🌻[ 18 ]

1K 109 57
                                    

POV Haru

Eu penso demais.
Isso me irrita.

Dona Yerim quer mudar a cor das paredes das quitinetes do lado de fora. Ela quer dar um “ar de novo” ao local, já que as cores desbotadas de azul e amarelo estão ultrapassadas.  Tudo bem, eu não posso ir contra isso, as coisas mudam, as pessoas adoram mudanças. Eu não. Eu odeio mudanças. Quando eu saí de casa, eu já tinha pesquisado em Seul bons lugares que eu poderia morar, onde vizinhos não fossem inconvenientes, o preço fosse aceitável, perto do meu trabalho e que não fosse afetado pelas condições climáticas. Essa quitinete, mesmo eu não tendo os móveis necessários, esse pequeno local consegue ser perfeito para mim. E agora ele vai mudar um pouco, do lado de fora, mas vai mudar. Tudo bem, isso não vai me afetar.

— Haru? — Levantei a cabeça olhando para Meu chefe. — Podemos conversar?

— Claro. — Respondi ajeitando a postura.

— Então, eu sei que logo você vai começar o estágio, mas você vai manter o emprego aqui? — Sr. Kang perguntou simples e eu sorri.

— Eu não sei ao certo. — Respondi.

— Entendo. — Ele respirou fundo. — Vai ser difícil achar alguém melhor que você.

— Ah... — Não sabia o que dizer.

— Quando decidir me avise. — Ela disse saiu de perto do balcão.

Mais uma mudança em minha vida. O estágio está previsto para começar logo depois de encerrar as notas do semestre. Eu não faço ideia de como vai e nem de como vou me adaptar a essa mudança. Me acostumei a servir mesas, não gosto, mas me acostumei. Eu não consigo desacostumar assim, e também, a mudança em si me assusta.

Assim como os barulhos me incomoda, as mudanças me assusta. Eu não gosto de mudanças. Eu tenho que me encaixar, mudar minha rotina, aceitar novas coisas, criar novos cronogramas... Agora eu me pergunto, como eu gostei de Hoseok ter entrado em minha vida? De certa forma ele foi uma grande mudança em minha rotina, ele acrescentou cor na minha vida e me fez querer dormir com ele todas as noites. Tudo bem, talvez ele seja uma exceção.

Assim que passou o horário de almoço  eu me despedi do meu meu chefe e do meu colega de trabalho. Hoje eu sairia mais cedo por conta de uma prova que eu faria. O curso  técnico administrativo tem quatro anos de duração, é praticamente uma faculdade. Eu  precisava de dinheiro e de um emprego bom, e decidi fazer esse curso, mas confesso que nunca realmete gostei. Se tornou algo quase automático, fazer algo para não ter que morrer de fome. Porque a sociedade implica que você deve ter um bom currículo.

Na verdade meu sonho mesmo era fazer artes, eu amo a forma de criar, desenhar ou pintar algo. Eu gostava muito de desenhar mas nunca tive a oportunidade de investir nisso, além do mais, nem tudo que queremos podemos fazer.

Quando cheguei no curso todos estavam ansiosos para a  prova, claro, se você não passar nessa prova você não pode atuar no trabalho. Eu estudei quase a noite toda e acredito que posso passar, meu sangue tem muita cafeína no momento? Tem, mas pelo menos vou passar em uma prova.

Não vi Louise na sala, havia três  soluções plausíveis para isso: ela está atrasada, ela desistiu, ou ela fez a prova em outro horário. 

A professora entregou as provas e eu respirei fundo antes de começar a fazer, respondi as subjetivas primeiro e depois as objetivas, porém, uma em questão me fez perder meu tempo e o barulho irritante do salto da professora enquanto ela passeava pela sala estava me fazendo ficar nervosa, depois de um tempo eu acabei conseguindo resolver o problema. Pelo menos eu  acho.

[Dance Comigo] 🌻 •Jung Hoseok.Onde histórias criam vida. Descubra agora