AURORA
- Você tem certeza de que quer fazer isso? - Sam pergunta pela milésima vez
Hoje faz exatos um mês e uma semana desde a última vez que vi ou falei com Noah. Eu estava me sentindo péssima, várias ideias e possibilidades passavam pela minha cabeça com seu sumiço e uma sensação de culpa tremenda se apossava de mim. Até descobrir que a minha então melhor amiga havia falado com ele nos primeiros dias de seu desaparecimento, que ele estava perfeitamente bem mas só precisava de tempo.
Caramba, eu só queria que ele me mandasse um emoji ou algo do tipo. Algo que simbolizasse sua vida e não me deixar tão apavorada. Mas ele não queria falar comigo. Eu entendo, o magoei mas o que ele fez foi o cumulo do egoismo.
Então decidi que chega de sofrer. Depois de muita insistência da Alasca e negação da Sam, decidi me aventurar no aplicativo de namoros as escuras.
Semana passada conheci um homem até que legal, um pouco velho porém muito divertido. Não passou de um jantar banal. Mas foi ótimo para quem nunca havia tentado e estava com medo.
- Não vejo porque não. Conhecer pessoas novas é muito divertido. - digo e abro um sorriso ajeitando meu vestido em meu corpo
- Mas esse não é o tipo de coisa que você faz. - grunhe - Caramba Aurora, ele pode ser um maniaco.
- Só descobrirei quando chegar lá. - me viro para ela e sorrio
- Eu não estou te reconhecendo.
- Ah Samara, o que foi? Só estou me divertindo um pouco. Cansei de ficar jogada pela casa sentindo saudades do Noah. - digo e cato minha bolsa - Ele provavelmente está seguindo a vida, e eu devo fazer o mesmo. Fique feliz por mim. - peço e toco seu ombro
- Eu fico. Mas isso não impede de eu ficar preocupada também. - diz e suspira
- Não sabia que dona Mary havia te colocado no posto de mãe aqui. - brinco
- Só toma cuidado. - pede e eu assinto - Quem é essa noite? - pergunta
- O nome dele é Trevor. Vai está usando uma blusa preta. - digo tudo o que me foi informado - Eu estarei de vestido preto.
- Mas o seu tem bolinhas, explicou isso?
- Não, caso ele seja feio ou não do meu agrado eu faço a Cátia sonsa e finjo que não sou eu. - digo e ela gargalha
Nós combinamos que ambos usaríamos preto. Optei por um vestido super fofo e confortável que possuo. Ele vai de ombro a ombro e suas mangas são longas de um tecido fino. Ele abraça bem o meu corpo e me sinto extremamente linda com o mesmo. Coloquei um cinto em minha cintura para marca-la ainda mais e nos pés minhas amadas botas de cano alto. Meus cabelos caem com ondulações em meu colo e costas e uma make básica paira em minha face. Nada muito exagerado.
- Você não existe. - diz enquanto se recompõe
- Então, como estou? - pergunto me virando para ela
- Linda.
Saímos do meu quarto e vamos até a sala onde eu pego minhas chaves enquanto ela abre a porta para mim.
