AURORA
Termino de guardar minhas coisas em tempo recorde e troco minhas roupas para enfim destrancar a porta do quarto com um largo sorriso em minha face.
A ressaca amanhã será difícil, mas o alivio em minhas costas de soltar tudo de uma vez não tem preço.
Escolhi uma hora um pouco complicada para dizer tudo? Sim, mas quem de fato se importa com isso? Eles mereciam coisa ainda pior, só não desço a nível tão baixo. Bom, pelo menos não tanto.
Assim que eles veem que a porta está destrancada, Samara entra no quarto com pressa e para ao me ver segurando a minha mala.
- Aonde vai? - questiona
- Para casa. - digo e passo por ela
- Não pode dirigir nesse estado. - diz vindo atrás e no pé da escada vejo minha mãe e Noah conversando
- Ótimo, então você dirige. - jogo a chave em sua direção e ela grunhe
- Aurora. - ela profere meu nome alto que os dois indivíduos me olham ao mesmo tempo
- Olá. - digo e desço as escadas - Tchau. - sorrio e aceno
Preciso ir logo embora. Não deveria nem ao menos ter vindo.
Assim que encosto minha mão na maçaneta da porta da frente, sinto meus cabelos agora soltos serem puxados com tudo para o chão.
- Você não vai acabar com meu dia e ir embora ilesa. - Lígia diz transtornada e vejo o hall da entrada encher de convidados
Tudo o que sei fazer é gargalhar. Eu rio da sua cara de desespero.
- Você pode me xingar e até mesmo me bater, mas isso não muda o fato de você ser uma vadia. - solto e ela puxa meus cabelos ainda com mais força
- Eu posso até ser uma vadia, mas pelo menos não preciso pagar os outros para me comer. - solto um grunhido de pura raiva
Lígia abre um sorriso maior que a boca e eu viro com tudo minha mão em sua cara logo conseguindo me soltar.
- O que você tem contra mim? - praticamente grito e voo em cima dela desferindo tapas e mais tapas
Rolamos no chão, ela consegue arranhar meu braço mas eu não me importo e lhe acerto um soco na costela.
- O que eu tenho contra você? - questiona - Você sempre teve tudo Aurora, sempre foi o centro da atenção e eu era somente sua sombra. - diz e por um momento eu paro em sua barriga, com a mão erguida pronta para lhe acertar novamente, mas suas palavras me fazem estagnar
- Como assim?
- Sabe o quão horrível é ser sempre a segunda opção? - sorrir sarcástica - Você não merecia toda atenção. Todos sempre te idolatravam e eu era a esquecida. Sempre a menina perfeita, boas notas, o melhor estágio e o namorado maravilhoso. - solta e eu corro meu olhar até encontrar o Maicon que assiste tudo calmamente - Eu estava cansada disso, era para ser eu Aurora. Eu sou a mais velha e você sempre conseguia tudo.
- Você é doente. - solto
- Não, sou determinada. - abre um sorriso - E você não é muito diferente de mim. Olha a cena que está fazendo só porque me casei com o homem que ama. - diz e eu nego