AURORA
Me reviro na cama pela décima vez. Não consigo dormir, sempre que fecho meus olhos me vejo trancada novamente com aquele homem asqueroso e me julgo por um dia tê-lo amado tão fortemente.
Depois do que ocorreu na dispensa, eu não consegui comer nem ao menos falar muito com as pessoas ali. Menti ao dizer que estava com dor de cabeça por conta do sol e me tranquei no quarto. No banho eu chorei relembrando de suas palavras e de seu toque nojento. Me senti suja e extremamente fraca.
Como ele havia ficado tão doente desse jeito? Ele já era? Ou eu somente fui perceber agora?
Noah logo percebeu que havia algo de errado mas acho que ele caiu na minha desculpa. Tomei um banho e fiquei deitada na cama o resto do dia. Ele tentou fazer com que eu comesse algo ou que descesse para jantar. Mas só imaginar olhar para a cara do Maicon, fingindo como se nada tivesse acontecido e enganando a todos eu neguei.
Eu me sinto fraca e impotente.
Agora de madrugada, minha barriga dói de tanta fome e meus olhos pesam do sono que vem mas eu não me entrego.
- O que está acontecendo vida? - Noah pergunta me dando um baita de um susto
- Estou com fome. - sussurro e ele sorri
- É meio óbvio, não comeu nada depois do café. - beija minha têmpora
- Vamos na cozinha comigo? - peço fraco e brinco com a gola de sua blusa
- Medo do escuro? - pergunta brincando e eu sorrio fraco
Medo de ver o Maicon novamente
Noah se levanta da cama e acende a lua. Veste sua bermuda que estava no pé da cama e estende a mão para mim. Saio da cama com sua ajuda e logo seguimos para fora do quarto em direção a cozinha.
Me sento há mesa enquanto ele vasculha a geladeira e os armários.
- O que você deseja comer? - questiona - Aqui não tem nenhuma sobra.
- Qualquer coisa. - digo e apoio minha cabeça a mesa - Até um pão duro serve.
- Namorada minha não vai comer pão duro. - diz - Topa esperar um pouco? - pergunta e eu assinto - Farei um macarrão com bacon ao molho branco para você, coisa rápida. - diz e eu sorrio
As vezes eu esqueço que ele diz saber cozinhar. Eu poderia ter me aproveitador dele muito mais cedo.
Noah passeia pela cozinha como se fosse dele. Claro que as vezes perguntando onde estão algumas coisas. Ele corta, tempera, mexe nas panelas com uma destreza e habilidade que fico de boca aberta.
Quando pronto ele põe o prato a minha frente e sorrir. O cheio e a cara parecendo realmente bom.
- Tem certeza que posso comer? - faço graça - E se eu passar mal? - pergunto
- Garanto que te socorrerei. - diz rindo
Mecho no macarrão e logo dou uma garfada. O sabor atingindo meu paladar faz com que eu gema em satisfação, a explosão do bacon em minha boca é festa para mim.