Capítulo Dois

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-Meu nome é Gareth, e o da madame? - Questionava o jovem rapaz com um lindo sorriso no rosto, enquanto Leia mantinha seu olhar fixo nos olhos do garoto.
-L-Leia... Meu nome é Leia.

O garoto então se curva à frente dela, fazendo uma simples reverência, dizendo em seguida:
-É um belo nome.
-Muito... Obrigada! - Leia dizia enquanto virava sua face, sem conseguir mirar os olhos de Gareth. Provavelmente aquelas palavras tenham a deixado envergonhada.
-Err... Novamente, me desculpe pelo acidente. - Gareth diz enquanto leva sua mão direita ao topo da cabeça, estava um pouco sem graça por sua falta de jeito.
-Não... Está mesmo tudo bem.

No exato instante em que Gareth abaixa sua mão, Helena sai da casa de Iná - junto a esta mesma - e é no exato momento, em que ambos são mirados, que a velha costureira dirige sua voz aos jovens:
-Ah, enfim se conheceram... Já estava na hora, não é mesmo?
-Leia, este é o Gar-- - A rainha dirige sua palavra à garota, mas é interrompida pela mesma.
-Já nos conhecemos mãe. Bem, acabamos de nos conhecer.
-Oh... Isso apressa as coisas. Há muito tempo tento fazer com que o conheça, note como ele parece com você, filha. - A rainha diz sorrindo, era enfim um desejo realizado. 

Leia, embora houvesse observado bastante os traços do garoto, não notara essa questão. Por alguns instantes, admirou muito os olhos azul "cintilantes" do garoto e seu cabelo loiro, apenas um pouco mais longo que o seu, mas não notou que aquele garoto era sua imagem e semelhança. Após enfim reparar aquela característica, Leia ficara um pouco confusa, afinal, como poderia alguém ser tão parecido com ela? Leia se perdeu em pensamentos por uns instantes. Mesmo enquanto sua mãe falava, a princesa parecia não estar ouvindo, mas sua mente acabara por assimilar apenas um pequeno trecho de sua fala:
-"...eles poderiam ir ao baile."
-Perdão! - Leia recobra seus sentidos e volta o olhar à sua mãe. - Poderia repetir?
-Ah, eu estava apenas comentando que seria legal se vocês fossem ao baile. Bem, vocês podem acabar formando uma amizade e... Ele seria seu primeiro amigo. Para crianças-- Não, até mesmo para adultos, esse tipo de festa é algo um pouco chato, então se tivesse um amigo para a acompanhar, creio que aproveitaria melhor a noite.
-Hum... - Leia para para analisar os argumentos de sua mãe, deixando que um silêncio se instalasse no ar. - Tudo bem, eu não vejo o porquê não. Quer dizer, se ele quiser ir... Eu jamais iria negar sua companhia. - Dizia esta última frase enquanto mirava o rapaz enquanto um pequeno sorriso se instalava em sua face.
-Tudo bem. Se a vó Iná não negar e se eu tenho um convite da rainha e da princesa de Demiurth... - Gareth ditava tais palavras calmamente. Embora não parecesse, ele estava animado para enfim ir a um baile real.
-Oh, claro! Bem, o baile está chegando, se você me ajudar, poderemos terminar o vestido dessas moças mais rápido e assim começar a trabalhar na sua vestimenta. O que acha? - Iná estaria com um sorriso no rosto enquanto falava.
-Sim! Eu irei ajudá-la! - Agora Gareth não podia mais conter sua animação, já estava garantida sua presença na festa.
-Bem, sendo assim, nós vamos voltar pra cidade. Se tiver problemas com materiais a senhora pode contar comigo, certo? - Helena se aproximava de Iná enquanto falava.
-Tudo bem, minha rainha! Irei lhes garantir os melhores vestidos daquele baile.

Os quatro naquele recinto se despediam e, enquanto Helena e Leia sobem na carruagem real, Gareth entra primeiro em casa. Iná para na porta e olha para as duas já sentadas. Ela suspira e diz baixinho:
-É, parece que seu desejo não vai se realizar, Ó meu rei... - Tal frase foi dita de maneira totalmente leve e tranquila, acompanhada de um sorriso e um tom irônico.
-O que disse, vó Iná?
-Não, nada... Estava apenas conjecturando prováveis cenas em um futuro próximo...
-A senhora supõe muitas ocasiões, vó Iná. Tenho certeza que está montando o palco para uma grande peça.
-Não, querido Gareth... O destino é quem traça essa grande peça...
-Santíssima... Adoro suas reflexões diárias. Quero ouvi-las ainda quanto mais a vida deixar.

Iná então suspira após a última frase do garoto e adentra sua residência, fechando a porta logo em seguida.

[...]A semana parecia ter demorado mais que um ano para se passar. Bem, ao menos do poto de vista do garoto, o mais animado para a chegada do baile, mas enfim se iniciava o grande evento, e era neste momento que Gareth estava de frente para o castelo, pontual como sempre. O jovem rapaz arruma as mangas de suas vestes e enfim põe sua máscara, adentrando a festa.

Servo do MalOnde histórias criam vida. Descubra agora