair dali. O rapaz se dirige ao quarto da rainha enquanto seca os olhos, senta em uma cadeira próxima a janela e pega a xícara para dar um gole no café. Nesse instante, várias pessoas adentram o quarto da rainha com Arthur à frente de todos, apontando uma espada para Gareth.
-Vocês demoraram... - Dizia Gareth em tom irônico.
-Rainha Leia... Creio que não preciso dizer muita coisa não é?
-Tá, tá, eu já sei... Condenada a morte e essas coisas... Pode ao menos deixar eu terminar meu café?

Servo do MalOnde histórias criam vida. Descubra agora